Densidade de madeira e alometria de árvores em florestas do "arco do desmatamento": implicações para biomassa e emissão de carbono a partir de mudanças de uso da terra na Amazônia brasileira / Euler Melo Nogueira.

Por: Nogueira, Euler MeloColaborador(es):Fearnside, Philip Martin [Orientador] | Nelson, Bruce Walker [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 2008Notas: xvii, 146 f. : ilAssunto(s): Biomassa florestal -- Amazônia | Madeira -- Densidade -- Amazônia | Arvores -- MediçaoClassificação Decimal de Dewey: 634.9285 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2008 Sumário: Incertezasnas estimativas de biomassa são a principal causa de incertezas nas estimativas de emissãode gases de efeito estufa na Amazônia. Os resultados apresentados neste estudo reduzemas incertezas nas estimativas de biomassa acima do solo, particularmente no sul e sudoesteda Amazônia brasileira (SSWA), regiSes inseridas no 'arco do desmatamento'. No CapítuloI novos dados de densidade de madeira obtidos nas florestas da região SSWA (403 árvores identificadas em nível de espécie e gênero) foram combinados com os inventários de volume de madeira produzidos pelo Projeto RadamBrasil (1973-1983). A área de cada unidadede vegetação, definidas pela intersecção entre tipos de florestas mapeados e divisão geopolíticados estados, foi utilizada para obter a densidade de madeira média (0,583 g cm-3) para toda a região SSWA. Esta média é 13,6% menor do que o valor utilizado para esta região em estimativas prévias. A média de 0,642 g cm-3 foi obtida para a Amazônia brasileira como um todo, a partir das novas estimativas para as florestas da porção SSWA juntamente com estimativaspara as outras regiSes da Amazônia, corrigidas para a variação radial (-5,3%). A novamédia de densidade é 7% menor que a média anteriormente estimada para a Amazônia brasileira: 0,69 g cm-3. O impacto sobre as estimativas de biomassa e emissão de carbono é substancial porque a redução é maior em tipos de floresta sob maior desmatamento. Para 1990,com 13,8 x 103km2 de desmatamento, as emissSes para a Amazônia brasileira seriam reduzidas por 23,4-24,4 x 106Mg CO2-equivalente C/ano (para cenários de gás-traço alto e baixo), ou 9,4-9,5% da emissão grossa e 10,7% da emissão líquida comprometida, ambas excluindoo solo. No Capítulo II foram avaliadas relaçSes lineares que descrevem a variação radialda densidade para árvores em floresta densa na Amazônia central (CA) e desenvolvidas novas relaçSes para árvores em floresta aberta no sul da Amazônia (SA). A relação linear descrita na CA para a variação da densidade ao longo do fuste é similar para árvores no SA (p= 0,144). Também é demonstrado que as árvores no sul da Amazônia possuem conteúdo de umidade no fuste significativamente maior (0,416:!::0,068 SD; n = 223) do que em árvores na CA (0,38; n = 50). O conteúdo de umidade tem uma forte relação inversa com a densidade básica da madeira, o que explica o menor conteúdo de umidade nas árvores na CA comparado ao SA. No Capítulo III é demonstrado que na CA as árvores são mais altas para um dado diâmetro que em florestas abertas dominadas por bambu e densas livres de bambu, no sudoeste da Amazônia (SW), bem como em florestas abertas no sul da Amazônia (SA). O impacto sobre as estimativas de biomassa foram respectivamente -11,0%, -6,2% e -3,6%. Isto sugere que a estimativa da Comunicação Nacional Brasileira no âmbito da Convenção Quadro das NaçSes Unidas para Mudanças Climáticas requer redução. As relaçSes observadas entre diâmetro e altura foram inconsistentes com a suposição da teoria de ecologia metabólica e reforça o argumento que o expoente escalar alométrico varia em florestas sobre diferentes substratos ou com diferentes níveis de distúrbios naturais. No Capítulo IV é apresentada nova equação alométrica para estimativa de biomassa desenvolvida a partir de árvores diretamente pesadas no SA e equaçSes para estimativas do volume do fuste na CA e no SA. Estas equaçSes foram utilizadas para aperfeiçoar o modelo de biomassa historicamente aplicado na Amazônia, que se baseia em inventários de volume de madeira em larga-escala. Nova estimativa de biomassa foi produzida para a Amazônia brasileira incorporando novos valores de densidade de madeira, correçSes para incertezas em estimativa de volume de madeira e fatores utilizados para adicionar o volume dos fustes de pequenas árvores e biomassa das copas. Considerando todos os ajustes, o mapa indica estoque de 125,4 Pg (=1015 g) de biomassa seca (acima e abaixo do solo) para áreas originalmente florestadas na Amazônia Legal Brazileira (104,2 Pg somente acima do solo) no período dos inventários do RadamBrasil, portanto antes que intensivos desmatamentos tivessem ocorrido na região. Se as áreas desmatadas até 2006 forem eliminadas do cálculo, excluindo agricultura, pastagens e vegetação de floresta secundária, a estimativa de biomassa seca estocada é reduzida para 113,3 e 94,2 Pg (acima e abaixo do solo, e somente acima do solo).
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Tese T 634.9285 N778d (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 08-0705

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2008

Incertezasnas estimativas de biomassa são a principal causa de incertezas nas estimativas de emissãode gases de efeito estufa na Amazônia. Os resultados apresentados neste estudo reduzemas incertezas nas estimativas de biomassa acima do solo, particularmente no sul e sudoesteda Amazônia brasileira (SSWA), regiSes inseridas no 'arco do desmatamento'. No CapítuloI novos dados de densidade de madeira obtidos nas florestas da região SSWA (403 árvores identificadas em nível de espécie e gênero) foram combinados com os inventários de volume de madeira produzidos pelo Projeto RadamBrasil (1973-1983). A área de cada unidadede vegetação, definidas pela intersecção entre tipos de florestas mapeados e divisão geopolíticados estados, foi utilizada para obter a densidade de madeira média (0,583 g cm-3) para toda a região SSWA. Esta média é 13,6% menor do que o valor utilizado para esta região em estimativas prévias. A média de 0,642 g cm-3 foi obtida para a Amazônia brasileira como um todo, a partir das novas estimativas para as florestas da porção SSWA juntamente com estimativaspara as outras regiSes da Amazônia, corrigidas para a variação radial (-5,3%). A novamédia de densidade é 7% menor que a média anteriormente estimada para a Amazônia brasileira: 0,69 g cm-3. O impacto sobre as estimativas de biomassa e emissão de carbono é substancial porque a redução é maior em tipos de floresta sob maior desmatamento. Para 1990,com 13,8 x 103km2 de desmatamento, as emissSes para a Amazônia brasileira seriam reduzidas por 23,4-24,4 x 106Mg CO2-equivalente C/ano (para cenários de gás-traço alto e baixo), ou 9,4-9,5% da emissão grossa e 10,7% da emissão líquida comprometida, ambas excluindoo solo. No Capítulo II foram avaliadas relaçSes lineares que descrevem a variação radialda densidade para árvores em floresta densa na Amazônia central (CA) e desenvolvidas novas relaçSes para árvores em floresta aberta no sul da Amazônia (SA). A relação linear descrita na CA para a variação da densidade ao longo do fuste é similar para árvores no SA (p= 0,144). Também é demonstrado que as árvores no sul da Amazônia possuem conteúdo de umidade no fuste significativamente maior (0,416:!::0,068 SD; n = 223) do que em árvores na CA (0,38; n = 50). O conteúdo de umidade tem uma forte relação inversa com a densidade básica da madeira, o que explica o menor conteúdo de umidade nas árvores na CA comparado ao SA. No Capítulo III é demonstrado que na CA as árvores são mais altas para um dado diâmetro que em florestas abertas dominadas por bambu e densas livres de bambu, no sudoeste da Amazônia (SW), bem como em florestas abertas no sul da Amazônia (SA). O impacto sobre as estimativas de biomassa foram respectivamente -11,0%, -6,2% e -3,6%. Isto sugere que a estimativa da Comunicação Nacional Brasileira no âmbito da Convenção Quadro das NaçSes Unidas para Mudanças Climáticas requer redução. As relaçSes observadas entre diâmetro e altura foram inconsistentes com a suposição da teoria de ecologia metabólica e reforça o argumento que o expoente escalar alométrico varia em florestas sobre diferentes substratos ou com diferentes níveis de distúrbios naturais. No Capítulo IV é apresentada nova equação alométrica para estimativa de biomassa desenvolvida a partir de árvores diretamente pesadas no SA e equaçSes para estimativas do volume do fuste na CA e no SA. Estas equaçSes foram utilizadas para aperfeiçoar o modelo de biomassa historicamente aplicado na Amazônia, que se baseia em inventários de volume de madeira em larga-escala. Nova estimativa de biomassa foi produzida para a Amazônia brasileira incorporando novos valores de densidade de madeira, correçSes para incertezas em estimativa de volume de madeira e fatores utilizados para adicionar o volume dos fustes de pequenas árvores e biomassa das copas. Considerando todos os ajustes, o mapa indica estoque de 125,4 Pg (=1015 g) de biomassa seca (acima e abaixo do solo) para áreas originalmente florestadas na Amazônia Legal Brazileira (104,2 Pg somente acima do solo) no período dos inventários do RadamBrasil, portanto antes que intensivos desmatamentos tivessem ocorrido na região. Se as áreas desmatadas até 2006 forem eliminadas do cálculo, excluindo agricultura, pastagens e vegetação de floresta secundária, a estimativa de biomassa seca estocada é reduzida para 113,3 e 94,2 Pg (acima e abaixo do solo, e somente acima do solo).

Área de concentração: Manejo Florestal.

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