Germinação de sementes, emergência e recrutamento de plântulas de dez espécies arbóreas das várzeas das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Amanã e Mamirauá, Amazônia Central / Auristela dos Santos Conserva.

Por: Conserva, Auristela dos SantosColaborador(es):Piedade, Maria Teresa Fernandez [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus 2007Notas: xxi, 132 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Sementes -- Morfologia | Florestas de várzea | GerminaçaoClassificação Decimal de Dewey: 582.0467 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2007 Sumário: A grande variação na dinâmica dos rios da Amazônia e de seus afluentes tem como conseqüência à formação de um mosaico, composto por sítios de idades diferentes. Tais locais estão sujeitos a variaçSes no período de inundação, fazendo com que os organismos destas florestas necessitem desenvolver adaptaçSes e estratégias para utilizar eficientemente as fases aquáticas e terrestres. Existe uma variedade de condiçSes de estresse ambiental em que as espécies vegetais estão submetidas e de respostas dadas por estas. No entanto, se é possível identificar a natureza e a duração do período de estresse ambiental predominante no ambiente (e.g. período de inundação) é possível também reconhecer um conjunto de respostas correlacionadas a estes, que podem ser chamadas de síndromes ou estratégias de colonização. Com o objetivo de entender a complexidade dessas interaçSes alguns aspectos foram investigados para as espécies de árvores da várzea, tais como: morfologia de frutos e sementes, tipos de germinação, o comportamento dessas espécies quanto a suas estratégias de sobrevivência (velocidade e distribuição das freqüências de germinação, tipos morfológicos e padrSes de recrutamento das plântulas). Também foram verificadas como essas características ocorrem ao longo dos diferentes estágios de sucessão da várzea (secundária inicial, tardias e clímax de várzea baixa e clímax de várzea alta). A coleta de frutos foi realizada entre junho e julho de 2004 e abril e junho de 2005, nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Amanã e Mamirauá.Três diferentes porcentagens (70%, 52% e 11%) de radiação e sete diferentes tratamentos de inundação (15, 30, 45, 60, 90, 120, 150 dias) foram utilizadas para simular as diferentes oportunidades de nichos que as espécies poderiam explorar em condiçSes naturais. As sementes foram dispostas em bandejas de plástico, utilizando como substrato solo da várzea. Cada bandeja foi considerada como uma unidade amostral, perfazendo um total de quatro repetiçSes com 25 sementes cada. Entre as dez espécies estudadas Ficus anthelmintica, Ilex inundata, Duroia duckei, Piranhea trifoliata e Ocotea cymbarum possuem o fruto como a unidade de dispersão, enquanto que para Calycophyllum spruceanum, Pseudobombax munguba, Laetia corymbulosa, Tabebuia barbata e Hura crepitans a semente é a unidade de dispersão. Quanto ao tamanho de sementes, associado aos grupos sucessionais e a morfologia inicial das plântulas, foi registrada uma tendência para que as plântulas fânero-epigeal-foleáceos (PEF) fossem menores ( 10 cm), produzidas por sementes pequenas, com pouca reserva nutritiva, enquanto plântulas fânero-hipógeo-de reserva (PHR), cripto-epígeo-de reserva (CER) e cripto-hipógeo-de reserva (CHR) tendem a ser maiores ( 40 cm), geradas por sementes grandes, com considerável reserva nutritiva. Nos levantamentos em campo foram registrados o total de 1.218 plântulas de oito espécies em uma área de 1760 m2, com o número máximo de 676 plântulas na área do Gavão e o número mínimo de 120 na área do Dórico. Pseudobombax munguba, Ilex inundata e Piranhea trifoliata foram as mais abundantes com 358, 296 e 298 plântulas respectivamente. O efeito da interação entre a duração da inundação e os diferentes níveis de radiação relativa foi significativo para quatro das oito espécies investigadas. Pseudobombax munguba, Laetia corymbulosa, Duroia duckei e Piranhea trifoliata que mostraram melhor germinabilidade sob 11% de radiação relativa. O aumento de radiação associado à duração da inundação reduziu a germinabilidade de P. munguba D. duckei e P. trifoliata, espécies dos estágios de sucessão inicial, tardia e clímax de várzea baixa e aumentou a germinabilidade de L. corymbulosa. Por outro lado o efeito dos diferentes níveis de radiação não foi significativo, para Calycophyllum spruceanum e Tabebuia barbata e a duração da inundação aumentou a germinabilidade dessas espécies, como foi mostrado também para Ilex inundata. Para as sementes de Ocotea cymbarum a duração da inundação reduziu a germinabilidade. Com relação à velocidade de emergência as respostas apresentadas também confirmam a hipótese de que sob os tratamentos de inundação as espécies dos estágios iniciais, como Pseudobombax munguba e Calycophyllum spruceanum apresentariam maior velocidade de emergência das plântulas, enquanto nas espécies dos estágios tardios e clímax os tratamentos de inundação reduzem a velocidade de emergência, como a exemplo de Ocotea cymbarum. As características investigadas parecem promover estratégias eficazes, para manutenção das populaçSes das espécies avaliadas. Uma vez que Ficus anthelminthica, Calycophyllum spruceanum, Pseudobombax munguba, Ilex inundata, Duroia duckei, Laetia corymbulosa, Tabebuia barbata, Piranhea trifoliata, Ocotea cymbarum e Hura crepitans, são citadas entre as 60 espécies mais importantes, com maior IVI dentro das florestas de várzea de toda Bacia Amazônica.
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Tese T 582.0467 C755g (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 07-0123

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 2007

A grande variação na dinâmica dos rios da Amazônia e de seus afluentes tem como conseqüência à formação de um mosaico, composto por sítios de idades diferentes. Tais locais estão sujeitos a variaçSes no período de inundação, fazendo com que os organismos destas florestas necessitem desenvolver adaptaçSes e estratégias para utilizar eficientemente as fases aquáticas e terrestres. Existe uma variedade de condiçSes de estresse ambiental em que as espécies vegetais estão submetidas e de respostas dadas por estas. No entanto, se é possível identificar a natureza e a duração do período de estresse ambiental predominante no ambiente (e.g. período de inundação) é possível também reconhecer um conjunto de respostas correlacionadas a estes, que podem ser chamadas de síndromes ou estratégias de colonização. Com o objetivo de entender a complexidade dessas interaçSes alguns aspectos foram investigados para as espécies de árvores da várzea, tais como: morfologia de frutos e sementes, tipos de germinação, o comportamento dessas espécies quanto a suas estratégias de sobrevivência (velocidade e distribuição das freqüências de germinação, tipos morfológicos e padrSes de recrutamento das plântulas). Também foram verificadas como essas características ocorrem ao longo dos diferentes estágios de sucessão da várzea (secundária inicial, tardias e clímax de várzea baixa e clímax de várzea alta). A coleta de frutos foi realizada entre junho e julho de 2004 e abril e junho de 2005, nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável Amanã e Mamirauá.Três diferentes porcentagens (70%, 52% e 11%) de radiação e sete diferentes tratamentos de inundação (15, 30, 45, 60, 90, 120, 150 dias) foram utilizadas para simular as diferentes oportunidades de nichos que as espécies poderiam explorar em condiçSes naturais. As sementes foram dispostas em bandejas de plástico, utilizando como substrato solo da várzea. Cada bandeja foi considerada como uma unidade amostral, perfazendo um total de quatro repetiçSes com 25 sementes cada. Entre as dez espécies estudadas Ficus anthelmintica, Ilex inundata, Duroia duckei, Piranhea trifoliata e Ocotea cymbarum possuem o fruto como a unidade de dispersão, enquanto que para Calycophyllum spruceanum, Pseudobombax munguba, Laetia corymbulosa, Tabebuia barbata e Hura crepitans a semente é a unidade de dispersão. Quanto ao tamanho de sementes, associado aos grupos sucessionais e a morfologia inicial das plântulas, foi registrada uma tendência para que as plântulas fânero-epigeal-foleáceos (PEF) fossem menores ( 10 cm), produzidas por sementes pequenas, com pouca reserva nutritiva, enquanto plântulas fânero-hipógeo-de reserva (PHR), cripto-epígeo-de reserva (CER) e cripto-hipógeo-de reserva (CHR) tendem a ser maiores ( 40 cm), geradas por sementes grandes, com considerável reserva nutritiva. Nos levantamentos em campo foram registrados o total de 1.218 plântulas de oito espécies em uma área de 1760 m2, com o número máximo de 676 plântulas na área do Gavão e o número mínimo de 120 na área do Dórico. Pseudobombax munguba, Ilex inundata e Piranhea trifoliata foram as mais abundantes com 358, 296 e 298 plântulas respectivamente. O efeito da interação entre a duração da inundação e os diferentes níveis de radiação relativa foi significativo para quatro das oito espécies investigadas. Pseudobombax munguba, Laetia corymbulosa, Duroia duckei e Piranhea trifoliata que mostraram melhor germinabilidade sob 11% de radiação relativa. O aumento de radiação associado à duração da inundação reduziu a germinabilidade de P. munguba D. duckei e P. trifoliata, espécies dos estágios de sucessão inicial, tardia e clímax de várzea baixa e aumentou a germinabilidade de L. corymbulosa. Por outro lado o efeito dos diferentes níveis de radiação não foi significativo, para Calycophyllum spruceanum e Tabebuia barbata e a duração da inundação aumentou a germinabilidade dessas espécies, como foi mostrado também para Ilex inundata. Para as sementes de Ocotea cymbarum a duração da inundação reduziu a germinabilidade. Com relação à velocidade de emergência as respostas apresentadas também confirmam a hipótese de que sob os tratamentos de inundação as espécies dos estágios iniciais, como Pseudobombax munguba e Calycophyllum spruceanum apresentariam maior velocidade de emergência das plântulas, enquanto nas espécies dos estágios tardios e clímax os tratamentos de inundação reduzem a velocidade de emergência, como a exemplo de Ocotea cymbarum. As características investigadas parecem promover estratégias eficazes, para manutenção das populaçSes das espécies avaliadas. Uma vez que Ficus anthelminthica, Calycophyllum spruceanum, Pseudobombax munguba, Ilex inundata, Duroia duckei, Laetia corymbulosa, Tabebuia barbata, Piranhea trifoliata, Ocotea cymbarum e Hura crepitans, são citadas entre as 60 espécies mais importantes, com maior IVI dentro das florestas de várzea de toda Bacia Amazônica.

ãrea de concentração: Ecologia.

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