Fluxos de energia sobre uma floresta tropical na Amazônia / Leandro de Della Vedova de Oliveira Pinto.

Por: Pinto, Leandro Della Vedova de OliveiraColaborador(es):Rocha, Humberto Ribeiro da [Orientador]Detalhes da publicação: 2003Notas: xiii, 62 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Balanço energético (Geofísica) | Calor latente | Calor sensível | Evapotranspiração | Florestas tropicais -- AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 551.52 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade de São Paulo, 2003 Sumário: Este trabalho descreve a variabilidade temporal de variáveis climáticas e dos fluxos turbulentos de energia (vapor d'água e calor) sobre uma floresta tropical primária na Amazônia, em um sítio experimental na Floresta Nacional do Tapajós, Santarém, PA, km 83 da Rodovia BR 163. O trabalho é resultado do projeto "Measuring the effects of logging on the CO2 and energy exchange of a primary forest in Tapajós National Forest", integrante do programa LBA-Ecologia. Os dados utilizados foram coletados durante julho de 2000 a dezembro de 2001, e representa a mais longa e completa série de fluxos turbulentos que reporta o padrão dos fluxos de energia. Neste período, o clima quente e úmido na região mostrou uma estação seca bem definida entre julho e dezembro, e úmida de janeiro a junho. Os fluxos turbulentos, calculados pelo método da correlação dos vórtices turbulentos ("eddy correlation"), subestimaram em aproximadamente 5 % a média da energia disponível. Entretanto, nas classes de maiores valores de fluxos ocorre superestimativa da energia. Este fato aparentemente contraditório assim se estabelece pois a média do resíduo é negativa, mas a mediana e a moda são positivas. Em média, a subestimativa dos fluxos turbulentos é mais recorrente nas primeiras horas da manhã, quando os processos de turbulência mecânica são mais enfáticos, o que sugere uma possível contribuição da advecção de energia. A evapotranspiração mostrou-se substancialmente maior na estação seca, em correlação direta com o padrão de oferta de energia no sistema. Seu valor médio anual ficou em torno de 3,5 mm dia-¹, valor comparável com os obtidos em trabalhos anteriores na Amazônia (Shuttleworth et al. 1986; Rocha et al. 1996a). Na estação seca a média foi de aproximadamente 3,9 mm dia-¹, e na estação úmida cerca de 3,0 mm dia-¹, portanto uma significativa diferença de aproximadamente 1 mm dia-¹. O balanço anual do fluxo de calor sensível foi aproximadamente de 1,7 MJ m-² dia-¹, mas não foi marcadamente distinto entre as estações seca e úmida, como ocorreu com a evapotranspiração e o saldo de radiação. Oportunamente, o padrão do fluxo de calor sensível marcou o padrão sazonal da razão de Bowen. O valor médio anual da razão de Bowen foi aproximadamente 0,25, e igualmente mostrou um mínimo no início da estação chuvosa (dezembro a janeiro), concorrente com um aumento da capacidade fotossintética do ecossistema e uma freqüência mais intensa de eventos de precipitação (Goulden et al. 2003; Rocha et al. 2003).
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Dissertação T 551.52 P659f (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 07-0066

Dissertação (mestre) - Universidade de São Paulo, 2003

Este trabalho descreve a variabilidade temporal de variáveis climáticas e dos fluxos turbulentos de energia (vapor d'água e calor) sobre uma floresta tropical primária na Amazônia, em um sítio experimental na Floresta Nacional do Tapajós, Santarém, PA, km 83 da Rodovia BR 163. O trabalho é resultado do projeto "Measuring the effects of logging on the CO2 and energy exchange of a primary forest in Tapajós National Forest", integrante do programa LBA-Ecologia. Os dados utilizados foram coletados durante julho de 2000 a dezembro de 2001, e representa a mais longa e completa série de fluxos turbulentos que reporta o padrão dos fluxos de energia. Neste período, o clima quente e úmido na região mostrou uma estação seca bem definida entre julho e dezembro, e úmida de janeiro a junho. Os fluxos turbulentos, calculados pelo método da correlação dos vórtices turbulentos ("eddy correlation"), subestimaram em aproximadamente 5 % a média da energia disponível. Entretanto, nas classes de maiores valores de fluxos ocorre superestimativa da energia. Este fato aparentemente contraditório assim se estabelece pois a média do resíduo é negativa, mas a mediana e a moda são positivas. Em média, a subestimativa dos fluxos turbulentos é mais recorrente nas primeiras horas da manhã, quando os processos de turbulência mecânica são mais enfáticos, o que sugere uma possível contribuição da advecção de energia. A evapotranspiração mostrou-se substancialmente maior na estação seca, em correlação direta com o padrão de oferta de energia no sistema. Seu valor médio anual ficou em torno de 3,5 mm dia-¹, valor comparável com os obtidos em trabalhos anteriores na Amazônia (Shuttleworth et al. 1986; Rocha et al. 1996a). Na estação seca a média foi de aproximadamente 3,9 mm dia-¹, e na estação úmida cerca de 3,0 mm dia-¹, portanto uma significativa diferença de aproximadamente 1 mm dia-¹. O balanço anual do fluxo de calor sensível foi aproximadamente de 1,7 MJ m-² dia-¹, mas não foi marcadamente distinto entre as estações seca e úmida, como ocorreu com a evapotranspiração e o saldo de radiação. Oportunamente, o padrão do fluxo de calor sensível marcou o padrão sazonal da razão de Bowen. O valor médio anual da razão de Bowen foi aproximadamente 0,25, e igualmente mostrou um mínimo no início da estação chuvosa (dezembro a janeiro), concorrente com um aumento da capacidade fotossintética do ecossistema e uma freqüência mais intensa de eventos de precipitação (Goulden et al. 2003; Rocha et al. 2003).

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