Conservação genética do peixe neotropical Arapaima gigas (Schinz, 1822) (Osteoglossidae: Actinopterygii) da bacia Amazônica / Carlos Henrique dos Anjos dos Santos.

Por: Santos, Carlos Henrique dos Anjos dosColaborador(es):Val, Vera Maria Fonseca de Almeida e [Orientadora] | Farias, Izeni Pires [Coorientadora]Detalhes da publicação: Manaus : [s.n.], 2011Notas: [xx], [128] f. : il. colorAssunto(s): Arapaima gigas | Pirarucu -- Variabilidade genética | Biodiversidade | Marcadores moleculares | Microssatélites | Conservação genéticaClassificação Decimal de Dewey: 597.550415 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, 2011 Sumário: O pirarucu (Arapaima gigas) é o maior peixe de água doce de escamas do mundo e é considerado o maior "fóssil vivo". A. gigas é uma espécie endêmica da bacia amazônica e seus exemplares podem alcançar os três metros de comprimento e pesar mais de 200 kg na natureza. Devido à sua grande importância econômica, o pirarucu acabou sendo a primeira espécie de peixe amazônico a apresentar nítidos sinais de sobreexploração. Como consequência, esta espécie tem sido muito utilizada para criação em cativeiro e apesar de diversos estudos sobre reprodução e nutrição dessa espécie em cativeiro virem sendo realizados recentemente, nenhuma avaliação genética dos plantéis e alevinos gerados em pisciculturas foram avaliados até o momento. O presente trabalho é o primeiro a avaliar as caractarísticas de diversidade genética de populações de cativeiro da espécie A. gigas, comparando-as com as de populações provenientes da natureza. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar os níveis de diversidade genética entre os exemplares de pirarucu de cativeiro e natureza, verificando a ocorrência de diferenciação genética entre as populações, com o intuito de propor medidas de manejo e conservação para a espécie em cativeiro. Um total de 424 alelos foi detectado para 19 locos de microssatélites, sendo que destes, 49 foram alelos privados. O número de alelos por loco variou de 1,621 (PFP1, cativeiro) a 2,268 (RDSM, selvagem) e a heterozigosidade esperada variou de 0,383 (PFP1) a 0,559 (RDSM). Foi verificado a existência de uma moderada variação genética, com alta diferenciação entre as populações analisadas. Os valores em pares do FST mostraram variação de 0,135 (RDSFB-RDSM, selvagem) a 0,364 (PFP1-PPV, cativeiro), mostrando que as populações de cativeiro tendem a diferir mais do que as populações da natureza. A árvore de neighbour-joining (NJ) e a análise de correspondência fatorial (FCA) mostraram a ocorrência de dois grupos genéticos a partir dos dados de distância genética. Além disso, verificou-se que as populações de pirarucu apresentam sua própria aglomeração (q 0,9), indicando não existir misturas entre as populações. Nós identificamos a ocorrência de um gargalo populacional recente nas populações de A. gigas, indicando um reduzido tamanho populacional no estoque fundador. Além disso, observamos que 10 locos microssatélites é um número de locos mínimo necessário para um estudo de diversidade genética em animais de natureza ou cativeiro. Contudo, estudos envolvendo espécies que apresentam tamanho populacional reduzido e ameaçados de extinção devem aplicar um número de marcadores microssatélites superior a 10 locos. Em resumo, nós sugerimos neste trabalho como medida de manejo e conservação para o pirarucu, um acompanhamento mais detalhado dos planteis de reprodutores, bem como um monitoramento periódico nas populações selvagens de pirarucu, com o intuito de que esses animais possam vir a ser utilizados como futuros estoques de reprodutores.
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Tese T 597.550415 S237c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 13-0108

Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA, 2011

O pirarucu (Arapaima gigas) é o maior peixe de água doce de escamas do mundo e é considerado o maior "fóssil vivo". A. gigas é uma espécie endêmica da bacia amazônica e seus exemplares podem alcançar os três metros de comprimento e pesar mais de 200 kg na natureza. Devido à sua grande importância econômica, o pirarucu acabou sendo a primeira espécie de peixe amazônico a apresentar nítidos sinais de sobreexploração. Como consequência, esta espécie tem sido muito utilizada para criação em cativeiro e apesar de diversos estudos sobre reprodução e nutrição dessa espécie em cativeiro virem sendo realizados recentemente, nenhuma avaliação genética dos plantéis e alevinos gerados em pisciculturas foram avaliados até o momento. O presente trabalho é o primeiro a avaliar as caractarísticas de diversidade genética de populações de cativeiro da espécie A. gigas, comparando-as com as de populações provenientes da natureza. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar os níveis de diversidade genética entre os exemplares de pirarucu de cativeiro e natureza, verificando a ocorrência de diferenciação genética entre as populações, com o intuito de propor medidas de manejo e conservação para a espécie em cativeiro. Um total de 424 alelos foi detectado para 19 locos de microssatélites, sendo que destes, 49 foram alelos privados. O número de alelos por loco variou de 1,621 (PFP1, cativeiro) a 2,268 (RDSM, selvagem) e a heterozigosidade esperada variou de 0,383 (PFP1) a 0,559 (RDSM). Foi verificado a existência de uma moderada variação genética, com alta diferenciação entre as populações analisadas. Os valores em pares do FST mostraram variação de 0,135 (RDSFB-RDSM, selvagem) a 0,364 (PFP1-PPV, cativeiro), mostrando que as populações de cativeiro tendem a diferir mais do que as populações da natureza. A árvore de neighbour-joining (NJ) e a análise de correspondência fatorial (FCA) mostraram a ocorrência de dois grupos genéticos a partir dos dados de distância genética. Além disso, verificou-se que as populações de pirarucu apresentam sua própria aglomeração (q 0,9), indicando não existir misturas entre as populações. Nós identificamos a ocorrência de um gargalo populacional recente nas populações de A. gigas, indicando um reduzido tamanho populacional no estoque fundador. Além disso, observamos que 10 locos microssatélites é um número de locos mínimo necessário para um estudo de diversidade genética em animais de natureza ou cativeiro. Contudo, estudos envolvendo espécies que apresentam tamanho populacional reduzido e ameaçados de extinção devem aplicar um número de marcadores microssatélites superior a 10 locos. Em resumo, nós sugerimos neste trabalho como medida de manejo e conservação para o pirarucu, um acompanhamento mais detalhado dos planteis de reprodutores, bem como um monitoramento periódico nas populações selvagens de pirarucu, com o intuito de que esses animais possam vir a ser utilizados como futuros estoques de reprodutores.

Área de concentração : Genética, Conservação e Biologia Evolutiva

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