O mercado de um produto florestal não madeireiro e o resíduo sólido gerado pela sua comercialização : o caso do tucumã (Astrocaryum aculeatum G. Mey.) nas feiras de Manaus / Adriano Amir Didonet.

Por: Didonet, Adriano AmirColaborador(es):Ferraz, Isolde Dorothea Kossmann [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2012Notas: [ix], 67 f. : il. (algumas color. )Assunto(s): Tucumã -- Comercialização -- Manaus (AM) | Astrocaryum aculeatum | Produto florestal não madeireiro | Resíduos sólidosClassificação Decimal de Dewey: 664.8046 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA, 2012 Sumário: O tucumã (Astrocaryum aculeatum G. Mey.) é uma palmeira amazônica com uso tradicional diversificado. O comércio do seus frutos comestíveis se tornou numa importante contribuição econômica com tendência crescente nos mercados e feiras da Amazônia Central. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a comércio atual dos frutos de tucumã nas feiras e mercados de Manaus, a agregação de valor pela venda da polpa e a evolução histórica dos preços. Devido ao baixo rendimento de polpa por fruto, uma grande quantidade de resíduo orgânico é produzida pela comercialização dos frutos. Assim, este estudo objetivou também um diagnostico quantitativo e qualitativo do resíduo produzido mensalmente e seu destino atual. Os dados de procedência, quantidade comercializada e descartada, preço, e outras observações foram obtidos através da aplicação mensal de um questionário semi-estruturado, aos comerciantes em seis feiras e mercados de Manaus entre maio de 2011 e abril de 2012. O rendimento da polpa dos frutos, das procedências que abasteceram o mercado de Manaus, foi avaliado gravimetricamente. A evolução histórica do valor real do tucumã entre 1995 e 2012 foi calculado baseado em relatos anteriores. Durante o ano de observação, foram comercializadas 367,8 toneladas de frutos de tucumã nas feiras e mercados de Manaus, com média mensal de 30,7 (±7,4) toneladas. Os frutos se originaram de 20 diferentes municípios localizados um raio de até mil km de Manaus. As principais localidades fornecedoras foram os municípios de Itacoatiara, Terra Santa, Rio Preto da Eva, Autazes e a bacia do Rio Madeira. A alternância da origem dos frutos garantiu o abastecimento contínuo do mercado de Manaus. Entretanto observou-se uma sazonalidade da oferta com uma redução de volume e uma redução de número de procedências entre setembro e outubro. A menor oferta foi observada em outubro de 2011, com 13,6 toneladas de frutos. Os frutos chegaram a Manaus em sacas de 41 (±3) kg, com preço de R$ 70,90 (± 31,35). Após a seleção dos frutos por qualidade e tamanho, os melhores, entretanto menores foram geralmente vendidos em dúzia (R$ 3,80 ± 1,15) e o restante foi descascado para a venda da polpa (R$/kg 31,50 ± 6,53). Atualmente o fruto de tucumã é um dos mais caros da feira. O baixo rendimento de polpa por fruto, e seu curto tempo de prateleira são fatores que contribuem com o elevado custo do tucumã. Além disso, o esforço elevado do processo manual determina um aumento de 50% no preço do kg da polpa retirada. Desde 1995 o valor real aumentou de 230 % para a saca, 316 % da dúzia do fruto, e 253 % da polpa. Somente 12% do peso seco do fruto foram aproveitadas, as demais partes foram descartadas. O pirênio (caroço) constitui 70% deste resíduo. Ele é composto de 61 % de um endocarpo lenhoso e 39 % da semente oleaginosa. Durante o ano de observação, foi produzido um total de 286 t de resíduos com média mensal de 22,5 (±5,5). 53% desta quantidade foram depositadas nas feiras com fácil acesso. A sazonalidade da oferta causou redução somente durante o mês de outubro, de cerca de 8 t na quantidade de resíduo produzido nas feiras. O estudo indica que o mercado de tucumã continua em expansão e apresenta a demanda maior do que a oferta. Desta forma para garantir a expansão da produção de frutos com melhor qualidade, há necessidade de investimento em tecnologias mais eficientes de armazenamento e processamento da polpa, melhorar a infra-estrutura que viabilize o uso das populações espontâneas e a implementar plantios racionais. Por fim, a quantidade mensal do resíduo levantada neste estudo e a facilidade de acesso indicam a possibilidade de um aproveitamento diferenciado com ganho econômico, social e ambiental para a cadeia produtiva do tucumã.
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Livro Livro Biblioteca INPA
Dissertação T 664.8046 D557m (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 13-0070

Dissertação (mestre) - INPA, 2012

O tucumã (Astrocaryum aculeatum G. Mey.) é uma palmeira amazônica com uso tradicional diversificado. O comércio do seus frutos comestíveis se tornou numa importante contribuição econômica com tendência crescente nos mercados e feiras da Amazônia Central. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a comércio atual dos frutos de tucumã nas feiras e mercados de Manaus, a agregação de valor pela venda da polpa e a evolução histórica dos preços. Devido ao baixo rendimento de polpa por fruto, uma grande quantidade de resíduo orgânico é produzida pela comercialização dos frutos. Assim, este estudo objetivou também um diagnostico quantitativo e qualitativo do resíduo produzido mensalmente e seu destino atual. Os dados de procedência, quantidade comercializada e descartada, preço, e outras observações foram obtidos através da aplicação mensal de um questionário semi-estruturado, aos comerciantes em seis feiras e mercados de Manaus entre maio de 2011 e abril de 2012. O rendimento da polpa dos frutos, das procedências que abasteceram o mercado de Manaus, foi avaliado gravimetricamente. A evolução histórica do valor real do tucumã entre 1995 e 2012 foi calculado baseado em relatos anteriores. Durante o ano de observação, foram comercializadas 367,8 toneladas de frutos de tucumã nas feiras e mercados de Manaus, com média mensal de 30,7 (±7,4) toneladas. Os frutos se originaram de 20 diferentes municípios localizados um raio de até mil km de Manaus. As principais localidades fornecedoras foram os municípios de Itacoatiara, Terra Santa, Rio Preto da Eva, Autazes e a bacia do Rio Madeira. A alternância da origem dos frutos garantiu o abastecimento contínuo do mercado de Manaus. Entretanto observou-se uma sazonalidade da oferta com uma redução de volume e uma redução de número de procedências entre setembro e outubro. A menor oferta foi observada em outubro de 2011, com 13,6 toneladas de frutos. Os frutos chegaram a Manaus em sacas de 41 (±3) kg, com preço de R$ 70,90 (± 31,35). Após a seleção dos frutos por qualidade e tamanho, os melhores, entretanto menores foram geralmente vendidos em dúzia (R$ 3,80 ± 1,15) e o restante foi descascado para a venda da polpa (R$/kg 31,50 ± 6,53). Atualmente o fruto de tucumã é um dos mais caros da feira. O baixo rendimento de polpa por fruto, e seu curto tempo de prateleira são fatores que contribuem com o elevado custo do tucumã. Além disso, o esforço elevado do processo manual determina um aumento de 50% no preço do kg da polpa retirada. Desde 1995 o valor real aumentou de 230 % para a saca, 316 % da dúzia do fruto, e 253 % da polpa. Somente 12% do peso seco do fruto foram aproveitadas, as demais partes foram descartadas. O pirênio (caroço) constitui 70% deste resíduo. Ele é composto de 61 % de um endocarpo lenhoso e 39 % da semente oleaginosa. Durante o ano de observação, foi produzido um total de 286 t de resíduos com média mensal de 22,5 (±5,5). 53% desta quantidade foram depositadas nas feiras com fácil acesso. A sazonalidade da oferta causou redução somente durante o mês de outubro, de cerca de 8 t na quantidade de resíduo produzido nas feiras. O estudo indica que o mercado de tucumã continua em expansão e apresenta a demanda maior do que a oferta. Desta forma para garantir a expansão da produção de frutos com melhor qualidade, há necessidade de investimento em tecnologias mais eficientes de armazenamento e processamento da polpa, melhorar a infra-estrutura que viabilize o uso das populações espontâneas e a implementar plantios racionais. Por fim, a quantidade mensal do resíduo levantada neste estudo e a facilidade de acesso indicam a possibilidade de um aproveitamento diferenciado com ganho econômico, social e ambiental para a cadeia produtiva do tucumã.

Área de concentração : Manejo Florestal e Silvicultura

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