As migrações dos jaraquis (Pisces, Prochilodontidae) no rio Negro, Amazonas, Brasil / Mauro César Lambert de Brito.

Por: Ribeiro, Mauro César Lambert de BritoColaborador(es):Goulding, W. Michael [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1983Notas: 192 f. : ilAssunto(s): Jaraqui -- Negro, Rio (AM) -- MigraçãoClassificação Decimal de Dewey: 597.504525 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1983 Sumário: Este trabalho analisa dados biométricos e biológicos, estatísticas de desembarque e observações diretas dos movimentos de 250 cardumes de jaraquis (Semaprochilodus spp). Com base nessa metodologia, são apresentadas hipóteses para os padrões migratórios de S. insignis e S. taeniurus e de um híbrido natural entre as espécies, na Amazônia Central. Como entendido neste trabalho, os jaraquis adultos realizam, anualmente, na Amazônia Central, migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão. As migrações reprodutivas e tróficas ocorrem dentro dos tributários de águas pobres em nutrientes. No início da enchente, os jaraquis maduros descem esses tributários para desovar nas águas túrbidas do Rio Solimões - Amazonas, retornando subseqüentemente para estes tributários a fim de se alimentarem nos igapós. As migrações de dispersão são complexas, ocorrendo entre o tributário de águas pretas onde estão se alimentando e outro tributário localizado mais acima, via o Rio Solimõcs-Amazonas. Isto implica na transferência anual dos indivíduos para novas áreas geográficas. A ascensão dos adultos deve estar compensando a mortalidade natural, enquanto a descida das larvas no Rio Solimões-Amazonas após a desova, realimenta o sistema, mantendo-o em equilíbrio. Os dados sugerem que, na Amazônia Central, os jaraquis podem migrar aproximadamente 1.000 - 1.300 km por ano, com um deslocamento anual máximo de 300 km rio acima nas águas brancas. Estas migrações são influenciadas principalmente pelo ciclo hidrológico. O tempo exato das migrações parece ser influenciado pelo ritmo lunar. A intensidade das chuvas aparece como um fator importante para a reprodução. A localização das várzeas e dos igapós e a sazonalidade da inundação anual na Amazônia Central devem ter influenciado na evolução do padrão geográfico das migrações reprodutivas e tróficas. A dispersão deve promover maior variabilidade genética, colonização de novas áreas e, talvez, maior distribuição e biomassa para essas espécies. Os dados sugerem a importância da conservação das áreas de várzea e igapó, para a manutenção dos estoques naturais de jaraquis.
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Dissertação T 597.504525 R484m (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 99-0497

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1983

Este trabalho analisa dados biométricos e biológicos, estatísticas de desembarque e observações diretas dos movimentos de 250 cardumes de jaraquis (Semaprochilodus spp). Com base nessa metodologia, são apresentadas hipóteses para os padrões migratórios de S. insignis e S. taeniurus e de um híbrido natural entre as espécies, na Amazônia Central. Como entendido neste trabalho, os jaraquis adultos realizam, anualmente, na Amazônia Central, migrações reprodutivas, tróficas e de dispersão. As migrações reprodutivas e tróficas ocorrem dentro dos tributários de águas pobres em nutrientes. No início da enchente, os jaraquis maduros descem esses tributários para desovar nas águas túrbidas do Rio Solimões - Amazonas, retornando subseqüentemente para estes tributários a fim de se alimentarem nos igapós. As migrações de dispersão são complexas, ocorrendo entre o tributário de águas pretas onde estão se alimentando e outro tributário localizado mais acima, via o Rio Solimõcs-Amazonas. Isto implica na transferência anual dos indivíduos para novas áreas geográficas. A ascensão dos adultos deve estar compensando a mortalidade natural, enquanto a descida das larvas no Rio Solimões-Amazonas após a desova, realimenta o sistema, mantendo-o em equilíbrio. Os dados sugerem que, na Amazônia Central, os jaraquis podem migrar aproximadamente 1.000 - 1.300 km por ano, com um deslocamento anual máximo de 300 km rio acima nas águas brancas. Estas migrações são influenciadas principalmente pelo ciclo hidrológico. O tempo exato das migrações parece ser influenciado pelo ritmo lunar. A intensidade das chuvas aparece como um fator importante para a reprodução. A localização das várzeas e dos igapós e a sazonalidade da inundação anual na Amazônia Central devem ter influenciado na evolução do padrão geográfico das migrações reprodutivas e tróficas. A dispersão deve promover maior variabilidade genética, colonização de novas áreas e, talvez, maior distribuição e biomassa para essas espécies. Os dados sugerem a importância da conservação das áreas de várzea e igapó, para a manutenção dos estoques naturais de jaraquis.

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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