A vida comanda o rio : etnoecologia dos pescadores de três comunidades do Rio Cuieiras, baixo rio Negro, Am / Marcelino Soyinka Santos Dantas.

Por: Dantas, Marcelino Soyinka SantosColaborador(es): Daniel, Victor Py [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2011Notas: x, 92 f. : il., colorAssunto(s): Etnoecologia -- Amazônia | Povos tradicionais | Pesca | Ecologia humanaClassificação Decimal de Dewey: 304.2 Nota de dissertação: Dissertação (mestrado), INPA, Manaus, 2011. Sumário: As formas de uso e manejo dos recursos naturais por diferentes populações humanas são influenciadas não só pela disponibilidade e distribuição dos recursos, mas também por uma série de normas e relações sócio-culturais que regem seu uso. Assim, para um melhor entendimento da dinâmica de exploração são necessárias abordagens que incluam interação entre os sistemas ecológicos e sociais. Neste contexto, os estudos de etnoecologia surgem como uma ferramenta para analisar as relações entre populações humanas e o ambiente. A pesca, atividade importante em toda a bacia amazônica está extremamente vinculada à vida das populações que vivem às margens dos rios da região. Assim, o presente trabalho visou tratar do conhecimento ecológico sobre a ictiofauna mantido pelos moradores de três comunidades do Rio Cuieiras, baixo rio Negro-AM, suas representações acerca do ambiente aquático, e como estes conhecimentos se traduzem em práticas de interação com a ictiofauna. As informações foram obtidas por meio de entrevistas semi-estruturadas, acompanhamento de pescarias e observação participante, num total de 95 dias de permanência em área. Os moradores locais demonstraram conhecer em detalhes aspectos do comportamento alimentar, reprodutivo, localização e hábitos dos organismos aquáticos envolvidos na atividade pesqueira. Além disto, os resultados sugerem que aspectos culturais de preferência (ou tabus) alimentares influenciam na forma de escolha e exploração dos recursos pesqueiros, e também que estes aspectos podem ter relação com os locais e contexto cultural e ambiental de origem dos habitantes. Apesar de freqüentemente coincidir com o conhecimento científico, os saberes locais possuem interpretações distintas, resultando em divergências marcantes na maneira de encarar o universo aquático e os seres envolvidos na pesca. Entretanto, é com base nessas visões de mundo que estas populações interagem com os elementos do ambiente que as cerca, de maneira que tornam-se assim, formas igualmente válidas de ver o mundo. Finalmente, ao tentar este tipo de abordagem, o que está em questão é o direito reservado aos povos mantenedores destas formas distintas de ver o mundo, de estabelecer relações em que estejam igualmente aptos a tomarem decisões a respeito da forma de interação com o ambiente. Desta forma, ao se falar em abordagens ?participativas' para a gestão de recursos naturais, deve-se levar a sério o que todos os envolvidos na utilização deste recurso têm a dizer.
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Dissertação T 304.2 D192v (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 14-0217

Dissertação (mestrado), INPA, Manaus, 2011.

As formas de uso e manejo dos recursos naturais por diferentes populações humanas são influenciadas não só pela disponibilidade e distribuição dos recursos, mas também por uma série de normas e relações sócio-culturais que regem seu uso. Assim, para um melhor entendimento da dinâmica de exploração são necessárias abordagens que incluam interação entre os sistemas ecológicos e sociais. Neste contexto, os estudos de etnoecologia surgem como uma ferramenta para analisar as relações entre populações humanas e o ambiente. A pesca, atividade importante em toda a bacia amazônica está extremamente vinculada à vida das populações que vivem às margens dos rios da região. Assim, o presente trabalho visou tratar do conhecimento ecológico sobre a ictiofauna mantido pelos moradores de três comunidades do Rio Cuieiras, baixo rio Negro-AM, suas representações acerca do ambiente aquático, e como estes conhecimentos se traduzem em práticas de interação com a ictiofauna. As informações foram obtidas por meio de entrevistas semi-estruturadas, acompanhamento de pescarias e observação participante, num total de 95 dias de permanência em área. Os moradores locais demonstraram conhecer em detalhes aspectos do comportamento alimentar, reprodutivo, localização e hábitos dos organismos aquáticos envolvidos na atividade pesqueira. Além disto, os resultados sugerem que aspectos culturais de preferência (ou tabus) alimentares influenciam na forma de escolha e exploração dos recursos pesqueiros, e também que estes aspectos podem ter relação com os locais e contexto cultural e ambiental de origem dos habitantes. Apesar de freqüentemente coincidir com o conhecimento científico, os saberes locais possuem interpretações distintas, resultando em divergências marcantes na maneira de encarar o universo aquático e os seres envolvidos na pesca. Entretanto, é com base nessas visões de mundo que estas populações interagem com os elementos do ambiente que as cerca, de maneira que tornam-se assim, formas igualmente válidas de ver o mundo. Finalmente, ao tentar este tipo de abordagem, o que está em questão é o direito reservado aos povos mantenedores destas formas distintas de ver o mundo, de estabelecer relações em que estejam igualmente aptos a tomarem decisões a respeito da forma de interação com o ambiente. Desta forma, ao se falar em abordagens ?participativas' para a gestão de recursos naturais, deve-se levar a sério o que todos os envolvidos na utilização deste recurso têm a dizer.

Co-Orientador : Santos, Gilton Mendes dos

Área de concentração : Ecologia

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