Filogeografia e estrutura genética de populações da Mungubeira (Pseudobomax Munguba (mart. & Zucc.) Dugand, Malvaceae - Bombacoideae) na Amazônia Brasileira / Tatiana de Almeida Menicucci.

Por: Menicucci, Tatiana de AlmeidaColaborador(es):Gribel, Rogério [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 2007Notas: xiii, 66 f. : il., (algumas color)Assunto(s): Pseudobomax Munguba | Munguba -- Propagação | Filogeografia | Genética de populaçõesClassificação Decimal de Dewey: 575.01 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2007 Sumário: A estrutura atual das populaçSes de espécies de plantas nao só reflete padroes atuais de trocas genéticas dentro e entre populaçoes, mas também a história de fluxo gênico, isolamento entre linhagens e permanência de polimorfismos ancestrais. A filogeografia é um campo de estudo interessado em reconstruir a história das espécies visando determinar suas origens e respostas a alteraçoes climáticas e outras perturbaçoes ambientais ocorridas no passado que possam ter influenciado suas distribuiçoes geográficas.Várias hipóteses biogeográficas têm sido levantadas para tentar explicar as origens da alta biodiversidade encontrada na Amazônia. No presente estudo sao apresentados os padroes de distribuiçao da variabilidade genética e a filogeografia da mungubeira, Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand na Amazônia brasileira, uma espécie arbórea da família Malvaceae que ocorre exclusivamente ao longo das várzeas amazônicas. Para as análises genéticas foram amostrados 162 indivíduos de P. munguba pertencentes a 11 populaçoes distribuídas na Amazônia Brasileira, utilizando oito locos microssatélites do genoma de cloroplasto e 35 indivíduos, pertencentes a 9 populaçoes, utilizando seqüências de DNA da regiao nao codificadora do genoma de cloroplasto trnG/trnS. Na análise dos marcadores microssatélites foram observados 2 a 5 alelos por loco e um total de 35 haplótipos considerando os oito locos analisados em conjunto. Três populaçoes (Beruri, Catalao e Caxiuana), situadas no trecho médio e baixo da calha central do rio Solimoes/Amazonas mostraram-se monomórficas. Os índices de diversidade genética de Nei variaram entre 0,0 e 0,433. A diversidade genética média total foi de 0,240 para todas as populaçoes analisadas conjuntamente e de 0,301 quando apenas as populaçoes polimórficas foram consideradas. Uma análise de variância molecular (AMOVA) utilizando todas as populaçoes mostrou que a maior parte da variaçao genética encontrada pode ser explicada pela variaçao contida dentro das populaçoes (59%), excluindo as populaçoes monomórficas esse valor subiu para 66%. A análise utilizando o teste de Mantel, que correlaciona as distâncias genéticas e as distâncias geográficas, entre as populaçoes analisadas par a par indicou que nao há isolamento por distância entre as populaçoes de P. munguba na Amazônia Brasileira. As seqüências da regiao nao codificadora do genoma de cloroplasto trnG/trnS apresentaram 10 substituiçoes nucleotídicas e somente três haplótipos foram identificados para o conjunto de populaçoes de P. munguba analisado. Um desses haplótipos foi o mais freqüente (88,6%) e amplamente distribuído na Amazônia brasileira e os outros dois restritos às populaçoes de Cruzeiro do Sul - AC e Caracaraí - RR. Os resultados obtidos sugerem um fluxo gênico materno bastante restrito entre as populaçoes de P. munguba na Amazônia brasileira. A pouca variaçao encontrada tanto nos marcadores microssatélites quanto nas seqüências do genoma de cloroplasto indicam que a história de colonizaçao de P. munguba na Amazônia brasileira é recente e que a colonizaçao da calha central dos rios Solimoes e Amazonas é resultado de efeito fundador a partir de um único haplótipo. Em contraste, a alta variaçao encontrada nas populaçoes localizadas nas áreas mais elevadas em relaçao ao nível do mar sugere que essas populaçoes de P. munguba sao as mais antigas na Amazônia brasileira. Os resultados obtidos com marcadores microssatélites e seqüências do genoma de cloroplasto de P. munguba sugerem que variaçoes no nível do mar, ocorridas provavelmente no passado recente (Quaternário) afetaram fortemente o padrao de distribuiçao da diversidade haplotipica da espécie. Os resultados corroboram a hipótese biogeográfica do Lago Amazônico como determinante na estruturaçao genética das populaçoes de árvores da várzea na Amazônia brasileira.
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Dissertação T 575.01 M545f (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 08-0632

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2007

A estrutura atual das populaçSes de espécies de plantas nao só reflete padroes atuais de trocas genéticas dentro e entre populaçoes, mas também a história de fluxo gênico, isolamento entre linhagens e permanência de polimorfismos ancestrais. A filogeografia é um campo de estudo interessado em reconstruir a história das espécies visando determinar suas origens e respostas a alteraçoes climáticas e outras perturbaçoes ambientais ocorridas no passado que possam ter influenciado suas distribuiçoes geográficas.Várias hipóteses biogeográficas têm sido levantadas para tentar explicar as origens da alta biodiversidade encontrada na Amazônia. No presente estudo sao apresentados os padroes de distribuiçao da variabilidade genética e a filogeografia da mungubeira, Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand na Amazônia brasileira, uma espécie arbórea da família Malvaceae que ocorre exclusivamente ao longo das várzeas amazônicas. Para as análises genéticas foram amostrados 162 indivíduos de P. munguba pertencentes a 11 populaçoes distribuídas na Amazônia Brasileira, utilizando oito locos microssatélites do genoma de cloroplasto e 35 indivíduos, pertencentes a 9 populaçoes, utilizando seqüências de DNA da regiao nao codificadora do genoma de cloroplasto trnG/trnS. Na análise dos marcadores microssatélites foram observados 2 a 5 alelos por loco e um total de 35 haplótipos considerando os oito locos analisados em conjunto. Três populaçoes (Beruri, Catalao e Caxiuana), situadas no trecho médio e baixo da calha central do rio Solimoes/Amazonas mostraram-se monomórficas. Os índices de diversidade genética de Nei variaram entre 0,0 e 0,433. A diversidade genética média total foi de 0,240 para todas as populaçoes analisadas conjuntamente e de 0,301 quando apenas as populaçoes polimórficas foram consideradas. Uma análise de variância molecular (AMOVA) utilizando todas as populaçoes mostrou que a maior parte da variaçao genética encontrada pode ser explicada pela variaçao contida dentro das populaçoes (59%), excluindo as populaçoes monomórficas esse valor subiu para 66%. A análise utilizando o teste de Mantel, que correlaciona as distâncias genéticas e as distâncias geográficas, entre as populaçoes analisadas par a par indicou que nao há isolamento por distância entre as populaçoes de P. munguba na Amazônia Brasileira. As seqüências da regiao nao codificadora do genoma de cloroplasto trnG/trnS apresentaram 10 substituiçoes nucleotídicas e somente três haplótipos foram identificados para o conjunto de populaçoes de P. munguba analisado. Um desses haplótipos foi o mais freqüente (88,6%) e amplamente distribuído na Amazônia brasileira e os outros dois restritos às populaçoes de Cruzeiro do Sul - AC e Caracaraí - RR. Os resultados obtidos sugerem um fluxo gênico materno bastante restrito entre as populaçoes de P. munguba na Amazônia brasileira. A pouca variaçao encontrada tanto nos marcadores microssatélites quanto nas seqüências do genoma de cloroplasto indicam que a história de colonizaçao de P. munguba na Amazônia brasileira é recente e que a colonizaçao da calha central dos rios Solimoes e Amazonas é resultado de efeito fundador a partir de um único haplótipo. Em contraste, a alta variaçao encontrada nas populaçoes localizadas nas áreas mais elevadas em relaçao ao nível do mar sugere que essas populaçoes de P. munguba sao as mais antigas na Amazônia brasileira. Os resultados obtidos com marcadores microssatélites e seqüências do genoma de cloroplasto de P. munguba sugerem que variaçoes no nível do mar, ocorridas provavelmente no passado recente (Quaternário) afetaram fortemente o padrao de distribuiçao da diversidade haplotipica da espécie. Os resultados corroboram a hipótese biogeográfica do Lago Amazônico como determinante na estruturaçao genética das populaçoes de árvores da várzea na Amazônia brasileira.

Orientadora:Lemos, Maristerra R.

ãrea de concentração: Genética, Conservação e Biologia Evolutiva

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