Simulações de clima para o Holoceno médio usando o MCGA do CPTEC, com ênfase sobre a América do Sul / Maria Luciene Dias de Melo.

Por: Melo, Maria Luciene Dias deColaborador(es):Orsini, José Antonio Marengo [Orientador]Detalhes da publicação: São José dos Campos, 2007Notas: 199 f. : il. (algumas color.)Assunto(s): Mudanças climáticasClassificação Decimal de Dewey: 551.6 Nota de dissertação: Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2007 Sumário: Este trabalho tem o objetivo de analisar o clima do Holoceno Médio (HM) para a América do Sul (AS), a partir da sinergia entre a forçante dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, utilizando o modelo de circulação geral atmosférica (MCGA) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) com resolução T062 e 28 níveis na vertical (T062L28). Realizaram-se simulações climáticas a partir da modificação dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, para valores típicos do HM, utilizando dois conjuntos de temperatura da superfície do mar (TSM) [climatológica do AMIP (HMS1) e gerada pela componente oceânica do MCG oceano-atmosfera acoplado do Institut Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. Os resultados foram comparados com as simulações de outros modelos e indícios paleoclimáticos, para compreender como o MCGA do CPTEC responde às mudanças climáticas e avaliar as diferenças do clima da AS no presente e no HM. Os resultados sugerem clima mais úmido sobre o nordeste da AS, devido ao aumento do fluxo de umidade proveniente do oceano Atlântico trazido pela alta subtropical do Atlântico Sul, que no HM encontravase mais próxima do continente e ligeiramente mais intensa. Desintensificação dos ventos alísios no HM acarretou num deslocamento mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e reduziu o fluxo de umidade do Atlântico tropical para a região Amazônica, deixando-a mais seca no HM. Essa redução da precipitação tem um impacto significativo no transporte da umidade da bacia Amazônica à Bacia do Prata, e conseqüentemente sobre a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), levando a uma redução da precipitação na posição atual da ZCAS, e esta foi simulada ligeiramente mais fraca durante o HMS1 e sua existência não foi evidenciada no experimento com as TSM do IPSL (HMS2). Na temperatura, verificou-se sinal de resfriamento durante todo ano no HM, sobre a AS, exceto no oeste da região Amazônica, que sugere um sinal de ligeiro aquecimento. Verificou-se intensificação do fluxo de umidade em 850 hPa, sobre continente, durante o HM, conseqüência da intensificação e proximidade do continente da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Este padrão durante o verão no HM é similar ao observado no outono e inverno no clima presente. Também verificou-se a intensificação do escoamento a leste dos Andes ao sul de 20ºS, que sugere uma possível influência na intensidade da circulação do jato de baixos níveis nos regimes climáticos do centro oeste, sul e sudeste do Brasil.
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Tese (doutor) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2007

Este trabalho tem o objetivo de analisar o clima do Holoceno Médio (HM) para a América do Sul (AS), a partir da sinergia entre a forçante dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, utilizando o modelo de circulação geral atmosférica (MCGA) do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) com resolução T062 e 28 níveis na vertical (T062L28). Realizaram-se simulações climáticas a partir da modificação dos parâmetros orbitais e concentração de CO2, para valores típicos do HM, utilizando dois conjuntos de temperatura da superfície do mar (TSM) [climatológica do AMIP (HMS1) e gerada pela componente oceânica do MCG oceano-atmosfera acoplado do Institut Pierre Simon Laplace-IPSL (HMS2)]. Os resultados foram comparados com as simulações de outros modelos e indícios paleoclimáticos, para compreender como o MCGA do CPTEC responde às mudanças climáticas e avaliar as diferenças do clima da AS no presente e no HM. Os resultados sugerem clima mais úmido sobre o nordeste da AS, devido ao aumento do fluxo de umidade proveniente do oceano Atlântico trazido pela alta subtropical do Atlântico Sul, que no HM encontravase mais próxima do continente e ligeiramente mais intensa. Desintensificação dos ventos alísios no HM acarretou num deslocamento mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e reduziu o fluxo de umidade do Atlântico tropical para a região Amazônica, deixando-a mais seca no HM. Essa redução da precipitação tem um impacto significativo no transporte da umidade da bacia Amazônica à Bacia do Prata, e conseqüentemente sobre a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), levando a uma redução da precipitação na posição atual da ZCAS, e esta foi simulada ligeiramente mais fraca durante o HMS1 e sua existência não foi evidenciada no experimento com as TSM do IPSL (HMS2). Na temperatura, verificou-se sinal de resfriamento durante todo ano no HM, sobre a AS, exceto no oeste da região Amazônica, que sugere um sinal de ligeiro aquecimento. Verificou-se intensificação do fluxo de umidade em 850 hPa, sobre continente, durante o HM, conseqüência da intensificação e proximidade do continente da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Este padrão durante o verão no HM é similar ao observado no outono e inverno no clima presente. Também verificou-se a intensificação do escoamento a leste dos Andes ao sul de 20ºS, que sugere uma possível influência na intensidade da circulação do jato de baixos níveis nos regimes climáticos do centro oeste, sul e sudeste do Brasil.

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