Caracterização genética da dourada - Brachyplatystoma rousseauxii, Castelnau, 1855 (Siluriformes: Pimelodidae) na Amazônia por meio de marcadores moleculares mitocondriais e microssatélites: subsídio para conservação e manejo / Jacqueline da Silva Batista.

Por: Batista, Jacqueline da SilvaColaborador(es):Alves Gomes, José Antônio | Farias, Izeni PiresDetalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2010Notas: xx, 128 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Dourada (peixe) | Conservação | Variabilidade genética | Marcadores microssatélites | AmazôniaClassificação Decimal de Dewey: 597.520415 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutorado)-- INPA, Manaus, 2010. Sumário: A dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) é um bagre migrador de longa distância e provavelmente a espécie de bagre de maior importância comercial para a pesca na região Amazônica. Em função da intensa captura realizada em cima desse recurso pesqueiro, dados recentes apontam que esta espécie encontra-se em sobrepesca de crescimento. Essa espécie realiza extensas migrações incluindo áreas distintas de criação, alimentação e reprodução a fim de realizar o seu ciclo de vida. Dada à distribuição geográfica, abrangendo o território político de mais de cinco países amazônicos, a dourada é capturada ao longo do sistema Estuário-Solimoes-Amazonas (EAS) e seus tributários, pela frota comercial e artesanal desde Belém, no estuário do rio Amazonas, até Pucallpa, no Peru, a aproximadamente 5000 Km a Oeste, próximo aos sopé dos Andes peruanos. Considerando a importância sócio-econômica e ecológica na Amazônia, foi estimada a variabilidade genética de B. rousseauxii em 15 localidades distribuídas na Amazônia brasileira e peruana, a fim de verificar, por intermédio de marcadores moleculares de sequências de DNA mitocondrial (região controle) e nucleares (microssatélites), se esta espécie constitui um único estoque, de larga distribuição e geneticamente homogêneo, ou se a pescaria é exercida sobre vários estoques, geneticamente diferenciáveis. Trinta e seis marcadores microssatélites foram isolados e caracterizados em 35 indivíduos da espécie amostrados em 10 cidades do Pará, Brasil. Foram obtidos um total de 349 alelos, variando entre 2 a 22 alelos por loco, com uma média de 9,70. A heterozigosidade observada (Ho) e esperada (He) variou entre 0,143 a 0,914 (média de 0,614) e 0,215 a 0,929 (média de 0,712), respectivamente. A amplificação heteróloga resultou entre 15 a 27 locos polimórficos entre seis espécies do gênero Brachyplatystoma [B. capapretum (filhote capapreta), B. vaillantii (piramutaba), B. filamentosum (piraíba), B. platynemum (babao), B. tigrinum (dourada zebra) e B. juruense (flamengo)]. Os marcadores microssatélites obtidos podem ser utilizados em estudos genéticos que poderão não só subsidiar políticas de conservação e manejo da dourada, mas também das demais espécies comerciais do gênero Brachyplatystoma. A região controle (DNAmt) foi obtida para 652 indivíduos amostrados em 15 localidades e compreendeu 911 pb, 301 haplótipos, 240 haplótipos únicos, diversidade gênica (HD) de 0,979 ± 0,002, diversidade nucleotídica (Pi) de 0,0089 ± 0,005, a média nucleotídica par a par (K) igual a 8,079 ± 3,760, média da distância genética variando entre 0,1 a 3,6 % com uma média de 1,0% (±0,07). Oito locos microssatélites foram utilizados nas análises de genética populacional envolvendo 483 indivíduos amostrados em 13 localidades, mostrando um número total de 98 alelos, com uma média de 12,3 alelos, média das heterozigosidades observada de 0,607 ± 0,178 e esperada de 0,588 ± 0,008 por loco. Os resultados obtidos nao permitem a confirmaçao do comportamento de homing em dourada. Porém, algumas tendências de estruturação genética encontradas nao permitem o descarte completo da hipótese. Com o resultado dos dois marcadores moleculares, corrobora-se a hipótese migratória da espécie desde o estuário no Brasil a Pucallpa no Peru, incluindo os tributários do rio Solimões/Amazonas, e que essa espécie é composta por um único estoque genético de ampla distribuição na Amazônia.
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Tese T 597.520415 B333c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 10-0419

Tese (doutorado)-- INPA, Manaus, 2010.

A dourada (Brachyplatystoma rousseauxii) é um bagre migrador de longa distância e provavelmente a espécie de bagre de maior importância comercial para a pesca na região Amazônica. Em função da intensa captura realizada em cima desse recurso pesqueiro, dados recentes apontam que esta espécie encontra-se em sobrepesca de crescimento. Essa espécie realiza extensas migrações incluindo áreas distintas de criação, alimentação e reprodução a fim de realizar o seu ciclo de vida. Dada à distribuição geográfica, abrangendo o território político de mais de cinco países amazônicos, a dourada é capturada ao longo do sistema Estuário-Solimoes-Amazonas (EAS) e seus tributários, pela frota comercial e artesanal desde Belém, no estuário do rio Amazonas, até Pucallpa, no Peru, a aproximadamente 5000 Km a Oeste, próximo aos sopé dos Andes peruanos. Considerando a importância sócio-econômica e ecológica na Amazônia, foi estimada a variabilidade genética de B. rousseauxii em 15 localidades distribuídas na Amazônia brasileira e peruana, a fim de verificar, por intermédio de marcadores moleculares de sequências de DNA mitocondrial (região controle) e nucleares (microssatélites), se esta espécie constitui um único estoque, de larga distribuição e geneticamente homogêneo, ou se a pescaria é exercida sobre vários estoques, geneticamente diferenciáveis. Trinta e seis marcadores microssatélites foram isolados e caracterizados em 35 indivíduos da espécie amostrados em 10 cidades do Pará, Brasil. Foram obtidos um total de 349 alelos, variando entre 2 a 22 alelos por loco, com uma média de 9,70. A heterozigosidade observada (Ho) e esperada (He) variou entre 0,143 a 0,914 (média de 0,614) e 0,215 a 0,929 (média de 0,712), respectivamente. A amplificação heteróloga resultou entre 15 a 27 locos polimórficos entre seis espécies do gênero Brachyplatystoma [B. capapretum (filhote capapreta), B. vaillantii (piramutaba), B. filamentosum (piraíba), B. platynemum (babao), B. tigrinum (dourada zebra) e B. juruense (flamengo)]. Os marcadores microssatélites obtidos podem ser utilizados em estudos genéticos que poderão não só subsidiar políticas de conservação e manejo da dourada, mas também das demais espécies comerciais do gênero Brachyplatystoma. A região controle (DNAmt) foi obtida para 652 indivíduos amostrados em 15 localidades e compreendeu 911 pb, 301 haplótipos, 240 haplótipos únicos, diversidade gênica (HD) de 0,979 ± 0,002, diversidade nucleotídica (Pi) de 0,0089 ± 0,005, a média nucleotídica par a par (K) igual a 8,079 ± 3,760, média da distância genética variando entre 0,1 a 3,6 % com uma média de 1,0% (±0,07). Oito locos microssatélites foram utilizados nas análises de genética populacional envolvendo 483 indivíduos amostrados em 13 localidades, mostrando um número total de 98 alelos, com uma média de 12,3 alelos, média das heterozigosidades observada de 0,607 ± 0,178 e esperada de 0,588 ± 0,008 por loco. Os resultados obtidos nao permitem a confirmaçao do comportamento de homing em dourada. Porém, algumas tendências de estruturação genética encontradas nao permitem o descarte completo da hipótese. Com o resultado dos dois marcadores moleculares, corrobora-se a hipótese migratória da espécie desde o estuário no Brasil a Pucallpa no Peru, incluindo os tributários do rio Solimões/Amazonas, e que essa espécie é composta por um único estoque genético de ampla distribuição na Amazônia.

Área de concentração: Genética, Conservação e Biologia Evolutiva.

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