Efeito da fragmentação florestal sobre dinâmica de dispersão de Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae) / Julio Cesar Zaminelli.

Por: Zaminelli, Julio CesarColaborador(es):Spironello, Wilson Roberto [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 2006Notas: x, 64 fAssunto(s): Fragmentos florestais | Palmeiras -- Fenologia -- Amazônia | Oenocarpus bacabaClassificação Decimal de Dewey: 584.5045 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2006 Sumário: A fragmentação florestal é uma forma de ação antrópica que afeta a biodiversidade, promovendo dirupção em processos ecológicos, como a dispersão de sementes. Afim de se testar os efeitos da fragmentação - especificamente o tamanho dos fragmentos - sobre a dinâmica de dispersão de Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae), espécie abundante em florestas de terra firme na Amazônia Central, a ecologia reprodutiva foi acompanhada em reservas do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), situadas ao norte de Manaus - AM. O estudo foi desenvolvido entre Agosto de 2005 a Fevereiro de 2006, sendo que a amostragem foi distribuída em quatro ambientes distintos (11 pontos de amostragem): floresta contínua (n = 2), fragmentos de 100-ha (n = 2), 10-ha (n = 3) e 1-ha (n = 4). A densidade de indivíduos reprodutivos foi maior em fragmentos de 1-ha, com grande variabilidade entre sítios dos outros ambientes. A fragmentação não afetou o padrão fenológico da espécie, a qual apresentou pico de frutificação entre novembro a janeiro. A proporção de plantas com cachos em todas as fenofases não diferiu entre ambientes, porém houve menor produtividade de cachos e frutos maduros em fragmentos, devido a maior taxa de abortamento. Ainda, foi encontrada grande variabilidade na produtividade entre sítios nos ambientes 1 e 10-ha. Também houve efeito de fragmentação quanto à remoção de frutos por cacho, sendo menor em fragmento de 1-ha e similar entre os outros ambientes. Por sua vez, o número de frutos removidos/ha foi maior em floresta contínua, apresentando grande variabilidade entre sítios dentro dos ambientes 1 e 10-ha. Ramphastos tucanus, R. vitellinus e Selenidera culik foram os principais agentes dispersores da espécie, removendo cerca de 80% dos frutos. A riqueza de consumidores de frutos foi menor em fragmentos de 1-ha, porém os dados indicam que os principais agentes dispersores consomem frutos ocasionalmente em plantas nestes ambientes. Os resultados mostraram que a fragmentação (tamanho do fragmento) afetou a dinâmica de dispersão da espécie. A menor produção e remoção primária de frutos em fragmentos sugerem que haja menor recrutamento de plântulas nestes ambientes. No entanto, Scariot (1996) mostrou que não houve diferença na densidade neste estágio entre fragmentos e floresta contínua. Assim, é possível que outros fatores, além da produção e remoção de frutos, expliquem esta semelhança, como o efeito espacial e temporal sobre a produtividade, a dispersão secundária e o pequeno grau de isolamento (150-800 m), que facilita a mobilidade dos dispersores e o fluxo de sementes.
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Dissertação T 584.5045 Z24e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 06-0542

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2006

A fragmentação florestal é uma forma de ação antrópica que afeta a biodiversidade, promovendo dirupção em processos ecológicos, como a dispersão de sementes. Afim de se testar os efeitos da fragmentação - especificamente o tamanho dos fragmentos - sobre a dinâmica de dispersão de Oenocarpus bacaba Mart. (Arecaceae), espécie abundante em florestas de terra firme na Amazônia Central, a ecologia reprodutiva foi acompanhada em reservas do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), situadas ao norte de Manaus - AM. O estudo foi desenvolvido entre Agosto de 2005 a Fevereiro de 2006, sendo que a amostragem foi distribuída em quatro ambientes distintos (11 pontos de amostragem): floresta contínua (n = 2), fragmentos de 100-ha (n = 2), 10-ha (n = 3) e 1-ha (n = 4). A densidade de indivíduos reprodutivos foi maior em fragmentos de 1-ha, com grande variabilidade entre sítios dos outros ambientes. A fragmentação não afetou o padrão fenológico da espécie, a qual apresentou pico de frutificação entre novembro a janeiro. A proporção de plantas com cachos em todas as fenofases não diferiu entre ambientes, porém houve menor produtividade de cachos e frutos maduros em fragmentos, devido a maior taxa de abortamento. Ainda, foi encontrada grande variabilidade na produtividade entre sítios nos ambientes 1 e 10-ha. Também houve efeito de fragmentação quanto à remoção de frutos por cacho, sendo menor em fragmento de 1-ha e similar entre os outros ambientes. Por sua vez, o número de frutos removidos/ha foi maior em floresta contínua, apresentando grande variabilidade entre sítios dentro dos ambientes 1 e 10-ha. Ramphastos tucanus, R. vitellinus e Selenidera culik foram os principais agentes dispersores da espécie, removendo cerca de 80% dos frutos. A riqueza de consumidores de frutos foi menor em fragmentos de 1-ha, porém os dados indicam que os principais agentes dispersores consomem frutos ocasionalmente em plantas nestes ambientes. Os resultados mostraram que a fragmentação (tamanho do fragmento) afetou a dinâmica de dispersão da espécie. A menor produção e remoção primária de frutos em fragmentos sugerem que haja menor recrutamento de plântulas nestes ambientes. No entanto, Scariot (1996) mostrou que não houve diferença na densidade neste estágio entre fragmentos e floresta contínua. Assim, é possível que outros fatores, além da produção e remoção de frutos, expliquem esta semelhança, como o efeito espacial e temporal sobre a produtividade, a dispersão secundária e o pequeno grau de isolamento (150-800 m), que facilita a mobilidade dos dispersores e o fluxo de sementes.

Área de concentração: Botânica.

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