Estrutura ecológica de comunidades de cupins (Insecta, Isoptera) na Zona Bragantina, Estado do Pará / Adelmar Gomes Bandeira.

Por: Bandeira, Adelmar GomesColaborador(es):Schubart, Herbert O,R [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1983Notas: 151 f. : ilAssunto(s): Térmitas -- Bragantina (PA) -- EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 595.736 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1983 Sumário: Os cupins da Zona Bragantina, numa área de aproximadamente 100 x 20 km, entre as cidade de Belém (1º27'S e 48º19'W) e Vigia (0º52'S e 48º8'W), foram estudados sob vários aspectos. As investigações principais foram sobre a composição faunística em ambientes naturais e modificados pelo homem, a densidade e biomassa do grupo em relação à fauna geral de invertebrados, aspectos alimentares e sua importância na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas, assim como o papel dos ninhos sobre a dinâmica florestal. Ao todo, foram encontradas 93 espécies de cupins, pertencentes a 30 gêneros e três famílias. A maior diversidade ocorreu em campina alta e mata primária, seguida de pastagem artificial e campina baixa. A densidade de cupins em mata primária foi inferior apenas à de ácaros, colêmbolas e formigas, porém a biomassa de Isoptera foi superior à de qualquer outro grupo de invertebrados existentes nos estratos inferiores da floresta, onde os cupins se concentram principalmente na madeira em decomposição. Em ninhos de Cornitermes cf. ovatus e Nasutitermes minimus, foram encontrados também muitos grupos de artrópodos, porém estes termitófilos não chegaram a representar nem 1% da biomassa dos cupins. Os Isoptera mais representativos na área foram os do gênero Nasutitermes, tanto em variedade de espécies como em número de indivíduos. A maioria das espécies deste grupo se distribuem por várias formações vagetais, mostrando-se muito tolerantes às variações ambientais. Quanto ao regime alimentar, 58% das espécies são xilófagas verdadeiras, isto é, comem madeira em estágio inicial de decomposição, 17% alimentam-se de madeira muito podre e 25% das espécies são humívoras. Isto significa também que os cupins têm um papel muito significativo na ciclagem de nutrientes contidos na vegetação que morre, desde os primeiros até os últimos estágios do processo da decomposição. Nos troncos em apodrecimento, as espécies se distribuem de acordo com suas preferências alimentares e o grau de tolerância às variações microclimáticas, umas sendo encontradas apenas na parte superior e outras, só na parte inferior da madeira em contato com o solo, que normalmente apodrece mais rapidamente. Algumas espécies, mesmo comuns em mata primária, normalmente não constroem ninhos nesse ambiente. Quando se encontram em áreas abertas, constroem ninhos, cuja função principal aparentemente é controlar o microclima. Nos cupinzeiros, sempre há concentração de matéria orgânica e de nutrientes. A relação entre cupinzeiros e a vegetação foi estudada em dois campos, um cultivado com Brachiaria humidicola (Rendle) e outro de vegetação natural. Foi feito levantamento da vegetação (presença/ausência) em número semelhante de parcelas com e sem cupinzeiros. As comunidades vegetais nos dois tipos de parcelas foram comparadas através de análise de grupamentos, tendo por base o índice de semelhança de Sorense. Ao nível de comunidade, não foi constatada qualquer distinção entre a vegetação de parcelas com e sem cupinzeiros. Ao nível de espécies, entretanto, 6% das plantas do campo cultivado e 15% das plantas do campo natural evidenciaram tendências significativas de uma associação positiva (proximidade) ou negativa (não proximidade) com os cupinzeiros.
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Tese T 595.736 B214e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 83-1280
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Tese T 595.736 B214e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 88-0333

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1983

Os cupins da Zona Bragantina, numa área de aproximadamente 100 x 20 km, entre as cidade de Belém (1º27'S e 48º19'W) e Vigia (0º52'S e 48º8'W), foram estudados sob vários aspectos. As investigações principais foram sobre a composição faunística em ambientes naturais e modificados pelo homem, a densidade e biomassa do grupo em relação à fauna geral de invertebrados, aspectos alimentares e sua importância na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas, assim como o papel dos ninhos sobre a dinâmica florestal. Ao todo, foram encontradas 93 espécies de cupins, pertencentes a 30 gêneros e três famílias. A maior diversidade ocorreu em campina alta e mata primária, seguida de pastagem artificial e campina baixa. A densidade de cupins em mata primária foi inferior apenas à de ácaros, colêmbolas e formigas, porém a biomassa de Isoptera foi superior à de qualquer outro grupo de invertebrados existentes nos estratos inferiores da floresta, onde os cupins se concentram principalmente na madeira em decomposição. Em ninhos de Cornitermes cf. ovatus e Nasutitermes minimus, foram encontrados também muitos grupos de artrópodos, porém estes termitófilos não chegaram a representar nem 1% da biomassa dos cupins. Os Isoptera mais representativos na área foram os do gênero Nasutitermes, tanto em variedade de espécies como em número de indivíduos. A maioria das espécies deste grupo se distribuem por várias formações vagetais, mostrando-se muito tolerantes às variações ambientais. Quanto ao regime alimentar, 58% das espécies são xilófagas verdadeiras, isto é, comem madeira em estágio inicial de decomposição, 17% alimentam-se de madeira muito podre e 25% das espécies são humívoras. Isto significa também que os cupins têm um papel muito significativo na ciclagem de nutrientes contidos na vegetação que morre, desde os primeiros até os últimos estágios do processo da decomposição. Nos troncos em apodrecimento, as espécies se distribuem de acordo com suas preferências alimentares e o grau de tolerância às variações microclimáticas, umas sendo encontradas apenas na parte superior e outras, só na parte inferior da madeira em contato com o solo, que normalmente apodrece mais rapidamente. Algumas espécies, mesmo comuns em mata primária, normalmente não constroem ninhos nesse ambiente. Quando se encontram em áreas abertas, constroem ninhos, cuja função principal aparentemente é controlar o microclima. Nos cupinzeiros, sempre há concentração de matéria orgânica e de nutrientes. A relação entre cupinzeiros e a vegetação foi estudada em dois campos, um cultivado com Brachiaria humidicola (Rendle) e outro de vegetação natural. Foi feito levantamento da vegetação (presença/ausência) em número semelhante de parcelas com e sem cupinzeiros. As comunidades vegetais nos dois tipos de parcelas foram comparadas através de análise de grupamentos, tendo por base o índice de semelhança de Sorense. Ao nível de comunidade, não foi constatada qualquer distinção entre a vegetação de parcelas com e sem cupinzeiros. Ao nível de espécies, entretanto, 6% das plantas do campo cultivado e 15% das plantas do campo natural evidenciaram tendências significativas de uma associação positiva (proximidade) ou negativa (não proximidade) com os cupinzeiros.

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