Estrutura de comunidades de peixes em igarapés de floresta de terra firme na Amazônia Central / Cristina Motta Bührnheim.

Por: Bührnheim, Cristina MottaColaborador(es):Fernandes, Cristina Cox [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1998Notas: 166 fAssunto(s): Peixes -- Amazônia -- EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 597.0929 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1998 Sumário: Este estudo avalia a estrutura de comunidades de peixes em três igarapés de cabeceira de floresta de terra firme na Bacia do rio Urubu, Amazônia Central, em relação a dois fatores, a sazonalidade e a heterogeneidade de hábitats. Composição, riqueza e abundância de espécies, constituíram as variáveis analisadas na estrutura das comunidades por amostragens trimestrais em 1996 e 1997. Em geral, as comunidades foram compostas por cerca de 36, 24 e 21 espécies, respectivamente para cada igarapé, com um total de 2.069 exemplares capturados. As espécies mais abundantes em ordem decrescente, foram: Pyrrhulina brevis, Hyphessobrycon aff. heterorhabdus, Hemigrammus gr. ocellifer, Hyphessobrycon aff. melazonatus, Iguanodectes variatus, Nonnostomus marginatus, Helogenes marmoratus, Aequidens pallidus, Erythrinus erythrinus e Rivulus compressus. Duas metodologias de amostragem foram utilizadas para testar hipóteses sobre a influência da sazonalidade e da heterogeneidade de hábitats na estrutura das comunidades. A hipótese sobre a sazonalidade é de que as duas épocas mais e menos chuvosa, características da Amazônia Central, não influenciam a estrutura destas comunidades. Enquanto a hipótese sobre a heterogeneidade de hábitats, representada pelos hábitats rasos e fundos ao longo dos igarapés, é de que esta seja um fator importante na estrutura destas comunidades. Para a comparação sazonal das comunidades, trechos de 100m em cada igarapé foram amostrados com rapiché à noite, peneira de dia e covos nos dois períodos. As análises de variância, regressão e agrupamento indicaram que as duas estações, mais e menos chuvosa, não apresentaram efeito significativo na estrutura das comunidades. As análises de similaridade de composição de espécies ressaltam um padrão de distinção para cada igarapé, enfatizando a importância de condições locais nestes igarapés para as comunidades. Para as espécies mais abundantes, as diferenças foram encontradas entre os igarapés e não entre as duas épocas. A pluviosidade, diretamente relacionada às estações mais e menos chuvosa, não teve relação significativa com a riqueza ou com a abundância das espécies. Para testar o efeito de hábitats nas comunidades de peixes, 24 hábitats rasos e fundos foram definidos a partir de correnteza, profundidade e substrato. As amostragens foram realizadas à noite e de dia para verificar qualquer mudança diária nas comunidades. À noite, coletas por focagem com rapiché nos hábitats cercados por redinhas foram efetuadas durante 30 minutos. De dia, foram feitas a identificação e contagens dos espécimes por observações à beira dos hábitats durante 30 minutos. Os resultados indicaram que a estrutura das comunidades é parcialmente explicada pela heterogeneidade dos hábitats, e que há diferenças nas comunidades entre o dia e a noite, e em cada igarapé. Durante a noite foi observado um padrão de maior riqueza e abundância de espécies em hábitats rasos. Este padrão parece ser explicado pela presença de predadores ativos neste período nos hábitats fundos, restringindo assim várias espécies de pequeno porte aos hábitats rasos. Por outro lado, de dia, há uma segregação espacial das comunidades entre os hábitats rasos e fundos resultante de maiores riqueza e abundância de espécies nos hábitats fundos. Este padrão diurno pode estar relacionado a maior disponibilidade de recursos nos hábitats fundos, bem como a inatividade dos predadores noturnos.
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Dissertação T 597.0929 B931e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 03-0009
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Dissertação T 597.0929 B931e (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 00-0384

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1998

Este estudo avalia a estrutura de comunidades de peixes em três igarapés de cabeceira de floresta de terra firme na Bacia do rio Urubu, Amazônia Central, em relação a dois fatores, a sazonalidade e a heterogeneidade de hábitats. Composição, riqueza e abundância de espécies, constituíram as variáveis analisadas na estrutura das comunidades por amostragens trimestrais em 1996 e 1997. Em geral, as comunidades foram compostas por cerca de 36, 24 e 21 espécies, respectivamente para cada igarapé, com um total de 2.069 exemplares capturados. As espécies mais abundantes em ordem decrescente, foram: Pyrrhulina brevis, Hyphessobrycon aff. heterorhabdus, Hemigrammus gr. ocellifer, Hyphessobrycon aff. melazonatus, Iguanodectes variatus, Nonnostomus marginatus, Helogenes marmoratus, Aequidens pallidus, Erythrinus erythrinus e Rivulus compressus. Duas metodologias de amostragem foram utilizadas para testar hipóteses sobre a influência da sazonalidade e da heterogeneidade de hábitats na estrutura das comunidades. A hipótese sobre a sazonalidade é de que as duas épocas mais e menos chuvosa, características da Amazônia Central, não influenciam a estrutura destas comunidades. Enquanto a hipótese sobre a heterogeneidade de hábitats, representada pelos hábitats rasos e fundos ao longo dos igarapés, é de que esta seja um fator importante na estrutura destas comunidades. Para a comparação sazonal das comunidades, trechos de 100m em cada igarapé foram amostrados com rapiché à noite, peneira de dia e covos nos dois períodos. As análises de variância, regressão e agrupamento indicaram que as duas estações, mais e menos chuvosa, não apresentaram efeito significativo na estrutura das comunidades. As análises de similaridade de composição de espécies ressaltam um padrão de distinção para cada igarapé, enfatizando a importância de condições locais nestes igarapés para as comunidades. Para as espécies mais abundantes, as diferenças foram encontradas entre os igarapés e não entre as duas épocas. A pluviosidade, diretamente relacionada às estações mais e menos chuvosa, não teve relação significativa com a riqueza ou com a abundância das espécies. Para testar o efeito de hábitats nas comunidades de peixes, 24 hábitats rasos e fundos foram definidos a partir de correnteza, profundidade e substrato. As amostragens foram realizadas à noite e de dia para verificar qualquer mudança diária nas comunidades. À noite, coletas por focagem com rapiché nos hábitats cercados por redinhas foram efetuadas durante 30 minutos. De dia, foram feitas a identificação e contagens dos espécimes por observações à beira dos hábitats durante 30 minutos. Os resultados indicaram que a estrutura das comunidades é parcialmente explicada pela heterogeneidade dos hábitats, e que há diferenças nas comunidades entre o dia e a noite, e em cada igarapé. Durante a noite foi observado um padrão de maior riqueza e abundância de espécies em hábitats rasos. Este padrão parece ser explicado pela presença de predadores ativos neste período nos hábitats fundos, restringindo assim várias espécies de pequeno porte aos hábitats rasos. Por outro lado, de dia, há uma segregação espacial das comunidades entre os hábitats rasos e fundos resultante de maiores riqueza e abundância de espécies nos hábitats fundos. Este padrão diurno pode estar relacionado a maior disponibilidade de recursos nos hábitats fundos, bem como a inatividade dos predadores noturnos.

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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