Produção anual de serrapilheira e seu conteúdo mineralógico em mata tropical de terra firme na área do rio Tocantins / Manoela Ferreira Fernandes da Silva.

Por: Silva, Manoela Ferreira Fernandes daColaborador(es):Guillaumet, Jean-Louis [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 1982Notas: 78 f. : ilAssunto(s): Serrapilheira | Produção anual | Mineralógico | Rio TocantinsClassificação Decimal de Dewey: 634.9 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1982 Sumário: Estudou-se a deposição de material orgânico e respectiva concentração de nutrientes em floresta tropical densa úmida primária de terra firme, na Amazônia oriental, região a ser inundada pela represa da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, rio Tocantins, estado do Pará. Para coleta do material de campo foi empregada a metodologia convencional do uso de bandejas com área receptora de 90dm². A análise para determinação dos elementos minerais: N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Cu, Mn, Zn, B, Na e Al foi realizada nos laboratórios do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), Piracicaba-SP. A área de mata selecionada para o estudo foi subdividida em 3 Quadras obedecendo a um gradiente topográfico da seguinte maneira: Quadra I - na parte mais baixa; Quadra II - na parte mediana; Quadra III - no topo do terreno. A quantidade de material orgânico decíduo total e as frações, folha e graveto, foi semelhante nas 3 Quadras. Houve diferença significativa pelo teste F com um risco de 1% e 5% entre a fração flor+fruto. Estimaram-se em 6.656 kg/ha/ano os resíduos vegetais depositados com uma marcada variação mensal. A diferença entre o mínimo e o máximo foi de 244,89% na Quadra I, 156,67% na Quadra II e 180,34% na Quadra III. A fração que contribuiu com a maior quantidade foi a das folhas com 71,5% do total; graveto contribuiu com 21,1% e flor+fruto com 7,4%. Não ficou muito claro o padrão estacional de queda de detritos, houve sim, uma tendência à estacionalidade distinta para as frações folha e graveto. As folhas foram depositadas com um pico máximo no mês de maio sem nenhuma correlação com precipitação pluviométrica; um segundo período de marcada deposição foliar foi de agosto a outubro, época mais seca na região. A fração graveto caiu mais intensamente no mês de fevereiro nas 3 quadras e com um segundo pico em maio, somente, somente na Quadra I. Flor+fruto, teve deposição regular durante todo o ano sem evidências que caracterizassem estacionalidade. O retorno anual de nutrientes ao solo pelo material orgânico decíduo foi de 126,34 N - 3,43 P - 26,28 K - 49,53 Ca - 14,41 Mg - 12,61 S kg/ha e 1,38 Fe - 0,08 Cu - 4,16 Mn - 0,11 Zn - 0,23 B - 3,29 Na - 2,79 Al g/ha; valores estes mais elevados que os normalmente reportados em outros estudos na região amazônica. Os elementos minerais analisados encontram-se na seguinte ordem: NCaKMgSP, para os macroelementos e MnNaAlFeBZnCu para os microelementos.Não foi detectada evidência que marcasse periodicidade na concentração de nutrientes, exceto o KI, cujas taxas de deposição foram um pouco mais baixas na época mais chuvosa, todos os outros foram depositados em taxas regulares no decorrer do ano. A somatória das taxas de N, P, K, Ca, Mg e S é maior em flor+fruto que nas outras duas frações; Ca encontra-se mais concentrado em graveto. A seqüência da concentração de nutrientes nas frações considerada é: flor+frutofolhagraveto. O método de amostragem foi eficiente para mensuração da fração foliar, elevando o desvio padrão da média a valores inferiores a 10% do valor da média. Para as frações graveto e flor+fruto, há necessidade de adequação do número e tamanho das parcelas, nestas duas frações a precisão de método de amostragem foi insatisfatória, elevando o desvio padrão da média a valores altos e muito variáveis, na maioria das vezes superior a 10% do valor da média. Faltam os dados sobre concentração de nutrientes nos outros compartimentos do ecossistema para que se possa analisar com maior profundidade a dinâmica de ciclagem mineral nas matas da região amazônica oriental.
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Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1982

Estudou-se a deposição de material orgânico e respectiva concentração de nutrientes em floresta tropical densa úmida primária de terra firme, na Amazônia oriental, região a ser inundada pela represa da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, rio Tocantins, estado do Pará. Para coleta do material de campo foi empregada a metodologia convencional do uso de bandejas com área receptora de 90dm². A análise para determinação dos elementos minerais: N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Cu, Mn, Zn, B, Na e Al foi realizada nos laboratórios do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), Piracicaba-SP. A área de mata selecionada para o estudo foi subdividida em 3 Quadras obedecendo a um gradiente topográfico da seguinte maneira: Quadra I - na parte mais baixa; Quadra II - na parte mediana; Quadra III - no topo do terreno. A quantidade de material orgânico decíduo total e as frações, folha e graveto, foi semelhante nas 3 Quadras. Houve diferença significativa pelo teste F com um risco de 1% e 5% entre a fração flor+fruto. Estimaram-se em 6.656 kg/ha/ano os resíduos vegetais depositados com uma marcada variação mensal. A diferença entre o mínimo e o máximo foi de 244,89% na Quadra I, 156,67% na Quadra II e 180,34% na Quadra III. A fração que contribuiu com a maior quantidade foi a das folhas com 71,5% do total; graveto contribuiu com 21,1% e flor+fruto com 7,4%. Não ficou muito claro o padrão estacional de queda de detritos, houve sim, uma tendência à estacionalidade distinta para as frações folha e graveto. As folhas foram depositadas com um pico máximo no mês de maio sem nenhuma correlação com precipitação pluviométrica; um segundo período de marcada deposição foliar foi de agosto a outubro, época mais seca na região. A fração graveto caiu mais intensamente no mês de fevereiro nas 3 quadras e com um segundo pico em maio, somente, somente na Quadra I. Flor+fruto, teve deposição regular durante todo o ano sem evidências que caracterizassem estacionalidade. O retorno anual de nutrientes ao solo pelo material orgânico decíduo foi de 126,34 N - 3,43 P - 26,28 K - 49,53 Ca - 14,41 Mg - 12,61 S kg/ha e 1,38 Fe - 0,08 Cu - 4,16 Mn - 0,11 Zn - 0,23 B - 3,29 Na - 2,79 Al g/ha; valores estes mais elevados que os normalmente reportados em outros estudos na região amazônica. Os elementos minerais analisados encontram-se na seguinte ordem: NCaKMgSP, para os macroelementos e MnNaAlFeBZnCu para os microelementos.Não foi detectada evidência que marcasse periodicidade na concentração de nutrientes, exceto o KI, cujas taxas de deposição foram um pouco mais baixas na época mais chuvosa, todos os outros foram depositados em taxas regulares no decorrer do ano. A somatória das taxas de N, P, K, Ca, Mg e S é maior em flor+fruto que nas outras duas frações; Ca encontra-se mais concentrado em graveto. A seqüência da concentração de nutrientes nas frações considerada é: flor+frutofolhagraveto. O método de amostragem foi eficiente para mensuração da fração foliar, elevando o desvio padrão da média a valores inferiores a 10% do valor da média. Para as frações graveto e flor+fruto, há necessidade de adequação do número e tamanho das parcelas, nestas duas frações a precisão de método de amostragem foi insatisfatória, elevando o desvio padrão da média a valores altos e muito variáveis, na maioria das vezes superior a 10% do valor da média. Faltam os dados sobre concentração de nutrientes nos outros compartimentos do ecossistema para que se possa analisar com maior profundidade a dinâmica de ciclagem mineral nas matas da região amazônica oriental.

Área de concentração: Botânica.

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