Divergência acústica e morfológica em populaçSes de Allobates femoralis (Anura, Dendrobatidae) do alto rio Madeira / Pedro Ivo Simões.

Por: Simões, Pedro IvoColaborador(es):Lima, Albertina Pimentel [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 2006Notas: x, 63 f. : ilAssunto(s): Allobates femoralis | Anuros -- Morfologia -- Madeira, Rio (RO e AM) | Anuros -- Sons -- Madeira, Rio (RO e AM)Classificação Decimal de Dewey: 597.8044 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2006 Sumário: Desde o século XIX, pesquisadores investigam a hipótese de que os grandes rios amazônicos funcionam como barreiras à dispersão de animais. Entretanto, estudos de caso usando anuros não detectaram este efeito dos rios da região até o momento. Este estudo buscou avaliar a influência do alto Rio Madeira sobre a divergência acústica e morfológica do dendrobatídeo Allobates femoralis. Para isso, foram estabelecidas 17 áreas de coleta em ambas as margens do Rio Madeira, no Estado de Rondônia, onde registrei os cantos de anúncio, peso e variáveis morfológicas externas de machos. Encontrei dois morfotipos distintos, que provavelmente representam táxons diferentes. Um, com cantos de anúncio de 2 notas, ocorreu apenas na parte ocidental da margem esquerda do rio, alcançando uma zona de contato parapátrica com o segundo morfotipo, onde atualmente não existem barreiras aparentes à dispersão. O segundo morfotipo, com cantos de 4 notas, ocorreu nos dois lados do rio. Análises de variância multivariadas (MANOVA) mostraram que, mesmo considerados os efeitos do tamanho do corpo, temperatura do ar e distância entre áreas de coleta, existem 3 grupos distintos em relação a características acústicas do canto e morfologia: Grupo 1: populaçSes pertencentes ao morfotipo com cantos de 2 notas; Grupo 2: populaçSes pertencentes ao morfotipo de 4 notas da margem esquerda; e Grupo 3: populaçSes do morfotipo de 4 notas da margem direita. Diferenças nos comprimentos relativos dos dedos palmares e fator de condição em amostras do morfotipo de 4 notas corroboraram esses resultados. Concluí que existe evidência de que o alto Rio Madeira delimite populaçSes distintas de A. femoralis. No entanto, uma população incluída nas análises acústicas e outra incluída nas análises morfológicas não corresponderam ao padrão encontrado, sugerindo que o efeito do rio não foi suficiente para resultar em diferenças totalmente fixas entre populaçSes de margens opostas. Além da separação de populaçSes pelo leito do rio, fatores geológicos corno o limite entre dois domínios geomorfológicos na margem esquerda do alto Rio Madeira, parecem ser necessários para explicar a divergência vocal e morfológica entre os morfotipos de A. femoralis encontrados na região.
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Dissertação T 597.8044 S593d (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 06-0358

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2006

Desde o século XIX, pesquisadores investigam a hipótese de que os grandes rios amazônicos funcionam como barreiras à dispersão de animais. Entretanto, estudos de caso usando anuros não detectaram este efeito dos rios da região até o momento. Este estudo buscou avaliar a influência do alto Rio Madeira sobre a divergência acústica e morfológica do dendrobatídeo Allobates femoralis. Para isso, foram estabelecidas 17 áreas de coleta em ambas as margens do Rio Madeira, no Estado de Rondônia, onde registrei os cantos de anúncio, peso e variáveis morfológicas externas de machos. Encontrei dois morfotipos distintos, que provavelmente representam táxons diferentes. Um, com cantos de anúncio de 2 notas, ocorreu apenas na parte ocidental da margem esquerda do rio, alcançando uma zona de contato parapátrica com o segundo morfotipo, onde atualmente não existem barreiras aparentes à dispersão. O segundo morfotipo, com cantos de 4 notas, ocorreu nos dois lados do rio. Análises de variância multivariadas (MANOVA) mostraram que, mesmo considerados os efeitos do tamanho do corpo, temperatura do ar e distância entre áreas de coleta, existem 3 grupos distintos em relação a características acústicas do canto e morfologia: Grupo 1: populaçSes pertencentes ao morfotipo com cantos de 2 notas; Grupo 2: populaçSes pertencentes ao morfotipo de 4 notas da margem esquerda; e Grupo 3: populaçSes do morfotipo de 4 notas da margem direita. Diferenças nos comprimentos relativos dos dedos palmares e fator de condição em amostras do morfotipo de 4 notas corroboraram esses resultados. Concluí que existe evidência de que o alto Rio Madeira delimite populaçSes distintas de A. femoralis. No entanto, uma população incluída nas análises acústicas e outra incluída nas análises morfológicas não corresponderam ao padrão encontrado, sugerindo que o efeito do rio não foi suficiente para resultar em diferenças totalmente fixas entre populaçSes de margens opostas. Além da separação de populaçSes pelo leito do rio, fatores geológicos corno o limite entre dois domínios geomorfológicos na margem esquerda do alto Rio Madeira, parecem ser necessários para explicar a divergência vocal e morfológica entre os morfotipos de A. femoralis encontrados na região.

ãrea de concentração: Ecologia.

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