Araújo, Cecília Miranda Magno de

Análise genética em variedades crioulas de pimenta murupi (Capiscum chinense jacq.) da Amazônia / Cecília Miranda Magno de Araújo. - Manaus: [s.n.], 2013. - x, 60f. : il., color.

Dissertação

A pimenta murupi (Capsicum chinense Jacq.) é a espécie condimentar pungente mais cultivada e consumida na Amazônia. Em virtude da grande necessidade de conservar este recurso genético, estudos sobre sua diversidade estão sendo fundamentais para o sucesso dos programas de melhoramento genético dessa espécie. Este trabalho teve o objetivo de analisar a variabilidade genética de 20 variedades crioulas de pimenta murupi, originárias de diferentes regiões da Amazônia. O experimento foi realizado na Estação Experimental de Hortaliças do INPA, em Manaus, AM, em solo do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo álico, textura arenosa. Adotou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com 20 tratamentos (as variedades de pimentas) e com três repetições. A unidade experimental foi constituída por cinco plantas úteis de cada parcela. Para a caracterização das variedades foram utilizados nove descritores quantitativos: diâmetro do caule (DC), Altura da planta (AP), largura da copa (LC), comprimento do fruto (CF), diâmetro do fruto (DF), espessura da parede do fruto (EPF), número de frutos/planta (NMF), massa média de frutos (MMF) e massa estimada dos frutos (MEF). Sobre os dados quantitativos procederam-se análises uni e multivariadas, estimativas das medidas de dissimilaridade, coeficientes de correlações fenotípica (rF), genotípica (rG) e de ambiente (rA), agrupamento entre as variedades crioulas de pimenta (VCPs), usando as Distâncias Generalizadas de Mahalanobis (D2) e o Método do Vizinho mais Próximo (VMP). As análises de variância detectaram diferenças significativas entre todos os caracteres avaliados. Com o número de 685,5g frutos por planta-1 e produção estimada de frutos de 1919,4 g planta-1, a VCP17 originária do município Amazonense de Manicoré se destacou entre as demais. As maiores e menores distâncias genéticas foram verificadas, respectivamente, entre a VCP17 e VCP5 (146136,02) e VCP4 e VCP8 (870,52), originárias de Manicoré e São Sebastião do Uatumã, e São Gabriel da Cachoeira e Putumayo. No dendrograma formado por meio de um corte no eixo x a 50% de distância relativa entre as VCPs, seis grupos foram identificados com base no método VMP. O grupo I se constituiu em um grande grupo, reunindo 50% das VCPS. Os grupos IV, V e VI, isolados foram representados, respectivamente, pelas VCP18, VCP27 e VCP22, procedentes de Carauari/AM, Yurimagua/Peru e Canutama/AM. A característica que mais diferenciou a VCP18 das outras foi o tamanho dos frutos, acima de 6 cm. Os 36 pares de caracteres associados apresentaram coeficientes de correlações fenotípica (rF) e genética (rG) com os mesmos sinais e níveis semelhantes de significâncias e superiores . Em 100% dos casos as correlações rG e rF foram superiores às correlações de ambiente. Entre os componentes de produtividade, uma correlação muito forte entre o número de frutos por planta (NFT) e massa estimada de frutos (MEF) (rG = 0,96**) foi significativa em nível de 1% de probabilidade. No geral os caracteres AP, LC, EP, e CF, foram responsáveis para o rendimento no número e produção estimada de frutos. Com esta base genética encontrada nessas VCPs, genótipos podem ser selecionados para o cultivo imediato pelos agricultores familiares do estado do Amazonas e para usá-los em programas de melhoramento genético da pimenta para a Amazônia.


Pimenta murupi.
Descritores morfoagronômicos.
Variabilidade genética.

583.79

T 583.79 / A663a