Análise biogeográfica do gênero Gymnotus (Gymnotidae, Gymnotiformes), por meio de marcadores cariotípicos e moleculares / Maelin da Silva
Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 2015Notas: xix,122 f.: il. (algumas color.)Assunto(s): Gymnotus | PeixesClassificação Decimal de Dewey: 597.0929 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA, 2015 Sumário: A família de peixes elétricos Gymnotidae é composta por dois gêneros: Electrophorus conhecido popularmente como poraquê e Gymnotus comumente chamados de sarapós, tuviras. Singulares pela capacidade de produzir potencial elétrico, que utilizam para eletrolocalização e interação ambiental, esse grupo evoluiu no interior do continente Sulamericano. Enquanto, E. eletricus está restrito à região amazônica, Gymnotus apresenta grande dispersão. Atualmente, conta com 39 espécies descritas, as quais foram dividas em 5 Clados: G1, Clado pantherinus, G2, Clado cylindricus e Clado carapo. Em relação à citogenética, esse grupo mostra grande plasticidade cromossômica, em especial no clado carapo com número diploide variando de 34 a 54 cromossomos. No presente trabalho foram analisados os cariótipos de nove espécies da família Gymnotidae da Amazônia Central, por meio de marcadores citogenéticos e moleculares. São descritos os cariótipos de E. electricus, Gymnotus ucamara, G. mamiraua, G. carapo “Catalão”, G. cf. coropinae, G. cf. stenoleucus, G. cf. pedanopterus, G.ymnotus sp. “Negro” e G. carapo “Maranhão”. A presença de cromossomos sexuais é marcante nesse gênero e três novos sistemas do tipo turnover foram descritos, com pouca quantidade de heterocromatina, origem recente e independente em: G. carapo “Catalão” (XX/XY); Gymnotus sp. “Negro” e G. coropinae (X1X1X2X2/X1X2Y). A pintura cromossômica em G. carapo “Catalão” revelou três pares envolvidos na formação do par sexual. A localização dos DNA ribossomais mostrou-se conservada em relação ao DNAr 18S nas espécies de Gymnotus e para E. electricus foi confirmada a presença de apenas um par portador do DNAr maior. Para o DNAr 5S a tendência na família é a de sítios únicos nos clados basais, porém com substancial aumento nas espécies que compõem o Clado carapo. Caso especial foi identificado em G. mamiraua que possui 13 sítios com essa sequência, os quais foram co-localizados com um elemento de transposição TC1/mariner. Essa característica de numerosos sítios é compartilhada por espécies da bacia do Paraná-Paraguai. A proximidade entre G. mamiraua (2n=54) da bacia amazônica e G. inaequilabiatus (2n=54) foi confirmada pela técnica do DNA barcode, sugerindo que a expansão dos sítios ribossomais 5S ocorreu em um ancestral, ainda na região amazônica. Gymnotus se mostra um grupo modelo para evolução e diferenciação cromossômica, com o DNAr 5S como uma excelente ferramenta citotaxonômica e as espécies como indicadoras biogeográficas.Tipo de material | Biblioteca atual | Setor | Classificação | Situação | Previsão de devolução | Código de barras |
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Livro | Tese | T 597.0929 S586a (Percorrer estante(Abre abaixo)) | Disponível | 2016-0512 |
Tese (doutor) - INPA, 2015
A família de peixes elétricos Gymnotidae é composta por dois gêneros: Electrophorus conhecido popularmente como poraquê e Gymnotus comumente chamados de sarapós, tuviras. Singulares pela capacidade de produzir potencial elétrico, que utilizam para eletrolocalização e interação ambiental, esse grupo evoluiu no interior do continente Sulamericano. Enquanto, E. eletricus está restrito à região amazônica, Gymnotus apresenta grande dispersão. Atualmente, conta com 39 espécies descritas, as quais foram dividas em 5 Clados: G1, Clado pantherinus, G2, Clado cylindricus e Clado carapo. Em relação à citogenética, esse grupo mostra grande plasticidade cromossômica, em especial no clado carapo com número diploide variando de 34 a 54 cromossomos. No presente trabalho foram analisados os cariótipos de nove espécies da família Gymnotidae da Amazônia Central, por meio de marcadores citogenéticos e moleculares. São descritos os cariótipos de E. electricus, Gymnotus ucamara, G. mamiraua, G. carapo “Catalão”, G. cf. coropinae, G. cf. stenoleucus, G. cf. pedanopterus, G.ymnotus sp. “Negro” e G. carapo “Maranhão”. A presença de cromossomos sexuais é marcante nesse gênero e três novos sistemas do tipo turnover foram descritos, com pouca quantidade de heterocromatina, origem recente e independente em: G. carapo “Catalão” (XX/XY); Gymnotus sp. “Negro” e G. coropinae (X1X1X2X2/X1X2Y). A pintura cromossômica em G. carapo “Catalão” revelou três pares envolvidos na formação do par sexual. A localização dos DNA ribossomais mostrou-se conservada em relação ao DNAr 18S nas espécies de Gymnotus e para E. electricus foi confirmada a presença de apenas um par portador do DNAr maior. Para o DNAr 5S a tendência na família é a de sítios únicos nos clados basais, porém com substancial aumento nas espécies que compõem o Clado carapo. Caso especial foi identificado em G. mamiraua que possui 13 sítios com essa sequência, os quais foram co-localizados com um elemento de transposição TC1/mariner. Essa característica de numerosos sítios é compartilhada por espécies da bacia do Paraná-Paraguai. A proximidade entre G. mamiraua (2n=54) da bacia amazônica e G. inaequilabiatus (2n=54) foi confirmada pela técnica do DNA barcode, sugerindo que a expansão dos sítios ribossomais 5S ocorreu em um ancestral, ainda na região amazônica. Gymnotus se mostra um grupo modelo para evolução e diferenciação cromossômica, com o DNAr 5S como uma excelente ferramenta citotaxonômica e as espécies como indicadoras biogeográficas.
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