Os efeitos do desmatamento sobre os estágios iniciais da sucessão vegetal : aspectos ecológicos das espécies pioneiras / Pedro Augusto Suárez Mera.

Por: Suárez Mera, Pedro AugustoColaborador(es):Rodrigues, William A [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 1984Notas: 167 f. : ilAssunto(s): Desmatamento -- Amazônia | Ecologia florestal -- Amazônia | Espécies pioneiras -- Ecologia -- Amazônia | Sucessão ecológica -- AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 634.956 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1984 Sumário: Estudos sucessionais em áreas desmatadas e queimadas, envolvendo a determinação florística, potencial de sementes no solo, forma de colonização (sementes e brotação), forma ou hábito biológico (árvores, arbustos, ervas e cipós), diversidade, semelhança, freqüência, ocorrência, distribuição, mortandade, fenologia, agrupamento, associações, etc., bem como os fatores ambientais, foram realizados num platô de terra firme, cobrindo uma área de aproximadamente 3 ha., no Km 45 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), considerada uma área característica de mata pluvial amazônica, onde constantemente sofre o efeito da derruba e queima pelas práticas agrícolas itinerantes ou de sustentação, pelos programas de colonização e assentamentos rurais e pelos grandes projetos agropecuários a médio e longo prazo atualmente em execução gerando como conseqüência um processo contínuo de sucessão, envolvendo um elevado grau na diversidade de espécies pioneiras características da vegetação secundária, principalmente árvores, arbustos e cipós, com pouca significância de espécies herbáceas, as quais na maioria dos casos utilizam diversos mecanismos e estratégias altamente especializadas e eficientes para estabelecer-se e desenvolver-se nas clareiras no transcurso da sucessão. No período de um ano (1979), através do método fixo, foi possível observar parte da dinâmica vegetal, obtendo desta forma informações básicas para a melhor compreensão dos efeitos do desmatamento sobre as primeiras faces sucessionais. A composição florística das três áreas de clareira mostrou um elevado grau de diversidade, representada por 222 espécies, as quais pela foram biológica, 109 correspondiam a árvores, 46 a arbustos, 7 a ervas e 60 espécies a cipós; e pela foram de colonização, 103 espécies se estabeleceram por sementes e 119 espécies por brotação. Não foi observada uma marcada seqüência das etapas sucessionais, que geralmente ocorre em outras áreas e regiões do hemisfério, etapas essas estudadas anteriormente por diversos pesquisadores. Somente uma espécie, Emilia sonchifolia, foi observada e considerada fazendo parte da etapa herbácea, com elevado número de indivíduos, restrita à maior área de clareira, apresentando um elevado grau de reprodução e dispersão, ao mesmo tempo um período curto de vida, desaparecendo completamente do sexto mês de estabelecimento e desenvolvimento. As estapas semi-arbustivas (cipós), arbustivas e arbóreas tiveram um estabelecimento e desenvolvimento paralelo e contínuo no transcurso da sucessão no período de um ano, variando a continuidade em função da abertura de clareira. A diversidade, ocorrência e densidade de indivíduos/espécie/área foi inversamente porporcional ao tamanho da área da clareira. De igual modo, o número de espécies estabelecidas por brotação teve um elevado significado na composição florística global das três áreas estudadas referente às espécies estabelecidas por sementes, mostrando um maior número de espécies por menor área de clareira, as quais têm sua origem dos tocos residuais (principalmente das espécies arbóreas e cipós da mata original). No período de um ano de sucessão, poucas espécies conseguem maturidade sexual. Entre elas, se encontram árvores de porte médio do gênero Cecropia, pequenos arbustos do gênero Solanum e cipós dos gêneros Passiflora e Davilla. Ao mesmo tempo, foi observado que o maior crescimento em volume corresponde às espécies arbóreas de características secundárias dos gêneros Cecropia, Byrsonima, Bellucia, Goupia, Miconia, Croton, Bocageopsis, Sacoglottis etc., as quais têm sua aparição desde os primeiros meses da sucessão, e o maior volume está em função ao maior tamanho de clareira. Edafologicamente, as três áreas são quase similares, mas as respostas da dinâmica sucessional, principalmente no que se refere à diversidade, distribuição, agrupamentos, crescimento e reprodução, têm significância também o tamanho da clareira. O índice de mortandade foi observado nos meses mais secos, e os índices de aparecimento nos primeiros três meses do ano que é a estação mais chuvosa, os quais variam também em função do tamanho da clareira. O potencial florístico, através de sementes retidos na serrapilheira e solo da mata de terra firme, mostrou uma elevada diversidade, principalmente no que se refere a espécies pioneiras com características secundárias, na sua maioria árvores.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1984

Estudos sucessionais em áreas desmatadas e queimadas, envolvendo a determinação florística, potencial de sementes no solo, forma de colonização (sementes e brotação), forma ou hábito biológico (árvores, arbustos, ervas e cipós), diversidade, semelhança, freqüência, ocorrência, distribuição, mortandade, fenologia, agrupamento, associações, etc., bem como os fatores ambientais, foram realizados num platô de terra firme, cobrindo uma área de aproximadamente 3 ha., no Km 45 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), considerada uma área característica de mata pluvial amazônica, onde constantemente sofre o efeito da derruba e queima pelas práticas agrícolas itinerantes ou de sustentação, pelos programas de colonização e assentamentos rurais e pelos grandes projetos agropecuários a médio e longo prazo atualmente em execução gerando como conseqüência um processo contínuo de sucessão, envolvendo um elevado grau na diversidade de espécies pioneiras características da vegetação secundária, principalmente árvores, arbustos e cipós, com pouca significância de espécies herbáceas, as quais na maioria dos casos utilizam diversos mecanismos e estratégias altamente especializadas e eficientes para estabelecer-se e desenvolver-se nas clareiras no transcurso da sucessão. No período de um ano (1979), através do método fixo, foi possível observar parte da dinâmica vegetal, obtendo desta forma informações básicas para a melhor compreensão dos efeitos do desmatamento sobre as primeiras faces sucessionais. A composição florística das três áreas de clareira mostrou um elevado grau de diversidade, representada por 222 espécies, as quais pela foram biológica, 109 correspondiam a árvores, 46 a arbustos, 7 a ervas e 60 espécies a cipós; e pela foram de colonização, 103 espécies se estabeleceram por sementes e 119 espécies por brotação. Não foi observada uma marcada seqüência das etapas sucessionais, que geralmente ocorre em outras áreas e regiões do hemisfério, etapas essas estudadas anteriormente por diversos pesquisadores. Somente uma espécie, Emilia sonchifolia, foi observada e considerada fazendo parte da etapa herbácea, com elevado número de indivíduos, restrita à maior área de clareira, apresentando um elevado grau de reprodução e dispersão, ao mesmo tempo um período curto de vida, desaparecendo completamente do sexto mês de estabelecimento e desenvolvimento. As estapas semi-arbustivas (cipós), arbustivas e arbóreas tiveram um estabelecimento e desenvolvimento paralelo e contínuo no transcurso da sucessão no período de um ano, variando a continuidade em função da abertura de clareira. A diversidade, ocorrência e densidade de indivíduos/espécie/área foi inversamente porporcional ao tamanho da área da clareira. De igual modo, o número de espécies estabelecidas por brotação teve um elevado significado na composição florística global das três áreas estudadas referente às espécies estabelecidas por sementes, mostrando um maior número de espécies por menor área de clareira, as quais têm sua origem dos tocos residuais (principalmente das espécies arbóreas e cipós da mata original). No período de um ano de sucessão, poucas espécies conseguem maturidade sexual. Entre elas, se encontram árvores de porte médio do gênero Cecropia, pequenos arbustos do gênero Solanum e cipós dos gêneros Passiflora e Davilla. Ao mesmo tempo, foi observado que o maior crescimento em volume corresponde às espécies arbóreas de características secundárias dos gêneros Cecropia, Byrsonima, Bellucia, Goupia, Miconia, Croton, Bocageopsis, Sacoglottis etc., as quais têm sua aparição desde os primeiros meses da sucessão, e o maior volume está em função ao maior tamanho de clareira. Edafologicamente, as três áreas são quase similares, mas as respostas da dinâmica sucessional, principalmente no que se refere à diversidade, distribuição, agrupamentos, crescimento e reprodução, têm significância também o tamanho da clareira. O índice de mortandade foi observado nos meses mais secos, e os índices de aparecimento nos primeiros três meses do ano que é a estação mais chuvosa, os quais variam também em função do tamanho da clareira. O potencial florístico, através de sementes retidos na serrapilheira e solo da mata de terra firme, mostrou uma elevada diversidade, principalmente no que se refere a espécies pioneiras com características secundárias, na sua maioria árvores.

Área de concentração: Botânica.

Não há comentários sobre este título.

para postar um comentário.

Clique em uma imagem para visualizá-la no visualizador de imagem

Powered by Koha