Condições de saúde, nutrição e sobrevivência de pré-escolares atendidos no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas - Manaus / Margareth Maria de Barros Mendonça.

Dissertação (mestre) - Universidade do Amazonas, 2000

Considerando a escassez de informações atualizadas sobre a situação nutricional das crianças menores de cinco anos da Cidade de Manaus, o presente estudo, objetivou gerar informações, que viabilizassem a composição do diagnóstico nutricional infantil dos diferentes ecossistemas Amazônicos. Foi realizado em Manaus - AM, estudo transversal, envolvendo 549 pré-escolares, atendidos no Instituto de Saúde da Criança do Amazonas, durante o período de maio a agosto de 1999, pela manhã. Utilizando-se a classificação de Gomes e distribuição de inadequação dos indicadores: altura/idade, peso/altura e peso/idade; expressos em escolares Z (- 2 Z escores) e percentis (p - 10)". Na avaliação das condições de vida e sobrevivência, investigou-se a relação das variáveis: ambiental, social, econômica, cultural e dietética com prováveis determinantes do padrão nutricional e de saúde. Pela classificação de Gomez, registrou-se uma prevalência de 37,8% de desnutrição, predominando a forma leve (D I) 29,3% e de 1,6% da manifestação grave (D III). Pela distribuição em percentis, se constatou a ocorrência de 21,7% de desnutrição da forma crônica, 26,6% da global, e, 17,1% da aguda. Segundo os critérios da OMS, constatou-se, 10,9% de desnutrição crônica, e 5,1% da forma aguda, com o agravante, destas manifestações, terem acometido, principalmente as crianças mais jovens ( de dois anos). Dentre os principais determinantes, foram estatisticamente significativos: nº de cômodos; escolaridade da mãe; poder aquisitivo; freqüência ao pré-natal; local do parto; restrição alimentar no aleitamento. Os principais processos mórbidos associados à desnutrição foram: afecções respiratórios (21,8%) e diarréicas (6,5%). O inquérito nutricional, revelou o acesso a uma dieta básica, composta por alimentos dos três grupos: construtores (leite materno 42,5%, leite artificial 61,4%, carne bovina 39,4%, frango 33,8% e de peixe 15,3%); energéticos (arroz 95,4%, mingau 86,0%, macarrão 83,1%, bolacha 81,8% e farinha 75,3%); reguladores (frutas 61,7% e verduras 76,1%). Estes resultados atestam, a superposição de situações de precariedade nutricional, vivenciadas em um passado recente, com a má qualidade de vida, compondo a realidade das crianças da área metropolitana de Manaus.