Avaliação silvicultural e econômica da vegetação de cerrado e eucalipto submetida a diferentes regimes de manejo na região noroeste de Minas Gerais / Ana Paula Leite.

Dissertação (mestrado)-- Universidade Federal de Lavras, 1998.

Na Fazenda Santa Cecília, pertencente a Companhia Mineira de Metais (CMM), em João Pinheiro-MG, foi realizado um estudo de caso envolvendo o plantio de Eucalyptus camaldulensis em faixas intercaladas com vegetação remanescente de cerrado, instalado em 1989, em diferentes espaçamentos. Este estudo foi constituído de dois experimentos, diferenciados pelo tipo de cerrado e que constaram de diferentes espaçamentos entre as faixas de de plantio (10, 15 e 20 metros) e entre plantas (2, 3 e 4 metros), na linha de eucalipto. O experimento I caracterizou-se por ser um cerrado ralo, onde o eucalipto foi plantado nos espaçamentos 10x2m, 10x3m, 15x4m e 20x4m. O experimento II caracterizou-se por um cerrado denso, onde foram testados os espaçamentos 10x4m, 15x3m, 20x2m e 20x3m. Nos dois experimentos, foi testado o decepamento do eucalipto com 1 ano de idade para condução de brotação. O capítulo 1 deste estudo teve por objetivos: avaliar a produtividade do plantio em faixas eucalipto/cerrado em diferentes espaçamentos, comparando-o com um plantio de Eucalyptus camaldulensis e vegetação nativa de cerrado; identificar qual o espaçamento mais adequado para o E, camaldulensis plantado associado com faixas de cerrado; estudar o efeito do decepamento sobre a produtividade do E. camaldulensis. Para análise de produtividade foi adotado o delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 4x2 (espaçamento x decepamento) com dois tratamentos adicionais (eucalipto puro e cerrado puro). Cada experimento constou de 10 tratamentos e 3 repetições. Para análise do espaçamento e decepamento, foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x2 (espaçamento x decepamento). Os resultados encontrados revelaram que o sistema de plantio com maior produtividade foi o eucalipto puro. Dentro do sistema de plantio em faixas, os espaçamentos 10x2m (experimento I) e 10x4m (experimento II) foram os que apresentaram maiores produtividades. O decepamento foi projudicial ao desenvolvimento do eucalipto. O capítulo II teve como objetivos: analisar a viabilidade econômica de produzir madeira para carvão vegetal com base no plantio em faixas eucalipto/cerrado em diferentes espaçamentos, no plantio de eucalyptus camaldulensis e vegetação nativa de cerrado; avaliar a influência da taxa de desconto, preço da terra, nível de produtividade e custos de produção sobre a viabilidade econômica dos três sistemas estudados; estudar o efeito combinado de mudança na taxa de desconto e preço da terra e o efeito combinado de aumentos na produtividade e redução nos custos de produção sobre a viabilidade econômica, para as três situações estudadas. As planilhas de custos e os preços da madeira em pé de eucalipto e de cerrado foram fornecidos pela CMM. Através do método do valor presente líquido, a uma taxa de juros de 9% ao ano, valor da terra de R$250,00/ha, os resultados mostraram que todos os sistemas estudados foram inviáveis economicamente. O eucalipto puro foi o tratamento com maior prejuízo, porém um aumento de 50% na produtividade e a redução dos custos de produção em 40% o torna viável economicamente. Dentre os tratamentos em faixa, o 10x2m (experimento I) foi o tratamento com maior prejuízo, mas o que de menores reduções nos custos de produção e aumentos da produtividade precisa para que se torne uma alternativa economicamente viável.