Revisão sistemática de Uroderma Bilobatum (Chiroptera: Phyllostomidae) baseada em dados moleculares e morfológicos / Érica Martinha Silva de Souza.

Por: Souza, Érica Martinha Silva deColaborador(es):Valéria da Cunha Tavares | Camila Cherem RibasDetalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2015Notas: ii, 68 f. : il., colorAssunto(s): Complexo de espécies | Morcegos | DNAmtClassificação Decimal de Dewey: 599.4 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2015 Sumário: Dentre os principais objetivos da sistemática está a investigação da origem e da manutenção da biodiversidade. A utilização de dados integrados pode aumentar a acurácia e a confiabilidade operacionais para a delimitação de espécies, a despeito do conceito de espécies em si permanecer historicamente controverso. Em muitos casos, árvores de genes são utilizadas para se inferir sobre limites de espécies, com base em parâmetros que não se enquadram em casos de especiação recente. Uroderma é um gênero que passou por inúmeras revisões taxonômicas desde sua descrição, contendo atualmente quatro espécies descritas e, historicamente, seis subespécies descritas somente para U. bilobatum. A partir dos anos 70, alguns estudos detectaram dentro do complexo U. bilobatum variações dos números diploides (2n) denominadas à época de “raças cromossômicas”. Posteriormente, foi descrita uma zona de hibridização das então consideradas subespécies U. b. convexum (2n=38) e U. b. davisi (2n=44) e, recentemente, estudos utilizando sequências do gene mitocondrial citocromo b encontraram resultados compatíveis com os dados cromossômicos. O objetivo do presente trabalho é testar e definir limites de espécies dentro do complexo U. bilobatum, utilizando dados moleculares e morfológicos. As amostras contemplaram a maior parte da distribuição do complexo, sendo utilizadas sequências inéditas de citocromo b e COI, ou disponíveis nos bancos de dados GenBank e BOLD. Foram realizadas análises de máxima verossimilhança (ML), bayesiana (IB), delimitação de espécies (GMYC) e análises populacionais, usando algoritmos de parcimônia e probabilísticos, implementados nos programas TCS, Network e BAPS. Em termos da morfometria, foram analisadas sete medidas cranianas e duas externas, as quais foram analisadas por meio de Análises do Componente Principal (PCA) e de Variância Canônica (CV). Vinte e nove (29) caracteres morfológicos discretos foram examinados para mais de 300 exemplares preservados em vias seca e úmida, incluindo peles e crânios. A análise dos dados de citocromo b resultou no resgate de três clados, correspondentes às raças cromossômicas e um clado correspondente a uma espécie recém descrita (U. bakeri), com base nesses resultados as amostras de cada clado foram classificadas com a sinonímia do táxon mais antigo: U. bilobatum, U. convexum e U. davisi. As amostras do clado de U. bakeri apresentaram divergência genética de 1% com U. davisi. Apesar de ambas espécies serem distintas morfometricamente, considerando-se o conjunto de evidências analisadas, o status de U. bakeri se torna controverso. Tomando-se os dados morfológicos em separado, foram encontrados quatro agrupamentos que coincidiram em parte com os dados moleculares e, apesar da separação visual dos agrupamentos, estatisticamente U. bakeri novamente ficou relacionada à U. davisi. Finalmente, todos os resultados levam a concluir que, dentro do complexo U. bilobatum (sensu lato) há, três clados fortemente suportados por dados cariotípicos e moleculares que corresponderiam a três espécies bem delimitadas: U. bilobatum, U. convexum e U. davisi, sendo o status de U. bakeri controverso e não plenamente suportado pelas evidências disponíveis. As relações entre os clados recuperados é ainda bastante instável e, finalmente, o status e as relações entre as espécies U. bakeri e U. davisi, dois táxons muito próximos geneticamente e geograficamente distantes e, a princípio, isolados, são controversos e precisam ser futuramente investigados.
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Dissertação (mestre) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2015

Dentre os principais objetivos da sistemática está a investigação da origem e da manutenção da biodiversidade. A utilização de dados integrados pode aumentar a acurácia e a confiabilidade operacionais para a delimitação de espécies, a despeito do conceito de espécies em si permanecer historicamente controverso. Em muitos casos, árvores de genes são utilizadas para se inferir sobre limites de espécies, com base em parâmetros que não se enquadram em casos de especiação recente. Uroderma é um gênero que passou por inúmeras revisões taxonômicas desde sua descrição, contendo atualmente quatro espécies descritas e, historicamente, seis subespécies descritas somente para U. bilobatum. A partir dos anos 70, alguns estudos detectaram dentro do complexo U. bilobatum variações dos números diploides (2n) denominadas à época de “raças cromossômicas”. Posteriormente, foi descrita uma zona de hibridização das então consideradas subespécies U. b. convexum (2n=38) e U. b. davisi (2n=44) e, recentemente, estudos utilizando sequências do gene mitocondrial citocromo b encontraram resultados compatíveis com os dados cromossômicos. O objetivo do presente trabalho é testar e definir limites de espécies dentro do complexo U. bilobatum, utilizando dados moleculares e morfológicos. As amostras contemplaram a maior parte da distribuição do complexo, sendo utilizadas sequências inéditas de citocromo b e COI, ou disponíveis nos bancos de dados GenBank e BOLD. Foram realizadas análises de máxima verossimilhança (ML), bayesiana (IB), delimitação de espécies (GMYC) e análises populacionais, usando algoritmos de parcimônia e probabilísticos, implementados nos programas TCS, Network e BAPS. Em termos da morfometria, foram analisadas sete medidas cranianas e duas externas, as quais foram analisadas por meio de Análises do Componente Principal (PCA) e de Variância Canônica (CV). Vinte e nove (29) caracteres morfológicos discretos foram examinados para mais de 300 exemplares preservados em vias seca e úmida, incluindo peles e crânios. A análise dos dados de citocromo b resultou no resgate de três clados, correspondentes às raças cromossômicas e um clado correspondente a uma espécie recém descrita (U. bakeri), com base nesses resultados as amostras de cada clado foram classificadas com a sinonímia do táxon mais antigo: U. bilobatum, U. convexum e U. davisi. As amostras do clado de U. bakeri apresentaram divergência genética de 1% com U. davisi. Apesar de ambas espécies serem distintas morfometricamente, considerando-se o conjunto de evidências analisadas, o status de U. bakeri se torna controverso. Tomando-se os dados morfológicos em separado, foram encontrados quatro agrupamentos que coincidiram em parte com os dados moleculares e, apesar da separação visual dos agrupamentos, estatisticamente U. bakeri novamente ficou relacionada à U. davisi. Finalmente, todos os resultados levam a concluir que, dentro do complexo U. bilobatum (sensu lato) há, três clados fortemente suportados por dados cariotípicos e moleculares que corresponderiam a três espécies bem delimitadas: U. bilobatum, U. convexum e U. davisi, sendo o status de U. bakeri controverso e não plenamente suportado pelas evidências disponíveis. As relações entre os clados recuperados é ainda bastante instável e, finalmente, o status e as relações entre as espécies U. bakeri e U. davisi, dois táxons muito próximos geneticamente e geograficamente distantes e, a princípio, isolados, são controversos e precisam ser futuramente investigados.

Área de concentração : Genética, Conservação e Biologia Evolutiva

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