Preferências alimentares de 5 espécies de cupins Nasutitermes Dudley, 1890 (Termitidae: Isoptera) por 7 espécies de madeiras da várzea na Amazônia Central / Norma Cecília Rodriguez Bustamante.

Por: Rodriguez Bustamante, Norma CecíliaColaborador(es):Martius, Christopher [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1993Notas: 151 fAssunto(s): Térmitas | Madeira -- DeterioraçãoClassificação Decimal de Dewey: 595.736 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1993 Sumário: 1. Neste trabalho, foi estudada a preferência alimentar de 5 espécies de cupins do gênero Nasutitermes Dudley, 1890 (Insecta: Isoptera: Termitidae: Nasutitermitinae), consumidores de madeira, por 7 espécies de madeira sã (não expostas à decomposição prévia no campo), e por diferentes estágios de decomposição (3 espécies de madeira, expostas durante 0, 2, 4 e 6 meses à decomposição prévia no campo). As espécies de térmitas e de madeira são representantes típicos de populações de florestas de várzea (floresta inundável sob influência de água "branca" do Rio Solimões/Amazonas). O arranjo experimental foi de sub-colônias de 200 operários e 100 soldados, mantidos em caixas plásticas com vermiculita e areia como substrato, sendo 9 réplicas e um controle para cada um dos tratamentos (espécie de cupim vs. 7 espécies de madeira sã, ou vs. 1 bloco de 3 espécies de madeira após 0-2-4-6 meses de decomposição prévia). As madeiras foram oferecidas em blocos de 3,0 x 1,5cm. Cada experimento durou 30 dias, depois avaliaram-se perda de biomassa (g), perda de biomassa em relação ao peso anterior do bloco de madeira (%), e taxação dos danos efetuados pelos cupins nos blocos de madeira através de uma escala de danos. 2. As espécies de térmitas foram Nasutitermes corniger (Molschulsky) 1855; N. macrocephalus (Silvestri) 1903; N. ephratae (Holmgrem) 1910; N. surinamensis (Holgrem) 1910; N. tatarendae (Holmgrem) 1910. As espécies de madeira foram Macrolobium acaciifolium Benth.; Salix humboldtiana Warm. in Mart.; Vitex cymosa Benth. ex Spreng.; Nectandra amazonum Nees, Crataeva benthamii Eichl. in Mart.; Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand; e Triplaris surinamensis Cham. no caso da madeira sã, e M. acaciifolium, T. surinamensis, V. cymosa nos experimentos com madeira em decomposição. 3. Os experimentos com madeira sã mostraram que, em geral, existe uma preferência por madeiras de baixa densidade (Salix humboldtiana e Pseudobombax munguba). Porém, as espécies de cupim diferem na amplitude da escolha. N. surinamensis representa a espécie mais especializada, que significativamente prefere apenas um tipo de madeira (S. humboldtiana). As espécies N. ephratae e N. macrocephalus têm preferência por 2 a 3 tipos de madeira, N. tatarendae escolhe predominantemente 5 das 7 madeiras, enquanto N. corniger não mostrou nenhuma preferência (todas as avaliações feitas em perda de biomassa em g). 4. Os experimentos com madeira em decomposição mostraram que, em geral, os estágios de decomposição (2, 4, ou 6 meses) foram preferidos antes da madeira sã (0 meses de decomposição). 5. Uma avaliação metodológica revela que os resultados variam de acordo com a modalidade escolhida para avaliação (biomassa em g, biomassa relativa, ou escala de danos). Também, o experimento efetuado em laboratório não pode representar a grande variação qualitativa de alimento encontrada no campo, o que compromete a livre transferência dos resultados para as condições do campo. Porém, pode-se concluir que existe uma forte diferenciação na escolha do alimento entre as 5 espécies de cupim estudadas. Fica evidente que, como elas ocorrem no mesmo habitat, a separação do nicho alimentar pode impedir a concorrência interespecífica pelo alimento e contribuir à separação destas espécies congenéricas. 6. Em relação à utilização de madeira na várzea, os resultados sugerem que é recomendável usar madeira de alta densidade ou madeira que contém compostos secundários com a capacidade de repelir insetos xilófagos. Em particular, destaca-se Nectandra amazonum como uma espécie de madeira resistente a insetos.
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Dissertação T 595.736 R696p (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 93-0614
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Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1993

1. Neste trabalho, foi estudada a preferência alimentar de 5 espécies de cupins do gênero Nasutitermes Dudley, 1890 (Insecta: Isoptera: Termitidae: Nasutitermitinae), consumidores de madeira, por 7 espécies de madeira sã (não expostas à decomposição prévia no campo), e por diferentes estágios de decomposição (3 espécies de madeira, expostas durante 0, 2, 4 e 6 meses à decomposição prévia no campo). As espécies de térmitas e de madeira são representantes típicos de populações de florestas de várzea (floresta inundável sob influência de água "branca" do Rio Solimões/Amazonas). O arranjo experimental foi de sub-colônias de 200 operários e 100 soldados, mantidos em caixas plásticas com vermiculita e areia como substrato, sendo 9 réplicas e um controle para cada um dos tratamentos (espécie de cupim vs. 7 espécies de madeira sã, ou vs. 1 bloco de 3 espécies de madeira após 0-2-4-6 meses de decomposição prévia). As madeiras foram oferecidas em blocos de 3,0 x 1,5cm. Cada experimento durou 30 dias, depois avaliaram-se perda de biomassa (g), perda de biomassa em relação ao peso anterior do bloco de madeira (%), e taxação dos danos efetuados pelos cupins nos blocos de madeira através de uma escala de danos. 2. As espécies de térmitas foram Nasutitermes corniger (Molschulsky) 1855; N. macrocephalus (Silvestri) 1903; N. ephratae (Holmgrem) 1910; N. surinamensis (Holgrem) 1910; N. tatarendae (Holmgrem) 1910. As espécies de madeira foram Macrolobium acaciifolium Benth.; Salix humboldtiana Warm. in Mart.; Vitex cymosa Benth. ex Spreng.; Nectandra amazonum Nees, Crataeva benthamii Eichl. in Mart.; Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand; e Triplaris surinamensis Cham. no caso da madeira sã, e M. acaciifolium, T. surinamensis, V. cymosa nos experimentos com madeira em decomposição. 3. Os experimentos com madeira sã mostraram que, em geral, existe uma preferência por madeiras de baixa densidade (Salix humboldtiana e Pseudobombax munguba). Porém, as espécies de cupim diferem na amplitude da escolha. N. surinamensis representa a espécie mais especializada, que significativamente prefere apenas um tipo de madeira (S. humboldtiana). As espécies N. ephratae e N. macrocephalus têm preferência por 2 a 3 tipos de madeira, N. tatarendae escolhe predominantemente 5 das 7 madeiras, enquanto N. corniger não mostrou nenhuma preferência (todas as avaliações feitas em perda de biomassa em g). 4. Os experimentos com madeira em decomposição mostraram que, em geral, os estágios de decomposição (2, 4, ou 6 meses) foram preferidos antes da madeira sã (0 meses de decomposição). 5. Uma avaliação metodológica revela que os resultados variam de acordo com a modalidade escolhida para avaliação (biomassa em g, biomassa relativa, ou escala de danos). Também, o experimento efetuado em laboratório não pode representar a grande variação qualitativa de alimento encontrada no campo, o que compromete a livre transferência dos resultados para as condições do campo. Porém, pode-se concluir que existe uma forte diferenciação na escolha do alimento entre as 5 espécies de cupim estudadas. Fica evidente que, como elas ocorrem no mesmo habitat, a separação do nicho alimentar pode impedir a concorrência interespecífica pelo alimento e contribuir à separação destas espécies congenéricas. 6. Em relação à utilização de madeira na várzea, os resultados sugerem que é recomendável usar madeira de alta densidade ou madeira que contém compostos secundários com a capacidade de repelir insetos xilófagos. Em particular, destaca-se Nectandra amazonum como uma espécie de madeira resistente a insetos.

Área de concentração: Entomologia.

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