Padrões e tendências de 30 anos de floração em espécies arbóreas de terra firme na Amazônia Central

Por: Aleixo, Izabela FonsecaDetalhes da publicação: Manaus: [s.n.], 2014Notas: 119 p. : ilAssunto(s): Floração | Árvores tropicaisClassificação Decimal de Dewey: 581.1 Recursos online: Clique aqui para acessar online Nota de dissertação: Dissertação (Mestre)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2014 Sumário: Atualmente, muito esforço científico é direcionado para entender como os padrões fenológicos das espécies estão relacionados aos fatores climáticos. Essas informações são essenciais no monitoramento das florestas tropicais e implicações das mudanças climáticas globais no comportamento das espécies ao longo do tempo. A floração de espécies arbóreas em florestas tropicais varia de acordo com a localização e as variações climáticas. No entanto, nenhum estudo anterior quantifica os efeitos de longo prazo (décadas) em diferentes locais e para diferentes espécies. No presente trabalho foi quantificada a contribuição relativa da localização e variáveis climáticas para explicar 30 anos de floração em nove espécies de árvores nativas da Amazônia, Aniba canelilla (H. B. K.) Mez.; Cariniana micrantha Ducke.; Dinizia excelsa Ducke.; Dipteryx odorata (AUBL.) Willd.; Goupia glabra Aubl.; Hevea guianensis Aubl.; Jacaranda copaia (AUBL) D. Don.; Minquartia guianensis Aubl. e Parkia pendula (Willd.) Benth. Foram observados 10 indivíduos por espécie. A floração foi registrada mensalmente entre os anos 1982 a 2011 na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RD) e na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (EEST) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Os determinantes da floração foram examinados em escalas anuais e mensais. Os parâmetros fenológicos de floração - ocorrência mensal, mês de primeira floração e duração foram comparados entre locais de estudo (5 indivíduos por área). Foram usadas correlações cruzadas para compreender as associações entre a época de floração e variáveis climáticas (temperatura, precipitação, umidade, Índice de Oscilação Sul (IOS) e Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) em pontos do Pacífico e Atlântico Tropical). Modelos aditivos generalizados foram utilizados para descrever e explicar os padrões de floração, que variaram significativamente entre as espécies. Houve uma variação sazonal na época de ocorrência de floração em todas as espécies estudadas. A maioria das espécies apresentou floração anual com 3 meses de duração. O pico de floração aconteceu entre os meses de junho a outubro, que correspondeu aos menores valores de precipitação. A ocorrência de floração foi correlacionada com o clima no maior número de espécies quando comparado ao mês de primeira floração e duração. Apenas a espécie D. excelsa não associou de forma significativa com nenhuma variável climática em nenhum parâmetro fenológico. Quando os efeitos de localização e clima foram considerados, o clima não teve influência sobre a duração e época de floração de membros da família Bignoniaceae (J. copaia), Fabaceae (D. excelsa), Lauraceae (A. canelilla) e Olacaceae (M. guianensis). A localização mostrou maior influência sobre a floração das espécies que o clima. Em geral, indivíduos da RD apresentaram maior ocorrência de floração, que começa mais cedo e dura mais tempo que na EEST. Houve variações na floração de todas as espécies ao longo dos 30 anos de estudo, porém as variáveis climáticas influenciaram apenas fracamente a floração de algumas espécies estudadas. Ao longo de 30 anos houve tendência de H. guianensis começar a florescer mais tarde e aumentar a duração do período com flores, em D. odorata houve tendência para a primeira floração acontecer mais cedo e em P. pendula para aumentar a duração. Uma compreensão detalhada e de longo prazo da fenologia de espécies foi importante para permitir uma avaliação robusta de impactos das mudanças climáticas e deve ser feito em um maior número de espécies.
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Dissertação T 581.1 A366p (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível INPA.2014.124

Dissertação (Mestre)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, 2014

Atualmente, muito esforço científico é direcionado para entender como os padrões fenológicos das espécies estão relacionados aos fatores climáticos. Essas informações são essenciais no monitoramento das florestas tropicais e implicações das mudanças climáticas globais no comportamento das espécies ao longo do tempo. A floração de espécies arbóreas em florestas tropicais varia de acordo com a localização e as variações climáticas. No entanto, nenhum estudo anterior quantifica os efeitos de longo prazo (décadas) em diferentes locais e para diferentes espécies. No presente trabalho foi quantificada a contribuição relativa da localização e variáveis climáticas para explicar 30 anos de floração em nove espécies de árvores nativas da Amazônia, Aniba canelilla (H. B. K.) Mez.; Cariniana micrantha Ducke.; Dinizia excelsa Ducke.; Dipteryx odorata (AUBL.) Willd.; Goupia glabra Aubl.; Hevea guianensis Aubl.; Jacaranda copaia (AUBL) D. Don.; Minquartia guianensis Aubl. e Parkia pendula (Willd.) Benth. Foram observados 10 indivíduos por espécie. A floração foi registrada mensalmente entre os anos 1982 a 2011 na Reserva Florestal Adolpho Ducke (RD) e na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (EEST) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Os determinantes da floração foram examinados em escalas anuais e mensais. Os parâmetros fenológicos de floração - ocorrência mensal, mês de primeira floração e duração foram comparados entre locais de estudo (5 indivíduos por área). Foram usadas correlações cruzadas para compreender as associações entre a época de floração e variáveis climáticas (temperatura, precipitação, umidade, Índice de Oscilação Sul (IOS) e Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) em pontos do Pacífico e Atlântico Tropical). Modelos aditivos generalizados foram utilizados para descrever e explicar os padrões de floração, que variaram significativamente entre as espécies. Houve uma variação sazonal na época de ocorrência de floração em todas as espécies estudadas. A maioria das espécies apresentou floração anual com 3 meses de duração. O pico de floração aconteceu entre os meses de junho a outubro, que correspondeu aos menores valores de precipitação. A ocorrência de floração foi correlacionada com o clima no maior número de espécies quando comparado ao mês de primeira floração e duração. Apenas a espécie D. excelsa não associou de forma significativa com nenhuma variável climática em nenhum parâmetro fenológico. Quando os efeitos de localização e clima foram considerados, o clima não teve influência sobre a duração e época de floração de membros da família Bignoniaceae (J. copaia), Fabaceae (D. excelsa), Lauraceae (A. canelilla) e Olacaceae (M. guianensis). A localização mostrou maior influência sobre a floração das espécies que o clima. Em geral, indivíduos da RD apresentaram maior ocorrência de floração, que começa mais cedo e dura mais tempo que na EEST. Houve variações na floração de todas as espécies ao longo dos 30 anos de estudo, porém as variáveis climáticas influenciaram apenas fracamente a floração de algumas espécies estudadas. Ao longo de 30 anos houve tendência de H. guianensis começar a florescer mais tarde e aumentar a duração do período com flores, em D. odorata houve tendência para a primeira floração acontecer mais cedo e em P. pendula para aumentar a duração. Uma compreensão detalhada e de longo prazo da fenologia de espécies foi importante para permitir uma avaliação robusta de impactos das mudanças climáticas e deve ser feito em um maior número de espécies.

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