Dinâmica da população de Xylopia brasiliensis Sprengel (Annonaceae) em uma floresta de galeria em Itutinga-MG / Bruno Senna Corrêa.

Por: Corrêa, Bruno SennaColaborador(es):Oliveira Filho, Ary Teixeira [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2001Notas: 74 f. : ilAssunto(s): Xylopia brasiliensis -- Populações -- Itutinga (MG)Classificação Decimal de Dewey: 634.973115 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade Federal de Lavras, 2001 Sumário: A dinâmica de uma população de Xylopia brasiliensis foi estudada entre 1997 e 1999 em uma floresta de galeria (Mata de Camargos) de 7,5 ha no município de Itutinga, MG. As taxas populacionais da espécie foram relacionadas à variáveis ambientais, à densidade e área basal da espécie e da comunidade. Para tal fim, foram estabelecidas 134 parcelas contíguas de 10 x 10 m (1,34 ha) em duas áreas da floresta (Blocos AB e CD). Estas parcelas abrangeram diferentes ambientes: Setor Borda (próxima aos limites), Setor Margem (próxima ao curso d'água) e Setor Meio (intermediário). Nestas parcelas foram feitos dois levantamentos consecutivos de todos os indivíduos de X. brasiliensis (1997 e 1999). Em cada levantamento, os indivíduos tiveram seus diâmetros ao nível do solo (DNS) e alturas medidas (alturas acima de 2 m foram estimadas) e foram etiquetados. O segundo levantamento objetivou registrar o recrutamento, a mortalidade e o crescimento dos indivíduos sobreviventes. Para a área total amostrada (Geral), foi observado um aumento líquido do número de indivíduos de X. brasiliensis, sendo este mais acentuado entre os indivíduos menores. Este aumento foi mais intenso em algumas áreas localizadas (Bloco AB e Setor Borda). Foi realizada uma análise da variação das taxas de X. brasiliensis entre Blocos e Setores (Kruskal-Wallis). Foi observado maior recrutamento no Setor Borda, maior mudança (densidade) de indivíduos de 0 a 1 cm de diâmetro no Bloco AB, maior mortalidade de indivíduos de 0 a 1 cm de diâmetro no Bloco CD, maior mudança (área basal) no Bloco AB e no Setor Borda, maior acréscimo (área basal) no Setor de Borda e maior decréscimo (área basal) no Bloco CD. Foi investigada a dinâmica da espécie em relação a três classes de diâmetro, 0-1 cm, 1-5 cm e 5 cm. De uma forma geral, houve uma tendência dos indivíduos passarem rapidamente da primeira classe de diâmetro para a classe intermediária, onde o crescimento dos indivíduos é aparantemente mais lento, enquanto "aguardam" oportunidades para ocuparem aberturas no dossel. A influência da comunidade sobre a dinâmica de X. brasiliensis foi investigada através de regressões entre a densidade de indivíduos de 10 a 20 cm e maiores que 20 cm de diâmetro da comunidade e as taxas populacionais em termos de número de indivíduos e área basal de X. brasiliensis, tanto para o Geral como para os Blocos e os Setores. Foram observadas correlações positivas entre as taxas de mudança em densidade e acréscimo em área basal da espécie estudada com a densidade de indivíduos de 10 a 20 cm maiores que 20 cm e correlações negativas entre as taxas de mudança em área basal e acréscimo em área basal com a densidade de indivíduos de 10 a 20 cm e maiores que 20 cm. Essas correlações indicam que, possivelmente, nas áreas com maior densidade de indivíduos de grande porte da comunidade está ocorrendo a inibição, por competição, do crescimento de indivíduos de X. brasiliensis. A influência dos parâmetros populacionais de X. brasiliensis sobre sua dinâmica foi investigada através de regressões das taxas populacionais em relação ao número de indivíduos e área basal da espécie, tanto para o Geral como para os Blocos e os Setores. Foram observadas correlações negativas com taxa de mudança em área basal, taxa de acréscimo e taxa de recrutamento e correlações positivas com taxas de recrutamento e taxas de mortalidade em áreas localizadas do fragmento estudado. Os efeitos localizados das correlações observadas sugerem a existência de competição intraespecífica assimétrica regida pelos indivíduos adultos e subadultos de X. brasiliensis, reduzindo o crescimento, o recrutamento e a sobreviência dos indivíduos. Foi investigada a influência da abertura de dossel e da topografia (cota média e desnível máximo) sobre a dinâmica de X. brasiliensis. A variação espacial da dinâmica da espécie está relacionada principalmente ao fator luz. O aumento das intensidades luminosas, principalmente no Setor Borda, parece favorecer o recrutamento, o acréscimo e o ganho em área basal.
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Dissertação (mestre) - Universidade Federal de Lavras, 2001

A dinâmica de uma população de Xylopia brasiliensis foi estudada entre 1997 e 1999 em uma floresta de galeria (Mata de Camargos) de 7,5 ha no município de Itutinga, MG. As taxas populacionais da espécie foram relacionadas à variáveis ambientais, à densidade e área basal da espécie e da comunidade. Para tal fim, foram estabelecidas 134 parcelas contíguas de 10 x 10 m (1,34 ha) em duas áreas da floresta (Blocos AB e CD). Estas parcelas abrangeram diferentes ambientes: Setor Borda (próxima aos limites), Setor Margem (próxima ao curso d'água) e Setor Meio (intermediário). Nestas parcelas foram feitos dois levantamentos consecutivos de todos os indivíduos de X. brasiliensis (1997 e 1999). Em cada levantamento, os indivíduos tiveram seus diâmetros ao nível do solo (DNS) e alturas medidas (alturas acima de 2 m foram estimadas) e foram etiquetados. O segundo levantamento objetivou registrar o recrutamento, a mortalidade e o crescimento dos indivíduos sobreviventes. Para a área total amostrada (Geral), foi observado um aumento líquido do número de indivíduos de X. brasiliensis, sendo este mais acentuado entre os indivíduos menores. Este aumento foi mais intenso em algumas áreas localizadas (Bloco AB e Setor Borda). Foi realizada uma análise da variação das taxas de X. brasiliensis entre Blocos e Setores (Kruskal-Wallis). Foi observado maior recrutamento no Setor Borda, maior mudança (densidade) de indivíduos de 0 a 1 cm de diâmetro no Bloco AB, maior mortalidade de indivíduos de 0 a 1 cm de diâmetro no Bloco CD, maior mudança (área basal) no Bloco AB e no Setor Borda, maior acréscimo (área basal) no Setor de Borda e maior decréscimo (área basal) no Bloco CD. Foi investigada a dinâmica da espécie em relação a três classes de diâmetro, 0-1 cm, 1-5 cm e 5 cm. De uma forma geral, houve uma tendência dos indivíduos passarem rapidamente da primeira classe de diâmetro para a classe intermediária, onde o crescimento dos indivíduos é aparantemente mais lento, enquanto "aguardam" oportunidades para ocuparem aberturas no dossel. A influência da comunidade sobre a dinâmica de X. brasiliensis foi investigada através de regressões entre a densidade de indivíduos de 10 a 20 cm e maiores que 20 cm de diâmetro da comunidade e as taxas populacionais em termos de número de indivíduos e área basal de X. brasiliensis, tanto para o Geral como para os Blocos e os Setores. Foram observadas correlações positivas entre as taxas de mudança em densidade e acréscimo em área basal da espécie estudada com a densidade de indivíduos de 10 a 20 cm maiores que 20 cm e correlações negativas entre as taxas de mudança em área basal e acréscimo em área basal com a densidade de indivíduos de 10 a 20 cm e maiores que 20 cm. Essas correlações indicam que, possivelmente, nas áreas com maior densidade de indivíduos de grande porte da comunidade está ocorrendo a inibição, por competição, do crescimento de indivíduos de X. brasiliensis. A influência dos parâmetros populacionais de X. brasiliensis sobre sua dinâmica foi investigada através de regressões das taxas populacionais em relação ao número de indivíduos e área basal da espécie, tanto para o Geral como para os Blocos e os Setores. Foram observadas correlações negativas com taxa de mudança em área basal, taxa de acréscimo e taxa de recrutamento e correlações positivas com taxas de recrutamento e taxas de mortalidade em áreas localizadas do fragmento estudado. Os efeitos localizados das correlações observadas sugerem a existência de competição intraespecífica assimétrica regida pelos indivíduos adultos e subadultos de X. brasiliensis, reduzindo o crescimento, o recrutamento e a sobreviência dos indivíduos. Foi investigada a influência da abertura de dossel e da topografia (cota média e desnível máximo) sobre a dinâmica de X. brasiliensis. A variação espacial da dinâmica da espécie está relacionada principalmente ao fator luz. O aumento das intensidades luminosas, principalmente no Setor Borda, parece favorecer o recrutamento, o acréscimo e o ganho em área basal.

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