Fatores que influenciam a variação espacial e temporal nas fontes autotróficas de energia e nível trófico do Paracheirodon axelrodi (Osteichthyes, Characidae) num sistema interfluvial do médio rio Negro / Bruce Gavin Marshall.

Por: Marshall, Bruce GavinColaborador(es):Freitas, Carlos Edwar de Carvalho [Orientador] | Forsberg, Bruce Rider [Coorientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2010Notas: 169 f. : il. colorAssunto(s): Cardinal | Cadeia alimentar | Mercúrio | Biomagnificação | IsótoposClassificação Decimal de Dewey: 597.045 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2010 Sumário: Foram investigados os fatores que influenciam a variação espacial e temporal nas fontes autotróficas de energia e o nível trófico do cardinal (Paracheirodon axelrodi) num sistema interfluvial do médio rio Negro. Um objetivo secundário foi investigar a biomagnificação de mercúrio na cadeia alimentar do cardinal e os potenciais mecanismos que controlam este processo. Análises de conteúdo estomacal foram feitas para determinar a dieta do cardinal. O método dos isótopos estáveis de carbono foi utilizado para traçar o carbono orgânico entre as plantas (folhas de árvores/arbustos, herbáceas aquáticas emergentes e submersas, e algas epifíticas e metafíticas flutuantes), invertebrados aquáticos e os peixes. O método dos isótopos estáveis de nitrogênio foi utilizado para indicar o nível trófico do cardinal em relação aos invertebrados aquáticos e às plantas na base da cadeia alimentar. Um modelo de mistura de massa chamado IsoSource foi utilizado para determinar as contribuições relativas de energia para os cardinais e invertebrados aquáticos. Concentrações de mercúrio total (THg) das plantas, invertebrados e peixes foram utilizadas com ?15N para indicar o nível trófico através da biomagnificação do mercúrio ao longo da cadeia trófica. Exemplares de cardinal foram coletados em três igarapés e três campos alagados na região interfluvial durante um periódo de 12 meses. Amostras de água foram coletadas para medir os sedimentos e detritos orgânicos totais em suspensão (TSS), clorofila e o material orgânico particulado fino (FPOM) em suspensão. Os parâmetros físico-químicos da água (pH, oxigênio dissolvido e condutividade) foram medidas em cada ponto de coleta. Foram feitas medidas diárias de cota, temperatura da água e pluviosidade em duas áreas de campo alagado na região interfluvial. A produtividade das algas epifíticas, metafíticas flutuantes, fitoplanctonicas, herbáceas aquáticas emergentes e árvores/arbustos foi estimada e extrapolada utilizando o mapeamento da área alagável e a classificação dos habitats alagáveis na região interfluvial para as épocas da cheia e seca. Índices de seletividade dos grupos de plantas foram determinados por meio das contribuições relativas de energia para os invertebrados aquáticos e cardinais e a produtividade de cada grupo de plantas em relação à produtividade total na região interfluvial. As análises do conteúdo estomacal demonstraram que o cardinal consome principalmente microcrustáceos e larvas de inseto. A floresta foi a principal fonte de energia para os cardinais dos campos e igarapés na cheia, enquanto na seca as algas epifíticas foram a maior fonte para os cardinais dos campos. Os índices de seletividade indicaram uma contribuição preferencial das algas epifíticas em relação à produtividade total. As análises de ?15N mostraram que o cardinal ficou apoximadamente um nível trófico acima dos invertebrados aquáticos e dois níveis acima das plantas. As concentrações de mercúrio total dos juvenís de camarão e peixes em relação aos valores de ?15N mostraram uma forte biomagnificação deste metal entre os níveis tróficos. Foram encontrados elevados níveis de mercúrio nos cardinais no período seco, quando a produção de algas epifíticas e herbáceas aquáticas submersas eram maiores. O consumo seletivo de algas epifíticas por juvenís de camarão e outros invertebrados na cadeia trófica do cardinal pode ser um dos principais mecanismos responsáveis pela alta taxa de biomagnificação observada neste estudo. Os altos níveis de mercúrio encontrados no cardinal e predadores do cardinal como Cichla sp., numa área longe de qualquer fonte antrópica de mercúrio, fornece evidência adicional para a existência de uma grande fonte natural de mercúrio nesta região.
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Tese T 597.045 M367f (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 12-0148

Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2010

Foram investigados os fatores que influenciam a variação espacial e temporal nas fontes autotróficas de energia e o nível trófico do cardinal (Paracheirodon axelrodi) num sistema interfluvial do médio rio Negro. Um objetivo secundário foi investigar a biomagnificação de mercúrio na cadeia alimentar do cardinal e os potenciais mecanismos que controlam este processo. Análises de conteúdo estomacal foram feitas para determinar a dieta do cardinal. O método dos isótopos estáveis de carbono foi utilizado para traçar o carbono orgânico entre as plantas (folhas de árvores/arbustos, herbáceas aquáticas emergentes e submersas, e algas epifíticas e metafíticas flutuantes), invertebrados aquáticos e os peixes. O método dos isótopos estáveis de nitrogênio foi utilizado para indicar o nível trófico do cardinal em relação aos invertebrados aquáticos e às plantas na base da cadeia alimentar. Um modelo de mistura de massa chamado IsoSource foi utilizado para determinar as contribuições relativas de energia para os cardinais e invertebrados aquáticos. Concentrações de mercúrio total (THg) das plantas, invertebrados e peixes foram utilizadas com ?15N para indicar o nível trófico através da biomagnificação do mercúrio ao longo da cadeia trófica. Exemplares de cardinal foram coletados em três igarapés e três campos alagados na região interfluvial durante um periódo de 12 meses. Amostras de água foram coletadas para medir os sedimentos e detritos orgânicos totais em suspensão (TSS), clorofila e o material orgânico particulado fino (FPOM) em suspensão. Os parâmetros físico-químicos da água (pH, oxigênio dissolvido e condutividade) foram medidas em cada ponto de coleta. Foram feitas medidas diárias de cota, temperatura da água e pluviosidade em duas áreas de campo alagado na região interfluvial. A produtividade das algas epifíticas, metafíticas flutuantes, fitoplanctonicas, herbáceas aquáticas emergentes e árvores/arbustos foi estimada e extrapolada utilizando o mapeamento da área alagável e a classificação dos habitats alagáveis na região interfluvial para as épocas da cheia e seca. Índices de seletividade dos grupos de plantas foram determinados por meio das contribuições relativas de energia para os invertebrados aquáticos e cardinais e a produtividade de cada grupo de plantas em relação à produtividade total na região interfluvial. As análises do conteúdo estomacal demonstraram que o cardinal consome principalmente microcrustáceos e larvas de inseto. A floresta foi a principal fonte de energia para os cardinais dos campos e igarapés na cheia, enquanto na seca as algas epifíticas foram a maior fonte para os cardinais dos campos. Os índices de seletividade indicaram uma contribuição preferencial das algas epifíticas em relação à produtividade total. As análises de ?15N mostraram que o cardinal ficou apoximadamente um nível trófico acima dos invertebrados aquáticos e dois níveis acima das plantas. As concentrações de mercúrio total dos juvenís de camarão e peixes em relação aos valores de ?15N mostraram uma forte biomagnificação deste metal entre os níveis tróficos. Foram encontrados elevados níveis de mercúrio nos cardinais no período seco, quando a produção de algas epifíticas e herbáceas aquáticas submersas eram maiores. O consumo seletivo de algas epifíticas por juvenís de camarão e outros invertebrados na cadeia trófica do cardinal pode ser um dos principais mecanismos responsáveis pela alta taxa de biomagnificação observada neste estudo. Os altos níveis de mercúrio encontrados no cardinal e predadores do cardinal como Cichla sp., numa área longe de qualquer fonte antrópica de mercúrio, fornece evidência adicional para a existência de uma grande fonte natural de mercúrio nesta região.

Área de concentração : Biologia de Água Doce e Pesca Interior

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