Sementes de copaíba (Copaifera officinalis L. - Caesalpiniaceae) : uma abordagem autoecológica, fisiológica e tecnológica / Martinho Alves Andrade Junior.

Por: Andrade Junior, Martinho AlvesColaborador(es):Ferraz, Isolde Dorothea Kossmann [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1998Notas: 114 f. : ilAssunto(s): Copaíba -- SementesClassificação Decimal de Dewey: 583.323 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1998 Sumário: As espécies florestais amazônicas apresentam mecanismos complexos de adaptações aos ecossistemas. O estudo dos fatores que regulam tais adaptações, torna-se importante para melhor compreender as interações biológicas e planejar as ações de manejo. A espécie Copaifera officinalis, ocorre em áreas de mata de galeria e também em áreas de savana dos campos do rio Branco, no estado de Roraima. Parece bem adaptada às condições de sazonalidade daquela região. A floração e frutificação desta espécie ocorre no período seco, estendendo-se de setembro a março, com o período de dispersão das sementes concentrando-se principalmente em fevereiro. O fruto deiscente, expõe uma semente preta, grande (comprimento = 1,3 cm), envolta pelo arilo branco carnoso, atraindo os dispersores, principalmente pássaros. Em condições de laboratório, a espécie apresentou-se como tipicamente tropical, exibindo rápida germinação entre 30 e 35 °C, acima deste intervalo não houve germinação e abaixo de 20 °C a germinação foi reduzida, havendo registro de quiescência. Uma importante característica das sementes é o comportamento ortodoxo, tolerando dessecamento em torno de 6,5% do seu teor de água e podendo ser armazenadas a -20 °C durante 40 dias, sem perda de viabilidade. As sementes armazenadas, sem dessecamento prévio, durante 300 dias entre 5 e 15 °C, apresentaram germinação acima de 75%. Em condições naturais, ocorreu redução no teor de água das sementes, ao longo do período de dispersão em 1997. No início da dispersão o teor de água das sementes variou amplamente entre 52 e 18%, decrescendo para níveis entre 17 e 10% no final da dispersão. As árvores-matrizes situadas em áreas abertas apresentaram maior redução no teor de água e maior período de dispersão de sementes do que aquelas de áreas de mata. No entanto, sementes com reduzido teor de água apresentaram modificação na permeabilidade do tegumento, causando retardo no processo de embebição e consequentemente na germinação. Supõe-se que a espécie utiliza duas estratégias para estabelecimento no habitat natural: 1) sementes do inicio da dispersão, com mais alto teor de água, apresentam germinação rápida formando banco de plântulas em condições de chuvas escassas, com maior chances de escapar à herbivoria; 2) sementes com baixo teor de água, encontradas no final da dispersão, apresentam germinação mais lenta, podendo se manter durante a época desfavorável no banco de sementes.
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Dissertação T 583.323 A553s (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 99-0059

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1998

As espécies florestais amazônicas apresentam mecanismos complexos de adaptações aos ecossistemas. O estudo dos fatores que regulam tais adaptações, torna-se importante para melhor compreender as interações biológicas e planejar as ações de manejo. A espécie Copaifera officinalis, ocorre em áreas de mata de galeria e também em áreas de savana dos campos do rio Branco, no estado de Roraima. Parece bem adaptada às condições de sazonalidade daquela região. A floração e frutificação desta espécie ocorre no período seco, estendendo-se de setembro a março, com o período de dispersão das sementes concentrando-se principalmente em fevereiro. O fruto deiscente, expõe uma semente preta, grande (comprimento = 1,3 cm), envolta pelo arilo branco carnoso, atraindo os dispersores, principalmente pássaros. Em condições de laboratório, a espécie apresentou-se como tipicamente tropical, exibindo rápida germinação entre 30 e 35 °C, acima deste intervalo não houve germinação e abaixo de 20 °C a germinação foi reduzida, havendo registro de quiescência. Uma importante característica das sementes é o comportamento ortodoxo, tolerando dessecamento em torno de 6,5% do seu teor de água e podendo ser armazenadas a -20 °C durante 40 dias, sem perda de viabilidade. As sementes armazenadas, sem dessecamento prévio, durante 300 dias entre 5 e 15 °C, apresentaram germinação acima de 75%. Em condições naturais, ocorreu redução no teor de água das sementes, ao longo do período de dispersão em 1997. No início da dispersão o teor de água das sementes variou amplamente entre 52 e 18%, decrescendo para níveis entre 17 e 10% no final da dispersão. As árvores-matrizes situadas em áreas abertas apresentaram maior redução no teor de água e maior período de dispersão de sementes do que aquelas de áreas de mata. No entanto, sementes com reduzido teor de água apresentaram modificação na permeabilidade do tegumento, causando retardo no processo de embebição e consequentemente na germinação. Supõe-se que a espécie utiliza duas estratégias para estabelecimento no habitat natural: 1) sementes do inicio da dispersão, com mais alto teor de água, apresentam germinação rápida formando banco de plântulas em condições de chuvas escassas, com maior chances de escapar à herbivoria; 2) sementes com baixo teor de água, encontradas no final da dispersão, apresentam germinação mais lenta, podendo se manter durante a época desfavorável no banco de sementes.

Área de concentração: Botânica.

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