Características fisiológicas e conteúdo de óleos voláteis em folhas de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) em diferentes períodos de precipitação, na Amazônia Central / Renata Braga Souza Lima.

Por: Lima, Renata Braga SouzaColaborador(es): Gonçalves, José Francisco de Carvalho [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 2006Notas: XII, 69 f. : il. colorAssunto(s): Ecofisiologia vegetal | Pau-rosa -- Fisiologia | LinalolClassificação Decimal de Dewey: 583.931 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2006 Sumário: As plantas da flora tropical são reconhecidamente reservas de substâncias biológicas ativas. Na floresta amazônica, o pau-rosa destaca-se por ser uma espécie aromática com grande valor comercial, sobretudo, pelas propriedades físico-químicas de seu óleo rico em linalol. No entanto, a despeito da importância dessa espécie, ainda existe pouco conhecimento quanto aos efeitos dos fatores primários sobre as características fisiológicas e bioquímicas dessa espécie. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar, as relaçSes hídricas, estado nutricional, trocas gasosas e a concentração de óleos voláteis e linalol em árvores de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) em diferentes períodos de precipitação. O experimento foi conduzido na Reserva Florestal Adolpho Ducke, em indivíduos adultos do plantio, durante o período chuvoso (abril) e no período de menor precipitação (setembro), no ano de 2005. As variáveis analisadas foram: potencial hídrico foliar antemanhã e ao meio-dia, curva pressão-volume, concentração dos carboidratos, teor de nutrientes, concentração de pigmentos cloroplastídicos, trocas gasosas, teor do óleo volátil e de linalol nas folhas. As plantas de pau-rosa apresentaram variaçSes quanto ao potencial hídrico. Durante o período chuvoso, a média do potencial hídrico antemanhã foi de -0,07 MPa e ao meio dia de -0,21 MPa; durante o período de menor precipitação, os resultados foram de -0,49 MPa e -2,02 MPa, respectivamente. Os potenciais osmóticos em turgescência nula e em turgescência plena também apresentaram diminuição, correspondente a -0,26 e de -1,81 MPa, respectivamente, em relação ao período chuvoso. Esse ajuste osmótico pode ter sido utilizado pelas plantas como uma estratégia para a melhor absorção de água durante o período de menor precipitação, em parte, explicado pelo aumento no teor dos açúcares solúveis foliares no mesmo período. Quanto ao teor dos nutrientes, a concentração de nitrogênio (N) não variou, enquanto que o teor de fósforo (P), apesar de não diferir quanto à idade da folha, foi maior durante o período de menor precipitação, comportamento esse, provavelmente, relacionado a uma estratégia da planta para manter processos fundamentais como a respiração e a fotossíntese. A concentração de potássio (K) também aumentou durante esse período, sendo o maior teor encontrado na folha jovem, resultado esse, provavelmente, relacionado à ação do K na regulação osmótica. Ao contrário do P e K, durante esse período, ocorreu diminuição na concentração de cálcio (Ca) e de magnésio (Mg). Quanto aos micronutrientes, não se observou diferença nas concentraçSes. A ordem de acúmulo dos macronutrientes NKCaMgP não variou entre os períodos de precipitação estudados, enquanto que para os micronutrientes, no período chuvoso foi igual a MnFeZn e no período de menor precipitação igual a FeMnZn. A concentração da clorofila a diminuiu no período seco, não ocorrendo diferença quanto ao teor da clorofila b. A diminuição da clorofila a pode estar relacionada à degradação desse pigmento durante o período mais seco, assim como devido a diminuição de Mg foliar. As quantidades de clorofilas a e b extraídas da folha foram significativamente relacionadas às leituras do clorofilômetro, os coeficientes de variação foram 0,75 e 0,61, respectivamente. Quanto às trocas gasosas, o valor da taxa de fotossíntese foi superior cerca de 34,2%, durante o período chuvoso. A respiração, ao contrário da fotossíntese, aumentou durante o período de menor precipitação. Por outro lado, houve uma diminuição na condutância estomática e, conseqüentemente, a taxa de transpiração apresentou o mesmo comportamento, com diminuição de 46,2%. As taxas de transporte de elétrons e a taxa de carboxilação não variaram entre os diferentes períodos. No entanto, a fotorrespiração, aumentou durante o período de menor precipitação, provavelmente para dissipar o excesso de energia durante esse período. A eficiência do uso da água e a eficiência intrínseca do uso da água também aumentaram, comportamento esse favorável à planta, uma vez, que as reduçSes da transpiração e da condutância estomática ocorreram em maior proporção do que a diminuição da fotossíntese. Quanto ao rendimento do óleo volátil, este foi menor no período chuvoso, correspondendo a 2,1%, enquanto que no período de menor precipitação foi igual a 2,4%. Ao contrário do óleo, o maior teor de linalol, foi observado na folha durante o período chuvoso, com diferença de aproximadamente 15,3%. Desta forma, confirmando a hipótese original, plantas de pau-rosa desenvolveram características fisiológicas de adaptabilidade em relação aos diferentes períodos de precipitação, particularmente, na regulação osmótica, no acúmulo de elementos como fósforo e potássio, durante o período de menor precipitação, assim como no controle da condutância estomática. A síntese do óleo varia conforme a mudança da precipitação, podendo ser uma estratégia de proteção ao estresse hídrico ou uma provável relação com o aumento de fósforo foliar, enquanto que o teor de linalol na folha, provavelmente, foi limitado pelo aumento da temperatura durante o período de menor precipitação.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)
Tipo de material Biblioteca atual Setor Classificação Situação Previsão de devolução Código de barras
Livro Livro
Dissertação T 583.931 L732c (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 08-0553

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 2006

As plantas da flora tropical são reconhecidamente reservas de substâncias biológicas ativas. Na floresta amazônica, o pau-rosa destaca-se por ser uma espécie aromática com grande valor comercial, sobretudo, pelas propriedades físico-químicas de seu óleo rico em linalol. No entanto, a despeito da importância dessa espécie, ainda existe pouco conhecimento quanto aos efeitos dos fatores primários sobre as características fisiológicas e bioquímicas dessa espécie. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar, as relaçSes hídricas, estado nutricional, trocas gasosas e a concentração de óleos voláteis e linalol em árvores de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) em diferentes períodos de precipitação. O experimento foi conduzido na Reserva Florestal Adolpho Ducke, em indivíduos adultos do plantio, durante o período chuvoso (abril) e no período de menor precipitação (setembro), no ano de 2005. As variáveis analisadas foram: potencial hídrico foliar antemanhã e ao meio-dia, curva pressão-volume, concentração dos carboidratos, teor de nutrientes, concentração de pigmentos cloroplastídicos, trocas gasosas, teor do óleo volátil e de linalol nas folhas. As plantas de pau-rosa apresentaram variaçSes quanto ao potencial hídrico. Durante o período chuvoso, a média do potencial hídrico antemanhã foi de -0,07 MPa e ao meio dia de -0,21 MPa; durante o período de menor precipitação, os resultados foram de -0,49 MPa e -2,02 MPa, respectivamente. Os potenciais osmóticos em turgescência nula e em turgescência plena também apresentaram diminuição, correspondente a -0,26 e de -1,81 MPa, respectivamente, em relação ao período chuvoso. Esse ajuste osmótico pode ter sido utilizado pelas plantas como uma estratégia para a melhor absorção de água durante o período de menor precipitação, em parte, explicado pelo aumento no teor dos açúcares solúveis foliares no mesmo período. Quanto ao teor dos nutrientes, a concentração de nitrogênio (N) não variou, enquanto que o teor de fósforo (P), apesar de não diferir quanto à idade da folha, foi maior durante o período de menor precipitação, comportamento esse, provavelmente, relacionado a uma estratégia da planta para manter processos fundamentais como a respiração e a fotossíntese. A concentração de potássio (K) também aumentou durante esse período, sendo o maior teor encontrado na folha jovem, resultado esse, provavelmente, relacionado à ação do K na regulação osmótica. Ao contrário do P e K, durante esse período, ocorreu diminuição na concentração de cálcio (Ca) e de magnésio (Mg). Quanto aos micronutrientes, não se observou diferença nas concentraçSes. A ordem de acúmulo dos macronutrientes NKCaMgP não variou entre os períodos de precipitação estudados, enquanto que para os micronutrientes, no período chuvoso foi igual a MnFeZn e no período de menor precipitação igual a FeMnZn. A concentração da clorofila a diminuiu no período seco, não ocorrendo diferença quanto ao teor da clorofila b. A diminuição da clorofila a pode estar relacionada à degradação desse pigmento durante o período mais seco, assim como devido a diminuição de Mg foliar. As quantidades de clorofilas a e b extraídas da folha foram significativamente relacionadas às leituras do clorofilômetro, os coeficientes de variação foram 0,75 e 0,61, respectivamente. Quanto às trocas gasosas, o valor da taxa de fotossíntese foi superior cerca de 34,2%, durante o período chuvoso. A respiração, ao contrário da fotossíntese, aumentou durante o período de menor precipitação. Por outro lado, houve uma diminuição na condutância estomática e, conseqüentemente, a taxa de transpiração apresentou o mesmo comportamento, com diminuição de 46,2%. As taxas de transporte de elétrons e a taxa de carboxilação não variaram entre os diferentes períodos. No entanto, a fotorrespiração, aumentou durante o período de menor precipitação, provavelmente para dissipar o excesso de energia durante esse período. A eficiência do uso da água e a eficiência intrínseca do uso da água também aumentaram, comportamento esse favorável à planta, uma vez, que as reduçSes da transpiração e da condutância estomática ocorreram em maior proporção do que a diminuição da fotossíntese. Quanto ao rendimento do óleo volátil, este foi menor no período chuvoso, correspondendo a 2,1%, enquanto que no período de menor precipitação foi igual a 2,4%. Ao contrário do óleo, o maior teor de linalol, foi observado na folha durante o período chuvoso, com diferença de aproximadamente 15,3%. Desta forma, confirmando a hipótese original, plantas de pau-rosa desenvolveram características fisiológicas de adaptabilidade em relação aos diferentes períodos de precipitação, particularmente, na regulação osmótica, no acúmulo de elementos como fósforo e potássio, durante o período de menor precipitação, assim como no controle da condutância estomática. A síntese do óleo varia conforme a mudança da precipitação, podendo ser uma estratégia de proteção ao estresse hídrico ou uma provável relação com o aumento de fósforo foliar, enquanto que o teor de linalol na folha, provavelmente, foi limitado pelo aumento da temperatura durante o período de menor precipitação.

ãrea de concentração : Ciências de Florestas Tropicais

Não há comentários sobre este título.

para postar um comentário.

Clique em uma imagem para visualizá-la no visualizador de imagem

Powered by Koha