Preparo e utilização de ingredientes produzidos em Manaus no arraçoamento do matrinchã, Brycon sp. / Manoel Pereira Filho.

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1982

Este trabalho foi dividido em duas partes. A primeira foi um esforço em transformar materiais de origem animal e vegetal disponível localmente em ingredientes de ração animal. A segunda parte consistiu de um ensaio de alimentação realizado com matrinchã, Brycon sp, para comparar dois ingredientes de origem animal - as farinhas de resíduo de peixe e de frango. Foram produzidas farinhas de resíduo de buriti e de feno de salvínia, além de incluídos nas análise o resíduo úmido de cervejaria (cevada) e o farelo de trigo. Todos estes materiais são facilmente encontrados em Manaus e arredores, e obtidos a baixo ou nenhum custos. Os resultados das análises químicas destas farinhas sugerem que estes ingredientes estão disponíveis para uso em dietas animal. Produziu-se a nível artesanal e a nível de laboratório, farinha de peixe inteiro, e farinha de resíduos de peixe, e apenas a nível de laboratório foi produzido farinha de vísceras de frango. Mostrou-se que é possível produzir-se farinhas de origem animal de alto valor biológico, com um custo mínimo em equipamento ou instalações. Dois dos ingredientes de origem animal, a farinha de vísceras de frango e a farinha de resíduos de peixe, que são as matérias prima mais fáceis de serem obtidas em Manaus, foram testados em um ensaio com matrinchã, Brycon sp. O experimento, que teve a duração de 60 dias, foi feito na Estação Piloto de Psicultura do V - 8, do INPA. Os peixes com uma média de peso inicial de 4,2 ± 0, 5g foram distribuídos em três grupos que receberam uma dieta isocalórica para cada grupo, com 30% de proteína bruta, formuladas com os mesmos ingredientes em proporções diferentes, como se segue: a - 1/3 do total da proteína da cada dieta era de origem vegetal e 2/3 de origem animal ; b - No grupo I, o total da proteína animal foi oriunda da farinha de resíduos de peixe; no grupo II, a proteína de peixe e a proteína de farinha de vísceras de frango tinham as mesmas proporções; no grupo III, a totalidade da proteína de origem animal era oriunda da farinha de vísceras de frango. Ao final do experimento observou-se que os peixes que faziam parte do tratamento III, tinham em média 18,52 gramas, havendo portanto um acréscimo médio de 14,36 g, ou seja, 345,19% e os peixes do tratamento I, tiveram acréscimo de 2,09g, ou 48,49% e os peixes do tratamento II tiveram acréscimo de 3,52g, ou 85,44%. A análise de variância mostrou que o tratamento III diferia significativamente ( P0,01) dos tratamentos I e II, e que estes não diferem entre si. Pelo fato do tratamento III apresentar maior índice de crescimento que os demais, conclui-se que, nas condições experimentais deste estudo, a farinha de vísceras de frango é melhor fonte de proteína animal para peixe do que a farinha de resíduo de peixe. .

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.