Mal do Recife : (grave doença da mangueira) / A. Chaves Batista.

Por: Batista, A. ChavesDetalhes da publicação: Recife [s.n.] 1947Notas: 109 p. : ilAssunto(s): Manga -- Doenças e pragasClassificação Decimal de Dewey: 634.449 Nota de dissertação: Tese Escola Superior de Agricultura de Permambuco, 1947 Sumário: O estudo de uma nova doença das mangueiras (Mangifera indica L.), que o autor tem denominado de "mal do Recife", constitue o motivo dêste trabalho. Nele se focalizam as características da enfermidade, de murcha e morte das árvores, com a diagnose de seu respectivo patógeno. O agente da doença é um fungo, que há sido descrito como espécie nova - Diplodia recifensis n.sp. A patogenicidade dêsse organismo é fraca, mas contrabalançada por uma atuação em diversas côrtes de infecção, ao mesmo tempo, se reflete ocasionando a morte das mangueiras, obstando o transporte da água pelos vasos do xilém. A madeira do tronco das árvores fica descorada, e essa descoloração pode se apresentar radialmente, com tonalidade marrom ou preta, ou ficar circunscrita á região do xilém. O fungo não penetra ás árvores, por sí só, mas é introduzido nelas pelo inseto Xyleborus affinis Eicholl. A doença é de tipo crônico e o seu ciclo varia, segundo as condições ambientais. Sua importância econômica é extradiornária, ocorrendo, presentemente, em 5.640 mangueiras, num total de 20.868 examinadas até agora, de acôrdo com o levantamento fitossanitário que se vai procedendo, na área do município do Recife. O seu contrôle é indicado pro meio da aplicação de medidas preventivas, expressas em lei, consistindo em pintar as mangueiras sãs, que estão nas proximidades de árvores doentes, com óleo C, adicionado de fenol a 5%, desde a base do tronco até ás ramificações de 3 cms. de diâmetro; derrubada das árvores doentes sapecando-se a madeira pelo fogo, com auxílio de querozene ou de lança-chamas, antes de fazê-la em toros, e destino pronto para a lenha, retirando-a do pomar. Resultantes de investigações sôbre essa doença o autor tem assinalado diversos fatos novos nas relações entre fungos e insetos. Há verificado que X. affinis, nas mangueiras, se alimenta exclusivamente do fungo D. recifensis, que cultiva em suas galerias, donde aliás êle passa para os tecidos próximos, alcançando por fim aos vasos condutores de seiva bruta, sendo a associação entre êsses dois organismos por êle reconhecida. O fungo, por seu turno, vegeta produzindo nas galerias somente esporos-rádula, ignorados até então, os quais são transportados, como inóculo, nos microtriquia das pernas e dos elitros do inseto para novos suscetíveis, estando portanto, sua disseminação, na dependência exclusiva de seu vector. Igualmente, tem assinalado, pela primeira vez, a ocurrência de bactério-simbiontes em X. affinis, mostrando que êsses individuos são de dois tipos: em bastonete e em coccus. Responsabiliza êsses bactério-simbiontes pela integração do nitrogênio na ecônomia do animal, considerando também a possibilidade de passarem á condição de parasita, em razão de sua multiplicação intensiva. E demonstra ainda que os bactério-simbiontes, no micetoma, ou fora dos micetocitos, são sujeitos a hiperparasitismo movido por nematoides. Um amplo estudo taxonômico do fungo, suas peculiaridades biológicas, comportamento nos meios de laboratório e sob inoculação artificial, em plantas jovens, assim como, paralelamente, uma informação geral sôbre o inseto vector, seu modo de ataque, biologia, condições ambientais influenciadoras na sua migração geral sôbre a árvore, formam a matéria ventilada pelo autor para esclarecimento das características do "mal do Recife".
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Tese T 634.449 B333m (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 03-0044

Tese de concurso para a cadeira de Fitopatologia e Microbiologia Agrícola, da Escola Superior de Agricultura de Permambuco,

Tese Escola Superior de Agricultura de Permambuco, 1947

O estudo de uma nova doença das mangueiras (Mangifera indica L.), que o autor tem denominado de "mal do Recife", constitue o motivo dêste trabalho. Nele se focalizam as características da enfermidade, de murcha e morte das árvores, com a diagnose de seu respectivo patógeno. O agente da doença é um fungo, que há sido descrito como espécie nova - Diplodia recifensis n.sp. A patogenicidade dêsse organismo é fraca, mas contrabalançada por uma atuação em diversas côrtes de infecção, ao mesmo tempo, se reflete ocasionando a morte das mangueiras, obstando o transporte da água pelos vasos do xilém. A madeira do tronco das árvores fica descorada, e essa descoloração pode se apresentar radialmente, com tonalidade marrom ou preta, ou ficar circunscrita á região do xilém. O fungo não penetra ás árvores, por sí só, mas é introduzido nelas pelo inseto Xyleborus affinis Eicholl. A doença é de tipo crônico e o seu ciclo varia, segundo as condições ambientais. Sua importância econômica é extradiornária, ocorrendo, presentemente, em 5.640 mangueiras, num total de 20.868 examinadas até agora, de acôrdo com o levantamento fitossanitário que se vai procedendo, na área do município do Recife. O seu contrôle é indicado pro meio da aplicação de medidas preventivas, expressas em lei, consistindo em pintar as mangueiras sãs, que estão nas proximidades de árvores doentes, com óleo C, adicionado de fenol a 5%, desde a base do tronco até ás ramificações de 3 cms. de diâmetro; derrubada das árvores doentes sapecando-se a madeira pelo fogo, com auxílio de querozene ou de lança-chamas, antes de fazê-la em toros, e destino pronto para a lenha, retirando-a do pomar. Resultantes de investigações sôbre essa doença o autor tem assinalado diversos fatos novos nas relações entre fungos e insetos. Há verificado que X. affinis, nas mangueiras, se alimenta exclusivamente do fungo D. recifensis, que cultiva em suas galerias, donde aliás êle passa para os tecidos próximos, alcançando por fim aos vasos condutores de seiva bruta, sendo a associação entre êsses dois organismos por êle reconhecida. O fungo, por seu turno, vegeta produzindo nas galerias somente esporos-rádula, ignorados até então, os quais são transportados, como inóculo, nos microtriquia das pernas e dos elitros do inseto para novos suscetíveis, estando portanto, sua disseminação, na dependência exclusiva de seu vector. Igualmente, tem assinalado, pela primeira vez, a ocurrência de bactério-simbiontes em X. affinis, mostrando que êsses individuos são de dois tipos: em bastonete e em coccus. Responsabiliza êsses bactério-simbiontes pela integração do nitrogênio na ecônomia do animal, considerando também a possibilidade de passarem á condição de parasita, em razão de sua multiplicação intensiva. E demonstra ainda que os bactério-simbiontes, no micetoma, ou fora dos micetocitos, são sujeitos a hiperparasitismo movido por nematoides. Um amplo estudo taxonômico do fungo, suas peculiaridades biológicas, comportamento nos meios de laboratório e sob inoculação artificial, em plantas jovens, assim como, paralelamente, uma informação geral sôbre o inseto vector, seu modo de ataque, biologia, condições ambientais influenciadoras na sua migração geral sôbre a árvore, formam a matéria ventilada pelo autor para esclarecimento das características do "mal do Recife".

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