Estudo florístico e fitossociológico de uma floresta ripária em Itutinga, MG, e análise das correlações entre variáveis ambientais e a distribuição das espécies de porte arbóreo-arbustivo / Eduardo Van den Berg.

Por: Van den Berg, EduardoColaborador(es):Oliveira Filho, Ary Teixeira [Orientador]Detalhes da publicação: Lavras : [s.n.], 1995Notas: 73 p. : ilAssunto(s): Composiçao florística -- Itutinga (MG) | Ecologia florestal | Fitossociologia -- Itutinga (MG)Classificação Decimal de Dewey: 634.9 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade Federal de Lavras, 1995 Sumário: O principal objetivo deste estudo foi investigar a distribuiç¦o das espécies de porte arbóreo-arbustivo de uma Floresta Semidecídua Montana (Mata de Camargos) e relacioná-la com variáveis ambientais. O estudo inclui ainda análises da composiç¦o florística e fitossociológica da floresta. A Mata de Camargos (21º21'22" S, 44º36'50" O), situa-se a 920 m de altitude, e é circundada por um campo limpo de altitude estendendo-se ao longo de um pequeno córrego, podendo também ser considerada como uma floresta ripária. Foi realizado o levantamento das espécies arbóreo-arbustivas de 28 parcelas de 10 x 30 m, onde amostraram-se indivíduos com mais de 5 cm de DAS (diâmetro a altura do solo), sendo que espécies eventualmente registradas na área como um todo (7,55 ha) foram também incluídas no levantamento florístico. Dados de propriedaes químicas e físicas de solo, teor de matéria orgânica, umidade superficial do solo durante um ano e feiçSes topográficas da área foram obtidos para cada parcela. A partir dos dados florísticos, foram feitas comparaçSes por meio dos coeficientes de similaridade de Jaccard e Sørensen com outras 34 áreas de floresta do Sudeste e Sul do Brasil. Parâmetros fitossociológicos foram calculados para as espécies registradas nas parcelas e utilizados em comparaçSes com outras 5 áreas de florestas ripárias do Vale do Rio Grande, utilizando-se a distância euclidiana quadrada (DE) e porcentagem de diferença (PD) como coeficientes de dissimilaridade. A partir das variáveis ambientais e dos dados de distribuiç¦o das espécies procederam-se às análises diretas e indiretas dos gradientes. A análise direta consistiu da comparaç¦o estatística das variáveis ambientais entre setores pré-definidos da floresta e do campo de altitude adjacente seguida da associaç¦o dos padrSes encontrados com a dsitribuiç¦o das espécies dentro da floresta e com a diferenciaç¦o floresta-campo. Na análise indireta, produziram-se um dendrograma de classificaç¦o das parcelas (análise de agrupamento por UPGMA) e diagramas de ordenaç¦o das parcelas, espécies e variáveis ambientais (por análise de correspondência canônica, CCA).Foram identificadas na Mata de Camargos com um todo um total de 162 espécies arbóreas e arbustivas pertencentes a 55 famílias. Em termos florísticos, a maior similaridade com a área estudada foi encontrada para as Florestas Semidecíduas Montanas da propria regi¦o (Alto Rio Grande) seguidas por algumas Florestas Semidecíduas Montanas e de galeria do oeste de Minas Gerais. Com similaridades intermediárias, foram encontradas Florestas Semidecíduas Sub-Montanas e Florestas Pluviais Montanas. Florestas Pluviais de Terras Baixas apresentaram menor similaridade com a área em estudo. Os fatores que aparentemente mais interferiram na similaridade foram a altitude e distância geográfica, ambos provavelmente influenciando o clima, principalmente em termos do regime pluviométrico, embora temperaturas também possam ser importantes. As comparaçSes com as florestas ripárias do Vale Rio Grande, baseadas em dados quantitativos (fitossociológicos), resultaram numa melhor diferenciaç¦o entre estas e a Mata de Camargos, do que pelos dados estritamente florísticos (Sørensen e Jaccard). A porcentagem de diferença separou mais claramente a Mata de Camargos das demais áreas, provavelmente porque valoriza menos as espécies dominantes do que a distância euclidiana. Estas dissimilaridades parecem estar ligadas à distância geográfica e às diferenças em termos de ambiente, principalmente propriedades químicas e físicas dos solos, ocorrência de inundaç¦o periódica e feiçSes topográficas. Houve uma grande coincidência entre os reusltados das análises direta e indireta de gradiente e, dentre as últimas, entre os resultados da classificaç¦o (UPGMA) e da ordenaç¦o (CCA). A vegetaç¦o da floresta apresentou sua maior variaç¦o relacionada com a posiç¦o topográfica, no sentido do distanciamento do córrego, sendo esta diferenciaç¦o profundamente correlacionada com diferenças de umidade superficial do solo (exceto a variância desta) e de propriedades químicas do mesmo, principalmente pH, P a Al. As diferenças entre a floresta e o campo também foram relacionadas com a umidade e as propriedades químicas do solo, incluindo, neste caso, o Ca e a soma de bases, que apresentaram um gradiente suave do campo até a margem do córrego. O K, que apresentou maiores diferenças, foi considerado, mais como uma conseqüência de que uma causa do limite entre o campo e a floresta. Também, tanto dentro da floresta, como entre a floresta e o campo, as diferenças apresentadas pelas demais propriedades químicas do solo parecem ser mais um efeito do sistema mais conservativo formado pela floresta, principalmente próximo ao córrego, do que uma causa da distribuiç¦o das espécies e do limite entre as vegetaçSes. Em outras palavras, a distribuiç¦o das espécies dentro da floresta bem como a definiç¦o do limite campo-floresta podem ser vistos como uma propriedade emergente das interaçSes entre variáveis ambientais e espécies. A umidade do solo, condicionada pela topografia, é, provavelmente, o principal fator desencadeante das interaçSes que resultam nos sistemas solo-vegetaç¦o do presente caso.
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Dissertação T 634.9 V217e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 96-0217

Dissertação (mestre) - Universidade Federal de Lavras, 1995

O principal objetivo deste estudo foi investigar a distribuiç¦o das espécies de porte arbóreo-arbustivo de uma Floresta Semidecídua Montana (Mata de Camargos) e relacioná-la com variáveis ambientais. O estudo inclui ainda análises da composiç¦o florística e fitossociológica da floresta. A Mata de Camargos (21º21'22" S, 44º36'50" O), situa-se a 920 m de altitude, e é circundada por um campo limpo de altitude estendendo-se ao longo de um pequeno córrego, podendo também ser considerada como uma floresta ripária. Foi realizado o levantamento das espécies arbóreo-arbustivas de 28 parcelas de 10 x 30 m, onde amostraram-se indivíduos com mais de 5 cm de DAS (diâmetro a altura do solo), sendo que espécies eventualmente registradas na área como um todo (7,55 ha) foram também incluídas no levantamento florístico. Dados de propriedaes químicas e físicas de solo, teor de matéria orgânica, umidade superficial do solo durante um ano e feiçSes topográficas da área foram obtidos para cada parcela. A partir dos dados florísticos, foram feitas comparaçSes por meio dos coeficientes de similaridade de Jaccard e Sørensen com outras 34 áreas de floresta do Sudeste e Sul do Brasil. Parâmetros fitossociológicos foram calculados para as espécies registradas nas parcelas e utilizados em comparaçSes com outras 5 áreas de florestas ripárias do Vale do Rio Grande, utilizando-se a distância euclidiana quadrada (DE) e porcentagem de diferença (PD) como coeficientes de dissimilaridade. A partir das variáveis ambientais e dos dados de distribuiç¦o das espécies procederam-se às análises diretas e indiretas dos gradientes. A análise direta consistiu da comparaç¦o estatística das variáveis ambientais entre setores pré-definidos da floresta e do campo de altitude adjacente seguida da associaç¦o dos padrSes encontrados com a dsitribuiç¦o das espécies dentro da floresta e com a diferenciaç¦o floresta-campo. Na análise indireta, produziram-se um dendrograma de classificaç¦o das parcelas (análise de agrupamento por UPGMA) e diagramas de ordenaç¦o das parcelas, espécies e variáveis ambientais (por análise de correspondência canônica, CCA).Foram identificadas na Mata de Camargos com um todo um total de 162 espécies arbóreas e arbustivas pertencentes a 55 famílias. Em termos florísticos, a maior similaridade com a área estudada foi encontrada para as Florestas Semidecíduas Montanas da propria regi¦o (Alto Rio Grande) seguidas por algumas Florestas Semidecíduas Montanas e de galeria do oeste de Minas Gerais. Com similaridades intermediárias, foram encontradas Florestas Semidecíduas Sub-Montanas e Florestas Pluviais Montanas. Florestas Pluviais de Terras Baixas apresentaram menor similaridade com a área em estudo. Os fatores que aparentemente mais interferiram na similaridade foram a altitude e distância geográfica, ambos provavelmente influenciando o clima, principalmente em termos do regime pluviométrico, embora temperaturas também possam ser importantes. As comparaçSes com as florestas ripárias do Vale Rio Grande, baseadas em dados quantitativos (fitossociológicos), resultaram numa melhor diferenciaç¦o entre estas e a Mata de Camargos, do que pelos dados estritamente florísticos (Sørensen e Jaccard). A porcentagem de diferença separou mais claramente a Mata de Camargos das demais áreas, provavelmente porque valoriza menos as espécies dominantes do que a distância euclidiana. Estas dissimilaridades parecem estar ligadas à distância geográfica e às diferenças em termos de ambiente, principalmente propriedades químicas e físicas dos solos, ocorrência de inundaç¦o periódica e feiçSes topográficas. Houve uma grande coincidência entre os reusltados das análises direta e indireta de gradiente e, dentre as últimas, entre os resultados da classificaç¦o (UPGMA) e da ordenaç¦o (CCA). A vegetaç¦o da floresta apresentou sua maior variaç¦o relacionada com a posiç¦o topográfica, no sentido do distanciamento do córrego, sendo esta diferenciaç¦o profundamente correlacionada com diferenças de umidade superficial do solo (exceto a variância desta) e de propriedades químicas do mesmo, principalmente pH, P a Al. As diferenças entre a floresta e o campo também foram relacionadas com a umidade e as propriedades químicas do solo, incluindo, neste caso, o Ca e a soma de bases, que apresentaram um gradiente suave do campo até a margem do córrego. O K, que apresentou maiores diferenças, foi considerado, mais como uma conseqüência de que uma causa do limite entre o campo e a floresta. Também, tanto dentro da floresta, como entre a floresta e o campo, as diferenças apresentadas pelas demais propriedades químicas do solo parecem ser mais um efeito do sistema mais conservativo formado pela floresta, principalmente próximo ao córrego, do que uma causa da distribuiç¦o das espécies e do limite entre as vegetaçSes. Em outras palavras, a distribuiç¦o das espécies dentro da floresta bem como a definiç¦o do limite campo-floresta podem ser vistos como uma propriedade emergente das interaçSes entre variáveis ambientais e espécies. A umidade do solo, condicionada pela topografia, é, provavelmente, o principal fator desencadeante das interaçSes que resultam nos sistemas solo-vegetaç¦o do presente caso.

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