Revisão taxonômica do gênero Peltogyne (Leguminosae - Caesalpinioideae) / Marlene Freitas da Silva.

Por: Silva, Marlene Freitas daColaborador(es):Prance, Ghillean T [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1975Notas: 119 f. : ilAssunto(s): Peltogyne -- Amazônia -- ClassificaçãoClassificação Decimal de Dewey: 583.323 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1975 Sumário: O gênero Peltogyne da subfamília Caesalpinioidea (Leguminosae) tribo Amherstiae ocupa importante lugar entre as espécies arbóreas amazônicas, devido ao grande número de espécies que aqui ocorre, tem indivíduos que atingem diferentes portes, muito freqüentemente, enormes dimensões. Suas madeiras de propriedades indiscutíveis apresentam coloração roxa ou violácea muito atraente, após cortadas e expostas. Esta é a razão pela qual são em geral vulgarmente conhecidas pelo nome de "pau roxo". Várias espécies já foram motivo de estudos fitoquímicos havendo inclusive sido isolado do cerne da madeira de Peltogyne recifensis uma substância cristalizada, com propriedades antimicrobianas. Atualmente, o gênero Peltogyne conta com 20 espécies distribuídas desde o México ao longo da América Central, no Panamá, até a região Sudeste da América do Sul. A Amazônia Central evidencia-se como o seu centro de distribuição geográfica. Neste particular o gênero Peltogyne relaciona-se aos gêneros Hymenaea ecynometra, segundo Dwyer (1958) e Langenheim (1973), ambos pertencentes à mesma subfamília, das tribos Amberstieae e Detarieae, respectivamente. Evidencia-se ainda como de grande importância taxonômica a estreita similaridade morfológica do gênero Peltogyne com Hymenae, porém com notável peculiaridade quanto aos limites de extensão geográfica de ambos. Hymenaea tem distribuição aparentemente descontínua entre os continentes africano e sulamericano, segundo Langenheim (1.c.), enquanto que Peltogyne distribui-se de modo contínuo da região do Caribe, através da América Central e Panamá, até a região Sudeste do continente sulamericano. Estes taxa, segundo C.A. Mendez e G.G. Simpson apud Langenheim (1.c.), foram distribuídos na América Central e América do Sul durante o período Eoceno, e provavelmente são remanescentes da época em que a floresta amazônica era mais extensa do que atualmente. Segundo aqueles autores, é também provável que Peltogyne, Hymenaca e Cynometra, migraram da região Norte da América do Sul para a América Central. Do ponto de vista fitogeográfico, as espécies do gênero Peltogyne ocorrem nos mais diferentes tipos de habitats, havendo mesmo espécies como por exemplo, P. catingae típica das "catingas" do Alto rio Negro (Amazonas), que ocorre também sob uma forma melhor desenvolvida e com relativa freqüência nas matas altas de solo argiloso nas proximidades de Manaus, é a subsp. glabra. Nota-se aí, então, uma grande adaptabilidade da espécie a tipos ecológicos diversos. Do ponto de vista sistemático, o gênero Peltogyne após ter sido descrito por Vogel, (1837), teve seu primeiro estudo efetuado por Bentham (1870), seguindo-se o trabalho de Ducke (1938), sendo que este último limitou-se apenas às espécies amazônicas. Atualmente, com um número maior de espécimes colecionados, verificamos ser impossível um estudo do gênero focalizando apenas as espécies distribuídas geograficamente dentro de um só país, em virtude de algumas delas ultrapassarem a fronteira, indo habitar países limítrofes. Esta é a razão pela qual devemos dar prosseguimento ao nosso estudo, tornando-se indispensável a consulta a outros herbários, e mais necessariamente aos tipos de algumas espécies não vistos, a fim de completarmos nosso trabalho. Obviamente que estudamos uma boa coleção obtida como "empréstimo" no entanto, restam ainda alguns problemas taxonômicos que somente podem ser resolvidos após a consulta dos referidos tipos. Finalmente, o gênero Peltogyne contava antes com um total de 29 espécies e, atualmente, depois de nossos estudos, foi restringido para apenas 20 espécies. Este fato decorreu naturalmente da redução de alguns taxa a sinônimo, variedade ou subespécie. Em outros casos, criamos até algumas variedades e subespécies novas para justificar as pequenas variações locais ou geográficas de uma espécie. Assim sendo, além das 20 espécies citadas, conta ainda o gênero com mais subespécies e 2 variedades, totalizando 27 taxa conhecidos. Naturalmente, como ainda nos falta consultar alguns tipos, incluímos como "espécies possivelmente novas" mais 2 espécies, todas provenientes da região Amazônica. Como ajuda à classificação das referidas espécies apresentamos uma Chave baseada nos caracteres morfológicos das plantas estudadas. Ilustram o trabalho 23 fotografias das espécies do gênero, 9 figuras mostrando a distribuição geográfica de várias espécies estudadas, e 3 quadros comparativos.
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Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1975

O gênero Peltogyne da subfamília Caesalpinioidea (Leguminosae) tribo Amherstiae ocupa importante lugar entre as espécies arbóreas amazônicas, devido ao grande número de espécies que aqui ocorre, tem indivíduos que atingem diferentes portes, muito freqüentemente, enormes dimensões. Suas madeiras de propriedades indiscutíveis apresentam coloração roxa ou violácea muito atraente, após cortadas e expostas. Esta é a razão pela qual são em geral vulgarmente conhecidas pelo nome de "pau roxo". Várias espécies já foram motivo de estudos fitoquímicos havendo inclusive sido isolado do cerne da madeira de Peltogyne recifensis uma substância cristalizada, com propriedades antimicrobianas. Atualmente, o gênero Peltogyne conta com 20 espécies distribuídas desde o México ao longo da América Central, no Panamá, até a região Sudeste da América do Sul. A Amazônia Central evidencia-se como o seu centro de distribuição geográfica. Neste particular o gênero Peltogyne relaciona-se aos gêneros Hymenaea ecynometra, segundo Dwyer (1958) e Langenheim (1973), ambos pertencentes à mesma subfamília, das tribos Amberstieae e Detarieae, respectivamente. Evidencia-se ainda como de grande importância taxonômica a estreita similaridade morfológica do gênero Peltogyne com Hymenae, porém com notável peculiaridade quanto aos limites de extensão geográfica de ambos. Hymenaea tem distribuição aparentemente descontínua entre os continentes africano e sulamericano, segundo Langenheim (1.c.), enquanto que Peltogyne distribui-se de modo contínuo da região do Caribe, através da América Central e Panamá, até a região Sudeste do continente sulamericano. Estes taxa, segundo C.A. Mendez e G.G. Simpson apud Langenheim (1.c.), foram distribuídos na América Central e América do Sul durante o período Eoceno, e provavelmente são remanescentes da época em que a floresta amazônica era mais extensa do que atualmente. Segundo aqueles autores, é também provável que Peltogyne, Hymenaca e Cynometra, migraram da região Norte da América do Sul para a América Central. Do ponto de vista fitogeográfico, as espécies do gênero Peltogyne ocorrem nos mais diferentes tipos de habitats, havendo mesmo espécies como por exemplo, P. catingae típica das "catingas" do Alto rio Negro (Amazonas), que ocorre também sob uma forma melhor desenvolvida e com relativa freqüência nas matas altas de solo argiloso nas proximidades de Manaus, é a subsp. glabra. Nota-se aí, então, uma grande adaptabilidade da espécie a tipos ecológicos diversos. Do ponto de vista sistemático, o gênero Peltogyne após ter sido descrito por Vogel, (1837), teve seu primeiro estudo efetuado por Bentham (1870), seguindo-se o trabalho de Ducke (1938), sendo que este último limitou-se apenas às espécies amazônicas. Atualmente, com um número maior de espécimes colecionados, verificamos ser impossível um estudo do gênero focalizando apenas as espécies distribuídas geograficamente dentro de um só país, em virtude de algumas delas ultrapassarem a fronteira, indo habitar países limítrofes. Esta é a razão pela qual devemos dar prosseguimento ao nosso estudo, tornando-se indispensável a consulta a outros herbários, e mais necessariamente aos tipos de algumas espécies não vistos, a fim de completarmos nosso trabalho. Obviamente que estudamos uma boa coleção obtida como "empréstimo" no entanto, restam ainda alguns problemas taxonômicos que somente podem ser resolvidos após a consulta dos referidos tipos. Finalmente, o gênero Peltogyne contava antes com um total de 29 espécies e, atualmente, depois de nossos estudos, foi restringido para apenas 20 espécies. Este fato decorreu naturalmente da redução de alguns taxa a sinônimo, variedade ou subespécie. Em outros casos, criamos até algumas variedades e subespécies novas para justificar as pequenas variações locais ou geográficas de uma espécie. Assim sendo, além das 20 espécies citadas, conta ainda o gênero com mais subespécies e 2 variedades, totalizando 27 taxa conhecidos. Naturalmente, como ainda nos falta consultar alguns tipos, incluímos como "espécies possivelmente novas" mais 2 espécies, todas provenientes da região Amazônica. Como ajuda à classificação das referidas espécies apresentamos uma Chave baseada nos caracteres morfológicos das plantas estudadas. Ilustram o trabalho 23 fotografias das espécies do gênero, 9 figuras mostrando a distribuição geográfica de várias espécies estudadas, e 3 quadros comparativos.

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