Variações genéticas em candeia (Eremanthus erythropappus (DC) MacLeish) : simbiose e desenvolvimento radicular e estabelecimento inicial em áreas degradadas / Ana Carolina da Silva.

Dissertação (mestrado)-- Universidade Federal de Lavras, 2003.

A candeia é uma espécie indicada para a recuperação de áreas degradadas, por ocorrer naturalmente em solos pobres e pedregosos. O sucesso da recuperação dessas áreas está relacionado à rapidez com que a vegetação é restabelecida. Assim, a busca de genótipos superiores e adaptados, com crescimento acelerado e um sistema radicular eficiente na captura de nutrientes e água, e também eficientes na simbiose micorrízica, para rapidamente recolonizar a área, é de grande importância econômica e ambiental. Para a avaliação da dependência micorrízica foram coletadas sementes de seis matrizes localizadas em duas procedências do sul do estado de Minas Gerais (três de São Tomé das Letras e três de Carrancas). Na análise de variância para avaliação de procedências, verificou-se que as variações foram significativas somente para a característica altura entre as procedências, os tratamentos de inoculação e a interação procedência inoculação. Na análise de variância para variação de progênies, verificou-se que não há diferenças significativas entre progênies para nenhuma característica avaliada e que há diferença pra o tratamento de inoculação somente para a característica altura. Com o objetivo de estimar os parâmetros genéticos relativos às qualidades do sistema radicular de candeia, foram utilizadas mudas provenientes de sementes colhidas em 24 progênies de polinização livre no Parque Estadual Quedas do Rio Bonito. Dois meses após a germinação, as imagens das raízes de nove mudas de cada progênie distribuídas em três classes de tamanho (grande, médio e pequeno) foram obtidas por scanner óptico. Posteriormente, as mesmas raízes foram coradas com corante azul de astra a 0,1%, durante 15 minutos e novamente analisadas. As leituras feitas com a utilização ou não do corante mostraram diferenças significativas entre si, sendo necessário o seu uso. Na análise de variância houve diferenças significativas entre as progênies e entre os tamanhos analisados para as características: comprimento total das raízes, área da superfície, diâmetro médio e número de raízes finas. Os ganhos genéticos esperados com a seleção mostraram que essas características devem ser estudadas nas mudas grandes, pois apresentam os maiores ganhos esperados. No teste de progênie implementado no campo foram coletadas sementes no município de Aiuruoca, MG, provenientes de 40 matrizes de polinização livre distirbuídas ao longo de dois gradientes de altitude, o primeiro variando de 1.200 a 1.400m (procedência 1) e o segundo de 1.400 a 1.600m (procedência 2). As sementes foram semeadas em sacos plásticos arranjados em quatro blocos casualizados. A partir do oitavo mês de idade obtiveram-se os valores de diâmetro à altura do colo e altura total das mudas no viveiro. Um ano após a germinação, as mudas foram cultivadas no campo onde essas características e a taxa de sobrevivência foram avaliadas. A análise realizada aos seis meses após o plantio mostrou que as duas procedências, ao longo do gradiente altitudinal, não são distintas. De acordo com os parâmetros genéticos estimados aos oito meses de idade no viveiro, na idade do plantio e aos seis meses após o plantio das mudas no campo, a melhor estratégia de melhoramenteo seria selecionar para a característica altura.

Área de concentração: Florestas de Produção.