Análise comparativa de vegetaçao lenhosa do ecossistema campina na Amazônia brasileira / Carlos Alberto Cid Ferreira.

Por: Ferreira, Carlos Alberto CidColaborador(es):Gribel, Rogerio | Barbosa, Reinaldo ImbrózioDetalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2009Notas: xxiii, 277 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Composiçao florística -- Amazônia | Fitossociologia | Campinas -- Amazônia | Fitogeografia | EspéciesClassificação Decimal de Dewey: 581.5 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2009 Sumário: As campinas amazônicas sao formaçoes vegetais esclerófilas que se desenvolvem em solos de areia branca. Apesar de inicialmente citadas apenas para a bacia do Rio Negro, sabe-se atualmente que as campinas estao amplamente distribuídas na Amazônia e em outras áreas da América Tropical. As campinas ocorrem como enclaves em áreas com matriz de floresta ombrófila, cerrado ou campinarana. Os substratos arenosos colonizados pelas plantas de campina podem ser de diferente natureza, tais como: (a) leitos de antigos corpos de água que secaram, (b) perfis arenosos oriundos da decomposiçao de arenitos do Escudo Guianense e do Escudo Brasileiro, e (c) antigas dunas arenosas de origem heólica. O presente trabalho teve como objetivo descrever e comparar, do ponto de vista florístico e fitossociológico, nove campinas na Amazônia Brasileira. Foram estudadas apenas as espécies arbóreas e arbustivas com diâmetro na altura do peito (DAP) = 5 cm. Foram registradas, nas nove campinas estudadas, 252 espécies pertencentes a 121 gêneros e 44 famílias. As famílias de maior riqueza florística foram Fabaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Clusiaceae, Malpighiaceae e Annonaceae. Os gêneros de maior importância foram Clusia, Emmotum, Pagamea, Tapirira, Eugenia, Matayba, Myrcia e Ouratea. As nove campinas amostradas exibiram uma alta proporçao de espécies exclusivas: 72,6% das espécies foi registrada apenas em uma das campinas. A alta proporçao de espécies exclusivas resultou em grande distância florística entre as campinas estudadas (distância de Jaccard variando de 0,471 a 0,942). Em contraste, sete espécies (2,8% do total) ocorreram em mais de cinco campinas. Estas espécies, de ampla distribuiçao neotropical e de ocorrência em diferentes fisionomias, sao: Humiria balsamifera Aubl., Emmotum nitens Miers, Pagamea guianensis Aubl., Tapirira guianensis Aubl., Byrsonima crassifolia (L.) Kunth., Ouratea spruceana Engl. e Alchornea discolor Poepp. A análise de distribuiçao das espécies, juntamente com análises de similaridade florística e de ordenamento MDS (Escalonamento multi-dimensional nao-métrico) indicam alguns padroes fitogeográficos para as campinas, tais quais: (a) grande afinidade florística entre as campinas amazônicas e a vegetaçao do Escudo Guianense e dos Llanos Venezuelanos/Colombianos; (b) campinas no contato da bacia amazônica com o Escudo Brasileiro - como as da Serra do Cachimbo - apresentam maior influência da vegetaçao do cerrado; (c) campinas do leste viii amazônico apresentam influência mista das floras do Escudo Guianense e do Escudo Brasileiro; (d) baixa afinidade da flora das campinas com a da Restinga Atlântica; (e) campinas do extremo oeste da Amazônia brasileira - como a de Cruzeiro do Sul (Acre) - sao altamente diferenciadas das demais. Os resultados aqui apresentados reforçam a necessidade de programas de conservaçao da biodiversidade das campinas amazônicos, dada a alta diferenciaçao florística observada entre elas, a grande concentraçao de endemismos e sua ocorrência em manchas restritas e isoladas.
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Tese T 581.5 F383a (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 10-0293

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2009

As campinas amazônicas sao formaçoes vegetais esclerófilas que se desenvolvem em solos de areia branca. Apesar de inicialmente citadas apenas para a bacia do Rio Negro, sabe-se atualmente que as campinas estao amplamente distribuídas na Amazônia e em outras áreas da América Tropical. As campinas ocorrem como enclaves em áreas com matriz de floresta ombrófila, cerrado ou campinarana. Os substratos arenosos colonizados pelas plantas de campina podem ser de diferente natureza, tais como: (a) leitos de antigos corpos de água que secaram, (b) perfis arenosos oriundos da decomposiçao de arenitos do Escudo Guianense e do Escudo Brasileiro, e (c) antigas dunas arenosas de origem heólica. O presente trabalho teve como objetivo descrever e comparar, do ponto de vista florístico e fitossociológico, nove campinas na Amazônia Brasileira. Foram estudadas apenas as espécies arbóreas e arbustivas com diâmetro na altura do peito (DAP) = 5 cm. Foram registradas, nas nove campinas estudadas, 252 espécies pertencentes a 121 gêneros e 44 famílias. As famílias de maior riqueza florística foram Fabaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Clusiaceae, Malpighiaceae e Annonaceae. Os gêneros de maior importância foram Clusia, Emmotum, Pagamea, Tapirira, Eugenia, Matayba, Myrcia e Ouratea. As nove campinas amostradas exibiram uma alta proporçao de espécies exclusivas: 72,6% das espécies foi registrada apenas em uma das campinas. A alta proporçao de espécies exclusivas resultou em grande distância florística entre as campinas estudadas (distância de Jaccard variando de 0,471 a 0,942). Em contraste, sete espécies (2,8% do total) ocorreram em mais de cinco campinas. Estas espécies, de ampla distribuiçao neotropical e de ocorrência em diferentes fisionomias, sao: Humiria balsamifera Aubl., Emmotum nitens Miers, Pagamea guianensis Aubl., Tapirira guianensis Aubl., Byrsonima crassifolia (L.) Kunth., Ouratea spruceana Engl. e Alchornea discolor Poepp. A análise de distribuiçao das espécies, juntamente com análises de similaridade florística e de ordenamento MDS (Escalonamento multi-dimensional nao-métrico) indicam alguns padroes fitogeográficos para as campinas, tais quais: (a) grande afinidade florística entre as campinas amazônicas e a vegetaçao do Escudo Guianense e dos Llanos Venezuelanos/Colombianos; (b) campinas no contato da bacia amazônica com o Escudo Brasileiro - como as da Serra do Cachimbo - apresentam maior influência da vegetaçao do cerrado; (c) campinas do leste viii amazônico apresentam influência mista das floras do Escudo Guianense e do Escudo Brasileiro; (d) baixa afinidade da flora das campinas com a da Restinga Atlântica; (e) campinas do extremo oeste da Amazônia brasileira - como a de Cruzeiro do Sul (Acre) - sao altamente diferenciadas das demais. Os resultados aqui apresentados reforçam a necessidade de programas de conservaçao da biodiversidade das campinas amazônicos, dada a alta diferenciaçao florística observada entre elas, a grande concentraçao de endemismos e sua ocorrência em manchas restritas e isoladas.

Área de concentração: Fitogeografia

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