Aerossóis atmosféricos na Antártica : sazonalidade, composição elementar e sua relação com "El Niño" / Alexandre Lima Correia.

Por: Correia, Alexandre LimaColaborador(es):Artaxo Netto, Paulo Eduardo [Orientador]Detalhes da publicação: 1998Notas: 144 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Aerossóis -- Antártica | El Niño (Corrente oceânica)Classificação Decimal de Dewey: 551.65989 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade de São Paulo, 1998 Sumário: Partículas de aerossol podem exercer grande influência sobre o clima da Terra, seja diretamente, por absorção e espalhamento de radiação, ou indiretamente, atuando como núcleos de condensação de nuvens que podem afetar ciclos hidrológicos em escalas regionais. Diversos modelos numéricos prevêem a ocorrência de mudanças climáticas globais no prazo de poucas décadas, dependendo grandemente de dados sobre a composição e as fontes de aerossóis em locais remotos como a Antártica. Entre 1985 e 1993, 300 amostras de partículas de aerossol foram coletadas na Estação Antártica "Comandante Ferraz", na Ilha Rei George, Península Antártica (62º05 S; 58º23,5 W). Amostradores de particulado fino e grosso coletaram partículas com diâmetro aerodinâmico inferior a 10µm (moda grossa). O período de coleta variou entre 5 e 8 dias. A concentração de elementos de número atômico acima de 10 foi medida através da técnica Particle-Induced X-ray Emission, produzindo dados para 21 elementos: Na, Mg, Al, Si, P, S, Cl, K, Ca, Ti, Cr, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Se, Br, Rb, Sr e Pb. A concentração total de aerossóis nas modas fina e grossa foi determinada através de análises gravimétricas. Análises estatísticas multivariadas aplicadas às bases de dados identificaram diversas fontes para o aerossol, bem como seus perfis elementares de concentração. Durante o verão a concentração total média de aerossóis na moda fina foi de 3780 ng m-³, enaquanto para a moda grossa a média foi de 6520 ng m-³. Durante o inverno as respectivas médias foram 2930 ng m-³ e 4920 ng m-³. A concentração de sulfatos não-marinhos na moda fina, que apresenta importantes propriedades radiativas, mostrou um claro padrão sazonal acompanhando o cilo biológico de algas, com mínimo durante o inverno. Sua concentração média foi de 360 ng m-³ no verão e 29,6 ng m-³ no inverno. A concentração média do bromo não-marinho na moda fina mostrou umgrande aumento, de cerca de 0,46 ng m-³ durante o verão para um máximo de 5,5 ng m-³ entre junho e julho, com importantes conseqüências para a fotoquímica da atmosfera. Análises de Componentes Principais identificaram cinco diferentes fontes para o aerossol na Península Antártica: sal marinho, sulfatos, Zn+Br, poeira do solo e aerossóis antropogênicos. Observa-se a existência de correlação estatisticamente significativa entre eventos de "El Niño" e a concentração total de aerossóis, indicando que sistemas atmosféricos remotos podem exercer impacto sobre propriedades de aerossóis na Península Antártica.
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Dissertação T 551.65989 C824a (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 04-0324

Dissertação (mestre) - Universidade de São Paulo, 1998

Partículas de aerossol podem exercer grande influência sobre o clima da Terra, seja diretamente, por absorção e espalhamento de radiação, ou indiretamente, atuando como núcleos de condensação de nuvens que podem afetar ciclos hidrológicos em escalas regionais. Diversos modelos numéricos prevêem a ocorrência de mudanças climáticas globais no prazo de poucas décadas, dependendo grandemente de dados sobre a composição e as fontes de aerossóis em locais remotos como a Antártica. Entre 1985 e 1993, 300 amostras de partículas de aerossol foram coletadas na Estação Antártica "Comandante Ferraz", na Ilha Rei George, Península Antártica (62º05 S; 58º23,5 W). Amostradores de particulado fino e grosso coletaram partículas com diâmetro aerodinâmico inferior a 10µm (moda grossa). O período de coleta variou entre 5 e 8 dias. A concentração de elementos de número atômico acima de 10 foi medida através da técnica Particle-Induced X-ray Emission, produzindo dados para 21 elementos: Na, Mg, Al, Si, P, S, Cl, K, Ca, Ti, Cr, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Se, Br, Rb, Sr e Pb. A concentração total de aerossóis nas modas fina e grossa foi determinada através de análises gravimétricas. Análises estatísticas multivariadas aplicadas às bases de dados identificaram diversas fontes para o aerossol, bem como seus perfis elementares de concentração. Durante o verão a concentração total média de aerossóis na moda fina foi de 3780 ng m-³, enaquanto para a moda grossa a média foi de 6520 ng m-³. Durante o inverno as respectivas médias foram 2930 ng m-³ e 4920 ng m-³. A concentração de sulfatos não-marinhos na moda fina, que apresenta importantes propriedades radiativas, mostrou um claro padrão sazonal acompanhando o cilo biológico de algas, com mínimo durante o inverno. Sua concentração média foi de 360 ng m-³ no verão e 29,6 ng m-³ no inverno. A concentração média do bromo não-marinho na moda fina mostrou umgrande aumento, de cerca de 0,46 ng m-³ durante o verão para um máximo de 5,5 ng m-³ entre junho e julho, com importantes conseqüências para a fotoquímica da atmosfera. Análises de Componentes Principais identificaram cinco diferentes fontes para o aerossol na Península Antártica: sal marinho, sulfatos, Zn+Br, poeira do solo e aerossóis antropogênicos. Observa-se a existência de correlação estatisticamente significativa entre eventos de "El Niño" e a concentração total de aerossóis, indicando que sistemas atmosféricos remotos podem exercer impacto sobre propriedades de aerossóis na Península Antártica.

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