Hábitos alimentares do peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis, Mammalia : Sirenia) / Ioni Gonçalves Colares.

Por: Colares, Ioni GonçalvesColaborador(es):Santos Angelo Augusto dos [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 1991Notas: 110 f. : ilAssunto(s): Peixe-boi -- Amazônia -- Hábitos alimentaresClassificação Decimal de Dewey: 599.55 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM. 1991 Sumário: Trichechus inunguis é o único sirênio exclusivamente de água doce, endêmico da região amazônica. Este animal alimenta-se de uma grande variedade de plantas aquáticas e semi-aquáticas. O objetivo deste estudo foi determinar os hábitos alimentares do peixe-boi da Amazônia em alguns rios e lagos da Amazônia Central, utilizando o método indireto. Este método consiste na comparação entre epidermes de vegetais encontradas no conteúdo estomacal e/ou fezes dos animais, com uma coleção de referência previamente montada, com epidermes de vegetais presentes no habitat do animal em estudo. Algumas macrófitas aquáticas foram coletadas, determinando-se sua ocorrência ao longo do ano e sua composição nutricional. Foi também realizado um experimento com animais em cativeiro, testando-se suas perferências alimentares. Foram analisadas 25 amostras de tratos digestivos de animais encontrados mortos e 25 de fezes encontradas flutuando, identificando-se 24 espécies de macrófitas aquáticas, sendo 23 no período da seca e 10 na cheia. Observou-se uma variação de 1 a 7 espécies de plantas por amostra, com predomínio de 2 a 3 espécies. A família Poaceae (Gramineae) foi identificada em 96% das amostras, com maior procura dos animais por Paspalum repens e Echinochloa polystachya. A segunda família mais freqüente foi a Pontederiaceae, espécie Eichhornia crassipes. Observou-se uma grande abundância de macrófitas aquáticas durante a cheia, declinando na seca. As análises dos nutrientes indicaram que as plantas coletadas possuem elevados teores de umidade (90-95%), levando os peixe-bois a ingerirem grandes quantidades de material fresco, para obterem um aproveitamento razoável de nutrientes. Em matéria seca, estas plantas mostraram-se ricas em proteína bruta, gorduras e cinzas. Machos de peixe-boi mostraram uma nítida escolha por Paspalum repens, em ambiente natural e em cativeiro, enquanto que as fêmeas não apresentaram nenhuma preferência. Animais adultos do experimento em cativeiro mostraram uma maior procura por Utricularia foliosa e jovens por Salvinia auriculata. Por ordem de preferência, os peixes-bois em ambiente natural e no cativeiro se alimentam de plantas emergentes, flutuantes e submersas.
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Dissertação (mestre) - INPA/UFAM. 1991

Trichechus inunguis é o único sirênio exclusivamente de água doce, endêmico da região amazônica. Este animal alimenta-se de uma grande variedade de plantas aquáticas e semi-aquáticas. O objetivo deste estudo foi determinar os hábitos alimentares do peixe-boi da Amazônia em alguns rios e lagos da Amazônia Central, utilizando o método indireto. Este método consiste na comparação entre epidermes de vegetais encontradas no conteúdo estomacal e/ou fezes dos animais, com uma coleção de referência previamente montada, com epidermes de vegetais presentes no habitat do animal em estudo. Algumas macrófitas aquáticas foram coletadas, determinando-se sua ocorrência ao longo do ano e sua composição nutricional. Foi também realizado um experimento com animais em cativeiro, testando-se suas perferências alimentares. Foram analisadas 25 amostras de tratos digestivos de animais encontrados mortos e 25 de fezes encontradas flutuando, identificando-se 24 espécies de macrófitas aquáticas, sendo 23 no período da seca e 10 na cheia. Observou-se uma variação de 1 a 7 espécies de plantas por amostra, com predomínio de 2 a 3 espécies. A família Poaceae (Gramineae) foi identificada em 96% das amostras, com maior procura dos animais por Paspalum repens e Echinochloa polystachya. A segunda família mais freqüente foi a Pontederiaceae, espécie Eichhornia crassipes. Observou-se uma grande abundância de macrófitas aquáticas durante a cheia, declinando na seca. As análises dos nutrientes indicaram que as plantas coletadas possuem elevados teores de umidade (90-95%), levando os peixe-bois a ingerirem grandes quantidades de material fresco, para obterem um aproveitamento razoável de nutrientes. Em matéria seca, estas plantas mostraram-se ricas em proteína bruta, gorduras e cinzas. Machos de peixe-boi mostraram uma nítida escolha por Paspalum repens, em ambiente natural e em cativeiro, enquanto que as fêmeas não apresentaram nenhuma preferência. Animais adultos do experimento em cativeiro mostraram uma maior procura por Utricularia foliosa e jovens por Salvinia auriculata. Por ordem de preferência, os peixes-bois em ambiente natural e no cativeiro se alimentam de plantas emergentes, flutuantes e submersas.

Área de concentração: Ecologia.

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