Controles ambientais e bióticos da dinâmica de plântulas em uma floresta de terra-firme da Amazônia Central / Carlos Eduardo de Araújo Barbosa.

Por: Barbosa, Carlos Eduardo de AraújoColaborador(es):Costa, Flávia Regina Capellotto [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2012Notas: xvi, 113 p. : ilAssunto(s): Plântulas | Plântulas -- Controle ambiental | Plântulas -- Controle biótico | Plântulas -- Florestas de terra firme -- AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 574.52642 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012 Sumário: A transição de plântulas para estágios mais avançados de desenvolvimento é um momento crucial na definição da distribuição de plantas nos trópicos. Dessa forma faz-se necessário compreender os mecanismos envolvidos neste estágio de vida. Assim como na distribuição de plantas adultas, características do solo têm grande influência no estabelecimento de plântulas, mas com diferente intensidade. Este estudo aborda de três formas distintas o papel da granulometria do solo no estabelecimento de plântulas de espécies amazônicas. (1) Para avaliar como a sazonalidade interage com a textura do solo influenciando o estabelecimento de plântulas, a mortalidade e recrutamento de plântulas foram monitorados em 30 parcelas ao longo do gradiente ambiental durante duas estações chuvosas e três estações secas. O atraso nos efeitos da chuva na mortalidade de plântulas foi acessado a partir da comparação da série temporal de chuva com as séries temporais de mortalidade e recrutamento por meio de correlação cruzada e regressões múltiplas com lags de valores de chuva. Encontramos que seca extrema tem grande efeito na mortalidade de plântulas e que seus efeitos continuam durante a estação chuvosa subsequente. Os efeitos negativos da seca na sobrevivência das plântulas em solos argilosos foram observados um mês após o final das chuvas. No entanto a influência da falta de chuva na sobrevivência de plântulas em solos arenosos foi mais imediata, indicando que os baixios são mais vulneráveis ao stress hídrico. Esta pode ser uma das razões para a composição de plantas nos baixios ter um alto turnover com relação aos platôs e vertentes. (2) Ao observar a distribuição de árvores adultas e plântulas ao longo do gradiente de argila no solo foi possível descrever padrões de restrição de espécies a diferentes porções do gradiente edáfico. A maioria das espécies restritas só apresentou essa condição no estágio adulto, sugerindo uma contração do habitat com o avanço dos estágios de vida. Duas espécies foram restritas apenas quando plântulas, o que pode indicar assincronia temporal e/ou espacial na frutificação ao longo do gradiente. (3) Buscando evidências de efeitos de denso-dependência no estabelecimento de plântulas, foi descrita a estrutura genética de uma população de Protium subserratum, uma espécie de árvore comum na Amazônia. Plântulas espacialmente próximas umas das outras tenderam a ser mais similares geneticamente, e essa similaridade diminuiu conforme a distância entre as plântulas aumentava e o estágio ontogenético avançava. No entanto arvoretas e adultos não seguiram essa tendência, e a similaridade entre indivíduos vizinhos nessa classe de tamanho foi alta. Isso sugere um balanço compensatório entre os efeitos negativos de estar próximo de um adulto conspecífico (por exemplo a herbivoria) e as vantagens de estar em um local favorável ao estabelecimento. Também encontramos que plântulas em solos argilosos eram mais relacionadas umas com as outras do que as plântulas em solos arenosos, sugerindo que os efeitos de denso-dependência que mantém a diversidade da comunidade arbórea podem interagir com características ambientais.
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Tese T 574.52642 B238c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 13-0033

Capítulos em inglês.

Tese (doutor)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2012

A transição de plântulas para estágios mais avançados de desenvolvimento é um momento crucial na definição da distribuição de plantas nos trópicos. Dessa forma faz-se necessário compreender os mecanismos envolvidos neste estágio de vida. Assim como na distribuição de plantas adultas, características do solo têm grande influência no estabelecimento de plântulas, mas com diferente intensidade. Este estudo aborda de três formas distintas o papel da granulometria do solo no estabelecimento de plântulas de espécies amazônicas. (1) Para avaliar como a sazonalidade interage com a textura do solo influenciando o estabelecimento de plântulas, a mortalidade e recrutamento de plântulas foram monitorados em 30 parcelas ao longo do gradiente ambiental durante duas estações chuvosas e três estações secas. O atraso nos efeitos da chuva na mortalidade de plântulas foi acessado a partir da comparação da série temporal de chuva com as séries temporais de mortalidade e recrutamento por meio de correlação cruzada e regressões múltiplas com lags de valores de chuva. Encontramos que seca extrema tem grande efeito na mortalidade de plântulas e que seus efeitos continuam durante a estação chuvosa subsequente. Os efeitos negativos da seca na sobrevivência das plântulas em solos argilosos foram observados um mês após o final das chuvas. No entanto a influência da falta de chuva na sobrevivência de plântulas em solos arenosos foi mais imediata, indicando que os baixios são mais vulneráveis ao stress hídrico. Esta pode ser uma das razões para a composição de plantas nos baixios ter um alto turnover com relação aos platôs e vertentes. (2) Ao observar a distribuição de árvores adultas e plântulas ao longo do gradiente de argila no solo foi possível descrever padrões de restrição de espécies a diferentes porções do gradiente edáfico. A maioria das espécies restritas só apresentou essa condição no estágio adulto, sugerindo uma contração do habitat com o avanço dos estágios de vida. Duas espécies foram restritas apenas quando plântulas, o que pode indicar assincronia temporal e/ou espacial na frutificação ao longo do gradiente. (3) Buscando evidências de efeitos de denso-dependência no estabelecimento de plântulas, foi descrita a estrutura genética de uma população de Protium subserratum, uma espécie de árvore comum na Amazônia. Plântulas espacialmente próximas umas das outras tenderam a ser mais similares geneticamente, e essa similaridade diminuiu conforme a distância entre as plântulas aumentava e o estágio ontogenético avançava. No entanto arvoretas e adultos não seguiram essa tendência, e a similaridade entre indivíduos vizinhos nessa classe de tamanho foi alta. Isso sugere um balanço compensatório entre os efeitos negativos de estar próximo de um adulto conspecífico (por exemplo a herbivoria) e as vantagens de estar em um local favorável ao estabelecimento. Também encontramos que plântulas em solos argilosos eram mais relacionadas umas com as outras do que as plântulas em solos arenosos, sugerindo que os efeitos de denso-dependência que mantém a diversidade da comunidade arbórea podem interagir com características ambientais.

Área de concentração : Ecologia

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