Variação de algumas características na madeira de Pinus pinaster Ait. / Fortunato Manuel de Almeida Fonseca.

Tese (doutorado)--Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 1989.

Este trabalho avalia, quantifica e relaciona a variação da estrutura, do crescimento, da densidade e da qualidade física e mecânica na madeira de Pinus pinaster Ait. O material para a execução do trabalho foi colhido em locais com grande variação de clima e de qualidade de crescimento na região Norte de Portugal. As origens de variação são identificadas como Locais (L), Parcelas (P), Árvores (A), Níveis (N), Direcções (D) e Anéis (R), em séries verticais, oblíquas e proporcionais de amostragem. Na generalidade não se consegue tirar partido do significado estatístico dos resultados sem a quantificação relativa da sua contribuição para a variação global. O efeito ambiental na qualidade da madeira é geralmente ou reduzido ou extremamente discutível a sua quantificação. A presença de lenho juvenil é um facto de redução de qualidade e de variabilidade de natureza não ontogenética da madeira. A variação do comprimento das fibras obedece aos padrões normalmente estabelecidos para as resinosas. A variação da densidade é explicada pela variação das dimensões transversais das fibras do lenho inicial e pela percentagem de lenho final. As árvores são sempre uma origem altamente significativa e elevada de variação. Os níveis de colheita de material nas árvores são a origem mais importante de variação ou redução da qualidade da madeira com a altura dos níveis. A quantidade de crescimento não tem qualquer influência na qualidade e resistência da madeira. As características mais independentes da densidade são as que têm uma varição menos associada aos níveis de colheita de material nas árvores e que expressam, ou a quantidade de crescimento, ou a dependência mais elevada da reactividade higroscópica da madeira com a água, com origens de variação edáfo-climática mais acentuadas.