Distribuição da variação genética de Cedrela fissilis Vell., em fragmentos florestais, no sul de Minas Gerais, por meio de isoenzimas / Joema Souza Rodrigues Póvoa.

Dissertação (mestrado)--Universidade Federal de Lavras, MG, 2002.

Três populações naturais de Cedrela fissilis Vell., espécie arbórea rara de ampla distribuição, foram estudadas por meio da eletroforese de isoenzimas, o objetivo foi determinar os níveis de variabilidade mantidos dentro e entre as populações, o fluxo gênico, o sistema reprodutivo, a distribuição espacial dos genótipos e o tamanho efetivo das populações. Duas das populações amostradas se encontram no município de Lavras (matas do Capivari e Lagoa), e a terceira no município de Luminárias (mata do Galego), ambas no sul de Minas Gerais. Foram amostrados 47, 14 e 5 indivíduos adultos e 7, 2 e 2 famílias das matas do Galego, Capivari e Lagoa, respectivamente. Foram testados 21 sistemas enzimáticos dos quais 3 foram revelados nos adultos e 5 nas progênies, perfazendo um total de 13 locos e 37 alelos. O polimorfismo médio (P) foi igual a 48,72% nos adultos e 76,92% na progênie, sendo limite de freqüência igual ou superior a 0,99. O número médio de alelos por loco (A) foi igual a 2,43 e 2,36 e a heterozigosidade média esperada foi igual a 0,380 e 0,330 nos adultos e progênies, respectivamente. A análise da distribuição da variabilidade genética revelou não haver endogamia para o conjunto dos adultos e das famílias (F= -0,090 e -0,213), tendência a um aumento na endogamia das progênies para os adultos (f = -0,126 e -0,340) e baixa divergência genética entre as populações e entre as progênies. A taxa média de cruzamento multilocos das populações foi alta, indicando que a espécie é de reprodução mista predominatemente alógama. O fluxo gênico medido pelo número de migrantes foi alto, 2,33 em média. Os tamanhos efetivos estimados para as populações a partir dos adultos foram ligeiramente superiores aos tamanhos reais, sendo variável a representatividade genética das matrizes nas populações (39,72%, 65,27% e 89,71%). A área mínima estimada para conservação da espécie in situ foi de 260 ha, para N igual a 50. Os genótipos dos adultos da mata do Galego não apresentaram estruturação espacial.