Extrativismo e comercialização da fava-d'anta (Dimorphandra sp) : um estudo de caso na região de cerrado de Minas Gerais / Laura Jane Gomes.

Por: Gomes, Laura JaneColaborador(es):Gomes, Marcos Affonso Ortiz [Orientador]Detalhes da publicação: Lavras : [s.n.], 1998Notas: 158 p. : ilAssunto(s): Fava d'anta -- Comercialização | Fava d'anta -- ExploraçãoClassificação Decimal de Dewey: 634.973 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade Federal de Lavras, 1998 Sumário: Este trabalho procura mostrar a importância sócio-econômica da fava-d'anta (Dimorphandra sp), árvore nativa do Cerrado, da qual são retirados princípios ativos utilizados nas indústrias farmacêuticas e de cosméticos. O estudo possibilita dar suporte para políticas sócio-econômicas e ecológicas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável desta região. A pesquisa foi realizada através da metodologia de estudo de caso, com coleta e análise das informações, baseado na técnica de triangulação, O levantamento das informações no campo foi feito através de entrevistas e observações durante o ano de 1997, no caso dos coletores, aproveitando a época em que acontece a coleta das favas. foram selecionadas comunidades do norte de Minas Gerais, onde a fava-d'anta é explorada e comercializada em maior escala. Os gerentes das três indústrias processadoras dos princípios ativos também foram entrevistados. Outras informações foram obtidas a partir de jornais, revistas, artigos, teses, livros e dados de exportação. Os resultados mostram que os princípios ativos oriundos da fava-d'anta são três, sendo que o principal é a rutina que já chegou a ser explorada para 18 países e é responsável pelo suprimento da demanda de 50% do mercado mundial. Estima-se que 20.000 t de favas verdes são extraídas anualmente para suprir a demanda industrial. A cadeia de comercialização envolve coletores, atacadistas locais e atacadistas regionais até chegar ao mercado terminal. Os atacadistas locais e regionais ficam com maior porcentagem, chegando o atacadista regional a ficar com 52%. Este estudo faz também uma descrição do sistema extrativista e mostra as suas atuais tendências. Ao que tudo indica, haverá a permanência deste sistema, pois a domesticação ou a prática de um manejo racional da espécie estão longe de acontecer. Mostra também uma análise da relação entre a revolução verde e a falta de políticas de investimentos em espécies nativas com pontencial econômico. Outro enfoque dado teve o objetivo de analisar este produto natural-extrativo, sob a ótica do Complexo Agro-industrial, pois podemos observar que, apesar da fava-d'anta ser um produto que não apresenta um setor à montante e de agricultura estruturados, ela apresenta o setor à jusante totalmente consolidado, com significativa importância sócio-econômica, pois 95% da produção de sua matéria-prima destina-se ao mercado externo, movimentando um negócio um média de doze milhões de dólares no processo de exportação, sem deixar "rastros" consolidados de desenvolvimento regional de onde ocorrem a extração.
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Dissertação (mestre) - Universidade Federal de Lavras, 1998

Este trabalho procura mostrar a importância sócio-econômica da fava-d'anta (Dimorphandra sp), árvore nativa do Cerrado, da qual são retirados princípios ativos utilizados nas indústrias farmacêuticas e de cosméticos. O estudo possibilita dar suporte para políticas sócio-econômicas e ecológicas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável desta região. A pesquisa foi realizada através da metodologia de estudo de caso, com coleta e análise das informações, baseado na técnica de triangulação, O levantamento das informações no campo foi feito através de entrevistas e observações durante o ano de 1997, no caso dos coletores, aproveitando a época em que acontece a coleta das favas. foram selecionadas comunidades do norte de Minas Gerais, onde a fava-d'anta é explorada e comercializada em maior escala. Os gerentes das três indústrias processadoras dos princípios ativos também foram entrevistados. Outras informações foram obtidas a partir de jornais, revistas, artigos, teses, livros e dados de exportação. Os resultados mostram que os princípios ativos oriundos da fava-d'anta são três, sendo que o principal é a rutina que já chegou a ser explorada para 18 países e é responsável pelo suprimento da demanda de 50% do mercado mundial. Estima-se que 20.000 t de favas verdes são extraídas anualmente para suprir a demanda industrial. A cadeia de comercialização envolve coletores, atacadistas locais e atacadistas regionais até chegar ao mercado terminal. Os atacadistas locais e regionais ficam com maior porcentagem, chegando o atacadista regional a ficar com 52%. Este estudo faz também uma descrição do sistema extrativista e mostra as suas atuais tendências. Ao que tudo indica, haverá a permanência deste sistema, pois a domesticação ou a prática de um manejo racional da espécie estão longe de acontecer. Mostra também uma análise da relação entre a revolução verde e a falta de políticas de investimentos em espécies nativas com pontencial econômico. Outro enfoque dado teve o objetivo de analisar este produto natural-extrativo, sob a ótica do Complexo Agro-industrial, pois podemos observar que, apesar da fava-d'anta ser um produto que não apresenta um setor à montante e de agricultura estruturados, ela apresenta o setor à jusante totalmente consolidado, com significativa importância sócio-econômica, pois 95% da produção de sua matéria-prima destina-se ao mercado externo, movimentando um negócio um média de doze milhões de dólares no processo de exportação, sem deixar "rastros" consolidados de desenvolvimento regional de onde ocorrem a extração.

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