Mecanismos que limitam a distribuição de crataeva benthamii eichler (capparideae) e hura crepitans l. (euphorbiaceae) em uma floresta de várzea da amazônia central / Naara Ferreira da Silva.

Por: Silva, Naara Ferreira daColaborador(es):Piedade, Maria Teresa Fernandez [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2012Notas: xiii, 117 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Sementes -- Atributos funcionais | Floresta -- VárzeaClassificação Decimal de Dewey: 574.52642 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (Mestre)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012 Sumário: Diferenças na altura e no tempo de inundação ao longo da planície inundável se refletem na estrutura e na diversidade vegetal e distinguem as florestas de várzea baixa das florestas de várzea alta. No entanto, a posição que os indivíduos de uma espécie ocupam está não apenas relacionada à tolerância à inundação, mas também à capacidade competitiva das espécies. A hipótese do ponto-de-não-retorno propõe que espécies arbóreas altamente adaptadas a inundação não são capazes de competir com sucesso em ambientes não inundados. Complementarmente, a hipótese do gradiente-de-estresse prevê que a facilitação é mais comum em condições de estresse abiótico alto em relação às condições abióticas mais benignas. O objetivo deste estudo foi entender os mecanismos que limitam a distribuição de espécies arbóreas nos dois diferentes tipos florestais da várzea da Amazônia Central. Para isso, foram escolhidas as espécies arbóreas Crataeva benthamii, típica da várzea baixa e Hura crepitans, típica da várzea alta. As sementes de cada uma das espécies foram caracterizadas quanto ao tamanho, massa fresca, teor de substâncias de reservas e germinação. Para avaliar a ocorrência das espécies nos dois tipos florestais foi feito levantamento das plântulas, dos indivíduos jovens e adultos em três áreas de 0,5 ha na várzea alta e em mais três na várzea baixa em uma floresta de várzea da Amazônia Central. Em seguida foi realizado um experimento em casa de vegetação, que avaliou o efeito da inundação em combinação com a interação interespecífica (dois tratamentos de inundação [não inundado, com rega diária; inundado, meristema apical submerso por 60 dias] x dois tratamentos de interação interespecífica [sem interação interespecífica; em interação interespecífica] x 20 réplicas), no crescimento e na biomassa das espécies. Para acessar a intensidade e a importância da interação foram calculados, a partir da biomassa total, respectivamente, o Índice de Interação Relativa e o Índice de Importância. Em campo, foi avaliado o efeito do tipo florestal em combinação com a interação interespecífica (dois tratamentos de tipo florestal [várzea baixa; várzea alta] x dois tratamentos de interação interespecífica [sem interação interespecífica; em interação interespecífica] x 20 réplicas), no crescimento das espécies. Hura crepitans, espécie da várzea alta, apresentou sementes com dimensões maiores, mais pesadas e com maior quantidade total em todas as substâncias de reserva avaliadas. No entanto, Crataeva benthamii apresentou maior germinabilidade, menor tempo médio de germinação, maior coeficiente de uniformidade da germinação, maior índice de velocidade de germinação, menor tempo médio de emergência e maior índice de velocidade de emergência. Plântulas de Crataeva benthamii e Hura crepitans foram encontradas tanto na várzea baixa quanto na várzea alta, porém em densidades diferentes. Em casa de vegetação o maior crescimento e a maior incorporação em biomassa de Crataeva benthamii ocorreram no tratamento inundado, ao contrário de Hura crepitans. Diante da inundação a espécie da várzea baixa, Crataeva benthamii favoreceu a incorporação em biomassa da espécie da várzea alta, Hura crepitans. Em campo não houve efeito nem da interação nem do tipo de habiat para Crataeva benthamii. No entanto, plântulas de Crataeva benthamii, principalmente nas florestas de várzea alta, tiveram o meristema apical e o caule predados até o colo, comprometendo a sobrevivência. Já Hura crepitans, apesar de não ter mostrado efeito da interação, teve maior crescimento na várzea baixa. Os resultados relacionados à biometria, o teor de substâncias de reserva e ao comportamento germinativo das sementes de ambas espécies auxiliam no entendimento das características relacionadas ao crescimento e estabelecimento das mesmas. Foram encontrados indícios que suportam a hipótese do ponto-de-não-retorno, no entanto, acredita-se que a herbivoria é tão importante quanto a inundação e a competição atuando no sentido de limitar a distribuição das espécies nas florestas de várzea alta. Os resultados mostram ainda que a espécie mais tolerante à inundação, Crataeva benthamii facilitou a incorporação em biomassa de Hura crepitans, corroborando assim a hipótese do gradiente-de-estresse.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)
Tipo de material Biblioteca atual Setor Classificação Situação Previsão de devolução Código de barras
Livro Livro
Dissertação T 574.52642 S586m (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 13-0077

Dissertação (Mestre)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012

Diferenças na altura e no tempo de inundação ao longo da planície inundável se refletem na estrutura e na diversidade vegetal e distinguem as florestas de várzea baixa das florestas de várzea alta. No entanto, a posição que os indivíduos de uma espécie ocupam está não apenas relacionada à tolerância à inundação, mas também à capacidade competitiva das espécies. A hipótese do ponto-de-não-retorno propõe que espécies arbóreas altamente adaptadas a inundação não são capazes de competir com sucesso em ambientes não inundados. Complementarmente, a hipótese do gradiente-de-estresse prevê que a facilitação é mais comum em condições de estresse abiótico alto em relação às condições abióticas mais benignas. O objetivo deste estudo foi entender os mecanismos que limitam a distribuição de espécies arbóreas nos dois diferentes tipos florestais da várzea da Amazônia Central. Para isso, foram escolhidas as espécies arbóreas Crataeva benthamii, típica da várzea baixa e Hura crepitans, típica da várzea alta. As sementes de cada uma das espécies foram caracterizadas quanto ao tamanho, massa fresca, teor de substâncias de reservas e germinação. Para avaliar a ocorrência das espécies nos dois tipos florestais foi feito levantamento das plântulas, dos indivíduos jovens e adultos em três áreas de 0,5 ha na várzea alta e em mais três na várzea baixa em uma floresta de várzea da Amazônia Central. Em seguida foi realizado um experimento em casa de vegetação, que avaliou o efeito da inundação em combinação com a interação interespecífica (dois tratamentos de inundação [não inundado, com rega diária; inundado, meristema apical submerso por 60 dias] x dois tratamentos de interação interespecífica [sem interação interespecífica; em interação interespecífica] x 20 réplicas), no crescimento e na biomassa das espécies. Para acessar a intensidade e a importância da interação foram calculados, a partir da biomassa total, respectivamente, o Índice de Interação Relativa e o Índice de Importância. Em campo, foi avaliado o efeito do tipo florestal em combinação com a interação interespecífica (dois tratamentos de tipo florestal [várzea baixa; várzea alta] x dois tratamentos de interação interespecífica [sem interação interespecífica; em interação interespecífica] x 20 réplicas), no crescimento das espécies. Hura crepitans, espécie da várzea alta, apresentou sementes com dimensões maiores, mais pesadas e com maior quantidade total em todas as substâncias de reserva avaliadas. No entanto, Crataeva benthamii apresentou maior germinabilidade, menor tempo médio de germinação, maior coeficiente de uniformidade da germinação, maior índice de velocidade de germinação, menor tempo médio de emergência e maior índice de velocidade de emergência. Plântulas de Crataeva benthamii e Hura crepitans foram encontradas tanto na várzea baixa quanto na várzea alta, porém em densidades diferentes. Em casa de vegetação o maior crescimento e a maior incorporação em biomassa de Crataeva benthamii ocorreram no tratamento inundado, ao contrário de Hura crepitans. Diante da inundação a espécie da várzea baixa, Crataeva benthamii favoreceu a incorporação em biomassa da espécie da várzea alta, Hura crepitans. Em campo não houve efeito nem da interação nem do tipo de habiat para Crataeva benthamii. No entanto, plântulas de Crataeva benthamii, principalmente nas florestas de várzea alta, tiveram o meristema apical e o caule predados até o colo, comprometendo a sobrevivência. Já Hura crepitans, apesar de não ter mostrado efeito da interação, teve maior crescimento na várzea baixa. Os resultados relacionados à biometria, o teor de substâncias de reserva e ao comportamento germinativo das sementes de ambas espécies auxiliam no entendimento das características relacionadas ao crescimento e estabelecimento das mesmas. Foram encontrados indícios que suportam a hipótese do ponto-de-não-retorno, no entanto, acredita-se que a herbivoria é tão importante quanto a inundação e a competição atuando no sentido de limitar a distribuição das espécies nas florestas de várzea alta. Os resultados mostram ainda que a espécie mais tolerante à inundação, Crataeva benthamii facilitou a incorporação em biomassa de Hura crepitans, corroborando assim a hipótese do gradiente-de-estresse.

Área de concentração : Ecologia

Não há comentários sobre este título.

para postar um comentário.

Clique em uma imagem para visualizá-la no visualizador de imagem

Powered by Koha