Filogeografia e genética de populações de jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) ao longo do rio Madeira e bacia do rio Paraguai (Pantanal) / Fabio de Lima Muniz.

Por: Muniz, Fábio de LimaColaborador(es):Farias, Izeni Pires | Campos, ZilcaDetalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2012Notas: xi, 80 f. : il. colorAssunto(s): Jacaré-paguá | Filogeografia | Genética de populações | Variabilidade genética | Madeira, rio | Paraguai, rioClassificação Decimal de Dewey: 597.980415 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012 Sumário: Paleosuchus palpebrosus é um crocodiliano da subfamília Caimaninae que se distribui amplamente na região Neotropical. Possui comportamento relacionado à terra firme, e na Amazônia, concentra-se preferencialmente em rios de cabeceira, tributários e em florestas alagáveis. No Pantanal, sua ocorrência é restrita à região periférica, próximo a serras, não sendo encontrado na planície alagada do rio Paraguai. Estão geralmente associados à água corrente, fria e limpa. Os conhecimentos sobre Paleosuchus palpebrosus são muito escassos, o que pode dificultar ações para sua conservação. Assim, foram utilizadas sequências do gene mitocondrial Citocromo b para determinar, pela primeira vez, o padrão de distribuição da variabilidade genética da espécie e avaliar barreiras físicas ou históricas ao fluxo gênico entre suas populações, bem como investigar eventos demográficos históricos. Foi sequenciado o Citocromo b de 172 indivíduos de Paleosuchus palpebrosus em localidades ao longo dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, em várias localidades do Pantanal e em uma no rio Solimões, lago Cururu. Utilizou-se diferentes tipos de inferências Bayesianas para investigar o número de populações reais, o tempo de divergência entre as populações, taxas de fluxo gênico e mudanças históricas no tamanho efetivo de cada uma das populações. A estrutura de populações foi obtida por meio da AMOVA e eventos demográficos foram investigados via testes D de Tajima e Fs de Fu. Também se calculou os índices de diversidade genética da espécie. Paleosuchus palpebrosus é composto por populações fortemente estruturadas geneticamente como resultado da baixa ou inexistente taxa de fluxo gênico entre elas. A população de P. palpebrosus do lago Cururu está isolada do Madeira e restrita à região de paleovárzea do rio Solimões. As populações do Madeira e da Bolívia apresentaram fluxo gênico bidirecional, porém assimétrico. As serras que dividem as sub-bacias do Madeira e da Bolívia e as cachoeiras do alto rio Madeira são barreiras que limitam o fluxo gênico entre essas populações. O complexo de serras dos Parecis divide as bacias do rio Amazonas e Paraguai e representa a barreira vicariante que isolou as populações do Pantanal e da Bolívia. A população do Madeira sofreu expansão populacional, provavelmente após a última era glacial, e a diversidade genética em P. palpebrosus foi alta e comparável com a de outros Caimaninae. Deste trabalho, surgem importantes implicações para melhor conhecer a espécie. Os grupos de indivíduos do lago Cururu, Madeira/Bolívia e Pantanal podem ser considerados Unidades Evolutivas Significantes e devem ser tratadas como pertencentes a populações completamente independentes. Os indivíduos da espécie também podem dispersar entre corpos d'água, utilizando a via terrestre e trocando fluxo gênico sem precisar dispersar pela calha do rio principal. Além disso, a caracterização prévia fornece o padrão de fragmentação genética natural, importante para que futuros estudos possam avaliar com mais exatidão os impactos antrópicos gerados sobre essa espécie, como é o caso das hidrelétricas.
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Dissertação T 597.980415 M963f (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 13-0054

Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012

Paleosuchus palpebrosus é um crocodiliano da subfamília Caimaninae que se distribui amplamente na região Neotropical. Possui comportamento relacionado à terra firme, e na Amazônia, concentra-se preferencialmente em rios de cabeceira, tributários e em florestas alagáveis. No Pantanal, sua ocorrência é restrita à região periférica, próximo a serras, não sendo encontrado na planície alagada do rio Paraguai. Estão geralmente associados à água corrente, fria e limpa. Os conhecimentos sobre Paleosuchus palpebrosus são muito escassos, o que pode dificultar ações para sua conservação. Assim, foram utilizadas sequências do gene mitocondrial Citocromo b para determinar, pela primeira vez, o padrão de distribuição da variabilidade genética da espécie e avaliar barreiras físicas ou históricas ao fluxo gênico entre suas populações, bem como investigar eventos demográficos históricos. Foi sequenciado o Citocromo b de 172 indivíduos de Paleosuchus palpebrosus em localidades ao longo dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé, em várias localidades do Pantanal e em uma no rio Solimões, lago Cururu. Utilizou-se diferentes tipos de inferências Bayesianas para investigar o número de populações reais, o tempo de divergência entre as populações, taxas de fluxo gênico e mudanças históricas no tamanho efetivo de cada uma das populações. A estrutura de populações foi obtida por meio da AMOVA e eventos demográficos foram investigados via testes D de Tajima e Fs de Fu. Também se calculou os índices de diversidade genética da espécie. Paleosuchus palpebrosus é composto por populações fortemente estruturadas geneticamente como resultado da baixa ou inexistente taxa de fluxo gênico entre elas. A população de P. palpebrosus do lago Cururu está isolada do Madeira e restrita à região de paleovárzea do rio Solimões. As populações do Madeira e da Bolívia apresentaram fluxo gênico bidirecional, porém assimétrico. As serras que dividem as sub-bacias do Madeira e da Bolívia e as cachoeiras do alto rio Madeira são barreiras que limitam o fluxo gênico entre essas populações. O complexo de serras dos Parecis divide as bacias do rio Amazonas e Paraguai e representa a barreira vicariante que isolou as populações do Pantanal e da Bolívia. A população do Madeira sofreu expansão populacional, provavelmente após a última era glacial, e a diversidade genética em P. palpebrosus foi alta e comparável com a de outros Caimaninae. Deste trabalho, surgem importantes implicações para melhor conhecer a espécie. Os grupos de indivíduos do lago Cururu, Madeira/Bolívia e Pantanal podem ser considerados Unidades Evolutivas Significantes e devem ser tratadas como pertencentes a populações completamente independentes. Os indivíduos da espécie também podem dispersar entre corpos d'água, utilizando a via terrestre e trocando fluxo gênico sem precisar dispersar pela calha do rio principal. Além disso, a caracterização prévia fornece o padrão de fragmentação genética natural, importante para que futuros estudos possam avaliar com mais exatidão os impactos antrópicos gerados sobre essa espécie, como é o caso das hidrelétricas.

Área de concentração : Genética, Conservação e Biologia Evolutiva

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