Comunidades de camarões em duas reservas da Amazônia Central: Parque Nacional do Jaú e Estação Ecológica Mamirauá / Jonas André Soares Marien.

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1995

Comunidades de camarões foram estudadas, durante o período de março de 1993 a outubro de 1994, no Parque Nacional do Jaú e Estação Ecológica Mamirauá, na Amazônia Central. Essas reservas apresentam dois tipos diferentes de sistemas aquáticos, respectivamente: águas pretas, ácidas e pobres em nutrientes, e águas brancas, relativamente neutras e ricas em nutrientes e sedimentos. Estudou-se padrões de estrutura das comunidades, coexistência entre espécies, e, a nível de populações, a distribuição e abundância relativa, padrões de reprodução e utilização de microambientes. Os resultados obtidos em ambas reservas foram comparados. Oito espécies de camarões palemonídeos, dos gêneros Macrobrachium, Palaemonetes, Pseudopalaemon e Euryrhynchus, foram encontradas no Parque Nacional do Jaú. A estrutura das comunidades de terra firme e planície inundável mostraram padrões diferentes. De um modo geral, a comunidade apresentou médias baixas de densidades populacionais e o microambiente mais freqüentado foram os bancos da liteira. Na Estação Ecológica Mamirauá foram encontradas três espécies de camarões palemonídeos: Macrobrachium amazonicum ("camarão-canela"), Palaemonetes ivonicus e Euryrhynchus amazoniensis. A primeira é predominante na comunidade, embora os valores de densidade apresentados sejam uma subestimação devido a problemas metodológicos. O microambiente mais importante foram os capins flutuantes. Os lagos de água preta, adjacentes à reserva, apresentaram faunas de camarões diferentes da mesma e também entre si. As espécies Euryrhynchus amazoniensis e Palaemonetes spp. ocorreram em ambas reservas, apresentando maior abundância no Parque Nacional do Jaú, e maior fecundidade (número de ovos) na Estação Ecológica Mamirauá.

Área de concentração: Ecologia.