Estudo etnofarmacognóstico de plantas medicinais popularmente indicadas para tratamento de doenças tropicais em nove comunidades ribeirinhas do rio Solimões, no trecho Coari - Manaus - AM / Ressiliane Ribeiro Prata Alonso.

Por: Alonso, Ressiliane Ribeiro PrataColaborador(es):Mendonça, Maria Sílvia de [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2011Notas: x, 100 f. : ilAssunto(s): Senna | Etnofarmacologia | Anatomia vegetal | MaláriaClassificação Decimal de Dewey: 581.634 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2011 Sumário: A Amazônia é um bioma que possui significativa diversidade cultural e biológica. O conhecimento local de populações ribeirinhas a respeito das plantas medicinais pode servir de base para a descoberta de novos fármacos para cuidados com doenças tropicais que acometem essas populações. O presente trabalho analisa informações a respeito de plantas medicinais utilizadas para o tratamento de doenças tropicais por comunidades ribeirinhas e identifica substâncias quimicamente ativas em células e/ou tecidos em espécies selecionadas a partir do cálculo de concordância de uso principal de uma espécie (CUP). A pesquisa foi realizada em nove comunidades ribeirinhas ao longo do trecho Coari-Manaus/AM. As entrevistas foram realizadas de março de 2007 a março de 2008, utilizando formulário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, relativas ao uso de plantas para o tratamento de doenças tropicais. Os entrevistados foram escolhidos por amostragem não probabilística e intencional de informantes que conhecem e usam plantas medicinais, através do método ?bola de neve?. Para análise dos dados, foi aplicado cálculo da porcentagem de concordância quanto ao uso principal de uma espécie (CUP). Análises anatômicas, histoquímicas e fitoquímicas foram feitas segundo metodologias usuais. Foram entrevistados 150 moradores nas comunidades. A malária apresentou-se como a única doença, dentre as tropicais, para a qual os entrevistados conhecem plantas para seu tratamento. Das 17 espécies citadas, destacam-se duas que apresentaram maior CUP. Essas espécies foram coletadas e identificadas como Senna occidentalis (manjerioba) e Senna reticulata (mata-pasto). S. occidentalis é usada para profilaxia da malária, indicada para ?conservar o fígado? pelo uso do chá preparado por infusão das folhas e raízes, uma vez ao dia, ao longo do ano. S. reticulata é empregado o chá por infusão da raiz, flor, gema, ou folha, que pode ser tomado 8 vezes ao dia, por 3 dias. A indicação de uso dessas plantas é, de acordo com os usuários, eficaz na recuperação da malária e deve ser concomitante com os cuidados médico hospitalares. A alta CUP de S. occidentalis refere-se à importância do seu uso somente para o tratamento de malária, diferente das outras espécies que possuem diferentes indicações de uso. S. reticulata obteve alta CUP por ser a espécie mais indicada pelos ribeirinhos. A análise anatômica revelou que as folhas de S. occidentalis e S. reticulata são semelhantes em relação à estrutura anatômica, diferenciando-se na presença de tricomas glandulares em S. occidentalis, papilas na epiderme de S. reticulata e na composição histoquímica. As raízes das duas espécies analisadas também se assemelham, destacando-se a presença de fibras gelatinosas e cristais prismásticos e drusas. A prospecção fitoquímica revelou cumarinas, flavanonas, catequinas, esteroides livres, saponinas e bases quaternárias. Os ribeirinhos conhecem e usam plantas para o tratamento e profilaxia da malária, sendo que S. occidentalis e S. reticulata possuem diversos metabólitos que podem estar relacionadas à atividade terapêutica das mesmas.
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Livro Livro Biblioteca INPA
Tese T 581.634 A454e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 12-0378

Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2011

A Amazônia é um bioma que possui significativa diversidade cultural e biológica. O conhecimento local de populações ribeirinhas a respeito das plantas medicinais pode servir de base para a descoberta de novos fármacos para cuidados com doenças tropicais que acometem essas populações. O presente trabalho analisa informações a respeito de plantas medicinais utilizadas para o tratamento de doenças tropicais por comunidades ribeirinhas e identifica substâncias quimicamente ativas em células e/ou tecidos em espécies selecionadas a partir do cálculo de concordância de uso principal de uma espécie (CUP). A pesquisa foi realizada em nove comunidades ribeirinhas ao longo do trecho Coari-Manaus/AM. As entrevistas foram realizadas de março de 2007 a março de 2008, utilizando formulário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, relativas ao uso de plantas para o tratamento de doenças tropicais. Os entrevistados foram escolhidos por amostragem não probabilística e intencional de informantes que conhecem e usam plantas medicinais, através do método ?bola de neve?. Para análise dos dados, foi aplicado cálculo da porcentagem de concordância quanto ao uso principal de uma espécie (CUP). Análises anatômicas, histoquímicas e fitoquímicas foram feitas segundo metodologias usuais. Foram entrevistados 150 moradores nas comunidades. A malária apresentou-se como a única doença, dentre as tropicais, para a qual os entrevistados conhecem plantas para seu tratamento. Das 17 espécies citadas, destacam-se duas que apresentaram maior CUP. Essas espécies foram coletadas e identificadas como Senna occidentalis (manjerioba) e Senna reticulata (mata-pasto). S. occidentalis é usada para profilaxia da malária, indicada para ?conservar o fígado? pelo uso do chá preparado por infusão das folhas e raízes, uma vez ao dia, ao longo do ano. S. reticulata é empregado o chá por infusão da raiz, flor, gema, ou folha, que pode ser tomado 8 vezes ao dia, por 3 dias. A indicação de uso dessas plantas é, de acordo com os usuários, eficaz na recuperação da malária e deve ser concomitante com os cuidados médico hospitalares. A alta CUP de S. occidentalis refere-se à importância do seu uso somente para o tratamento de malária, diferente das outras espécies que possuem diferentes indicações de uso. S. reticulata obteve alta CUP por ser a espécie mais indicada pelos ribeirinhos. A análise anatômica revelou que as folhas de S. occidentalis e S. reticulata são semelhantes em relação à estrutura anatômica, diferenciando-se na presença de tricomas glandulares em S. occidentalis, papilas na epiderme de S. reticulata e na composição histoquímica. As raízes das duas espécies analisadas também se assemelham, destacando-se a presença de fibras gelatinosas e cristais prismásticos e drusas. A prospecção fitoquímica revelou cumarinas, flavanonas, catequinas, esteroides livres, saponinas e bases quaternárias. Os ribeirinhos conhecem e usam plantas para o tratamento e profilaxia da malária, sendo que S. occidentalis e S. reticulata possuem diversos metabólitos que podem estar relacionadas à atividade terapêutica das mesmas.

Área de concentração: Botânica

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