Composição da comunidade de pequenos mamíferos e sapos de liteira em remanescentes lineares no Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) / Marcelo Gonçalves de Lima.

Por: Lima, Marcelo Gonçalves deColaborador(es):Gascon, Claude [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1998Notas: 62 f. : ilAssunto(s): Desmatamento -- Amazonas | Estrutura de comunidade | Mamíferos -- EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 591.52642 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM 1998 Sumário: O presente trabalho estudou a composição da comunidade de pequenos mamíferos e anuros de liteira em remanescentes lineares ligados à floresta contínua e a da floresta contínua adjacente, comparando ambas. O trabalho foi realizado na Fazenda Esteio, parte do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, localizado a 80 km ao norte de Manaus, Am. As áreas de remanescentes foram faixas de mata que não foram cortadas por estarem associadas a igarapés e por possuírem, em função disso, relevo acidentado. Foram amostrados quatro pares amostrais, cada par composto por uma área amostral dentro do remanescente e outra similar dentro da floresta contínua seguindo o mesmo igarapé. Anuros foram amostrados através de transectos de 380 m próximos aos igarapés. Vinte parcelas de 5x5 m, delimitadas por uma malha de plástico, foram amostradas por área, totalizando 160 parcelas como esforço amostral. A amostragem de pequenos mamíferos foi feita utilizando-se 150 armadilhas (100 Tomahawks; 50 Shermans) distribuídas por cinco linhas de captura de 475m (20 Tomahawks e 10 Shermans em cada), separadas por no mínimo 50 m, paralelas ao igarapé. Cada área foi armadilhada durante 8 noites consecutivas, sendo então o esforço amostral total de 9600 armadilhas noite. Foram capturados anuros de 12 espécies e 5 famílias diferentes. Não houve diferença significativa tanto para riqueza de espécie quanto abundância entre remanescentes e floresta contínua. Entretanto, a composição de espécie variou entre áreas e não foi possível detectar um grupo de espécie de "remanescentes" e outro de "floresta contínua". O mesmo resultado foi observado para pequenos mamíferos onde foram capturados 115 indivíduos de 14 espécies e 4 famílias diferentes. Uma ordenação DCA (Detrended Correspodance Analysis) foi feita para ambos os grupos e foi possível visualizar que existem espécies em comum nos pares de sítios. Em especial a composição de anuros foi mais similar nos pares, possivelmente devido a maior dependência dos ambientes úmidos proporcionados pelos igarapés. Alguns anuros também apresentam respostas significativas à presença de variáveis ambientais como troncos caídos, palmeiras e profundidade de liteira. Dados de captura e recaptura de pequenos mamíferos mostraram que algumas espécies estariam não só residindo nos remanescentes mas também procriando e se movimentando entre remanescentes e floresta contínua. Devido ao extenso desmatamento no mundo e em especial no Brasil, medidas preventivas e ações pró-ativas devem ser tomadas para frear ou no mínimo minimizar os efeitos das derrubadas. Uma das medidas sugeridas seria a formação de corredores de dispersão entre áreas fragmentadas e a floresta contínua. Estes corredores não auxiliam na manutenção de populações viáveis como também aumentariam a área de conservação efetiva. Remanescentes lineares criados em função de sua associação á cursos d'água poderiam ser utilizados com este propósito, criando uma rede de conexão extensa. Dados deste trabalho sugerem que os remanescentes podem servir de corredores de dispersão para pequenos mamíferos e anuros de liteira. Este trabalho, entretanto, destaca que o tamanho mínimo de conservação imposto pelo Código Florestal para cursos d'água de pequena largura deveria ser aumentado de 30 para no mínimo 300 m, minimizando o efeito de borda, aumentando a heterogeneidade do ambiente e permitindo a utilização dos corredores por uma gama de organismos. As mesmas recomendações podem ser utilizadas dentro de um contexto urbano também.
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Dissertação T 591.52642 L732c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 99-0315
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Dissertação T 591.52642 L732c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 99-0316

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM 1998

O presente trabalho estudou a composição da comunidade de pequenos mamíferos e anuros de liteira em remanescentes lineares ligados à floresta contínua e a da floresta contínua adjacente, comparando ambas. O trabalho foi realizado na Fazenda Esteio, parte do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, localizado a 80 km ao norte de Manaus, Am. As áreas de remanescentes foram faixas de mata que não foram cortadas por estarem associadas a igarapés e por possuírem, em função disso, relevo acidentado. Foram amostrados quatro pares amostrais, cada par composto por uma área amostral dentro do remanescente e outra similar dentro da floresta contínua seguindo o mesmo igarapé. Anuros foram amostrados através de transectos de 380 m próximos aos igarapés. Vinte parcelas de 5x5 m, delimitadas por uma malha de plástico, foram amostradas por área, totalizando 160 parcelas como esforço amostral. A amostragem de pequenos mamíferos foi feita utilizando-se 150 armadilhas (100 Tomahawks; 50 Shermans) distribuídas por cinco linhas de captura de 475m (20 Tomahawks e 10 Shermans em cada), separadas por no mínimo 50 m, paralelas ao igarapé. Cada área foi armadilhada durante 8 noites consecutivas, sendo então o esforço amostral total de 9600 armadilhas noite. Foram capturados anuros de 12 espécies e 5 famílias diferentes. Não houve diferença significativa tanto para riqueza de espécie quanto abundância entre remanescentes e floresta contínua. Entretanto, a composição de espécie variou entre áreas e não foi possível detectar um grupo de espécie de "remanescentes" e outro de "floresta contínua". O mesmo resultado foi observado para pequenos mamíferos onde foram capturados 115 indivíduos de 14 espécies e 4 famílias diferentes. Uma ordenação DCA (Detrended Correspodance Analysis) foi feita para ambos os grupos e foi possível visualizar que existem espécies em comum nos pares de sítios. Em especial a composição de anuros foi mais similar nos pares, possivelmente devido a maior dependência dos ambientes úmidos proporcionados pelos igarapés. Alguns anuros também apresentam respostas significativas à presença de variáveis ambientais como troncos caídos, palmeiras e profundidade de liteira. Dados de captura e recaptura de pequenos mamíferos mostraram que algumas espécies estariam não só residindo nos remanescentes mas também procriando e se movimentando entre remanescentes e floresta contínua. Devido ao extenso desmatamento no mundo e em especial no Brasil, medidas preventivas e ações pró-ativas devem ser tomadas para frear ou no mínimo minimizar os efeitos das derrubadas. Uma das medidas sugeridas seria a formação de corredores de dispersão entre áreas fragmentadas e a floresta contínua. Estes corredores não auxiliam na manutenção de populações viáveis como também aumentariam a área de conservação efetiva. Remanescentes lineares criados em função de sua associação á cursos d'água poderiam ser utilizados com este propósito, criando uma rede de conexão extensa. Dados deste trabalho sugerem que os remanescentes podem servir de corredores de dispersão para pequenos mamíferos e anuros de liteira. Este trabalho, entretanto, destaca que o tamanho mínimo de conservação imposto pelo Código Florestal para cursos d'água de pequena largura deveria ser aumentado de 30 para no mínimo 300 m, minimizando o efeito de borda, aumentando a heterogeneidade do ambiente e permitindo a utilização dos corredores por uma gama de organismos. As mesmas recomendações podem ser utilizadas dentro de um contexto urbano também.

Área de concentração: Ecologia .

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