Variação espacial e temporal da comunidade de sulfobactérias em igarapés da cidade de Manaus e sua relação com a qualidade da água e dos sedimentos / Andrea Viviana Waichman.

Por: Waichman, Andrea VivianaColaborador(es):Fonseca, Ozório José de Menezes [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1998Notas: 238 f. : ilAssunto(s): Bactérias sulfurosas -- Manaus (AM)Classificação Decimal de Dewey: 574.929 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1998 Sumário: Este trabalho teve como objetivo estudar as variações espaciais e temporais da comunidade de sulfobactérias em dois riachos poluídos de Manaus e sua relação com a qualidade da água e dos sedimentos. Para isto foram realizadas coletas mensais em seis pontos ao longo do igarapé do Mindu, que recebe somente descargas de efluentes domésticos, e do Quarenta, que recebe efluentes domésticos e industriais, no período de fevereiro de 1997 a fevereiro de 1998. Foram medidas a temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade, pH da água e dos sedimentos de fundo, alcalinidade, demanda química de oxigênio, sulfato, sulfeto livre na água e nos sedimentos de fundo, sulfetos voláteis ácidos, sedimentos em suspensão, ferro dissolvido e percentagem de matéria orgânica em suspensão e nos sedimentos de fundo. Foram determinadas as abundâncias das bactérias sulfato-redutoras, sulfobactérias púrpuras, sulfobactérias verdes e sulfobactérias incolores utilizando o método do número mais provável. A qualidade da água variou espacialmente nos igarapés estudados, sendo as nascentes de ambos os igarapés, apesar de alteradas, os locais que apresentaram a melhor qualidade da água. No Igarapé do Mindu os locais intermediários foram os que apresentaram a pior qualidade no trecho estudado, e no Igarapé do Quarenta, os dois últimos pontos de coleta mais próximos da foz. Na escala temporal, a qualidade da água também apresentou variações, sendo que nos meses de chuva, ambos igarapés apresentaram melhores condições para o estabelecimento da comunidade de sulfobactérias que a época da seca. A variação temporal observada no Igarapé do Mindu esteve relacionada com a chuva, já no Igarapé do Quarenta, com a variação na descarga de efluentes industriais. A qualidade dos sedimentos foi heterogênea tanto na escala espacial como na temporal, devido principalmente às características morfológicas do leito dos igarapés. O aumento da abundância das sulfobactérias acompanhou o aumento da poluição. No Igarapé do Mindu as menores abundâncias de todos os grupos foram observadas na nascente, e as maiores abundâncias nos locais intermediários entre a nascente e o ponto de coleta mais próximo da foz. No Igarapé do Quarenta as menores abundâncias também foram observadas na nascente, sendo que a densidade das bactérias sulfato redutoras, sulfobactérias púrpuras e incolores aumentaram gradualmente desde a nascente até a última estação de coleta, onde apresentaram as maiores abundâncias. As sulfobactérias verdes tiveram a maior densidade também nas últimas estações de coleta. Nos sedimentos observou-se padrões de variação espacial da abundância das sulfobactérias similares aos observados na coluna de água. Na escala temporal, cada grupo funcional apresentou a maior e a menor densidade em meses diferentes, em ambos os igarapés. A contribuição dos diferentes grupos na composição da comunidade variou espacial e temporalmente. As sulfobactérias incolores e as sulfato-redutoras dominaram a composição da comunidade na água e nos sedimentos. Em ambos os igarapés o oxigênio foi um fator limitante da abundância das bactérias sulfato-redutoras, sendo que no Igarapé do Quarenta, principalmente na seca, o sulfato também pareceu limitar a abundância deste grupo funcional. Nos sedimentos, a concentração de sulfato e de matéria orgânica aparentemente limitou as bactérias sulfato-redutoras. As sulfobactérias incolores estiveram limitadas pelo oxigênio em ambos os igarapés, e também pelo sulfeto no igarapé do Mindu, fatores que limitaram as sulfobactérias fotossintetizadoras em ambos os igarapés.
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Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1998

Este trabalho teve como objetivo estudar as variações espaciais e temporais da comunidade de sulfobactérias em dois riachos poluídos de Manaus e sua relação com a qualidade da água e dos sedimentos. Para isto foram realizadas coletas mensais em seis pontos ao longo do igarapé do Mindu, que recebe somente descargas de efluentes domésticos, e do Quarenta, que recebe efluentes domésticos e industriais, no período de fevereiro de 1997 a fevereiro de 1998. Foram medidas a temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade, pH da água e dos sedimentos de fundo, alcalinidade, demanda química de oxigênio, sulfato, sulfeto livre na água e nos sedimentos de fundo, sulfetos voláteis ácidos, sedimentos em suspensão, ferro dissolvido e percentagem de matéria orgânica em suspensão e nos sedimentos de fundo. Foram determinadas as abundâncias das bactérias sulfato-redutoras, sulfobactérias púrpuras, sulfobactérias verdes e sulfobactérias incolores utilizando o método do número mais provável. A qualidade da água variou espacialmente nos igarapés estudados, sendo as nascentes de ambos os igarapés, apesar de alteradas, os locais que apresentaram a melhor qualidade da água. No Igarapé do Mindu os locais intermediários foram os que apresentaram a pior qualidade no trecho estudado, e no Igarapé do Quarenta, os dois últimos pontos de coleta mais próximos da foz. Na escala temporal, a qualidade da água também apresentou variações, sendo que nos meses de chuva, ambos igarapés apresentaram melhores condições para o estabelecimento da comunidade de sulfobactérias que a época da seca. A variação temporal observada no Igarapé do Mindu esteve relacionada com a chuva, já no Igarapé do Quarenta, com a variação na descarga de efluentes industriais. A qualidade dos sedimentos foi heterogênea tanto na escala espacial como na temporal, devido principalmente às características morfológicas do leito dos igarapés. O aumento da abundância das sulfobactérias acompanhou o aumento da poluição. No Igarapé do Mindu as menores abundâncias de todos os grupos foram observadas na nascente, e as maiores abundâncias nos locais intermediários entre a nascente e o ponto de coleta mais próximo da foz. No Igarapé do Quarenta as menores abundâncias também foram observadas na nascente, sendo que a densidade das bactérias sulfato redutoras, sulfobactérias púrpuras e incolores aumentaram gradualmente desde a nascente até a última estação de coleta, onde apresentaram as maiores abundâncias. As sulfobactérias verdes tiveram a maior densidade também nas últimas estações de coleta. Nos sedimentos observou-se padrões de variação espacial da abundância das sulfobactérias similares aos observados na coluna de água. Na escala temporal, cada grupo funcional apresentou a maior e a menor densidade em meses diferentes, em ambos os igarapés. A contribuição dos diferentes grupos na composição da comunidade variou espacial e temporalmente. As sulfobactérias incolores e as sulfato-redutoras dominaram a composição da comunidade na água e nos sedimentos. Em ambos os igarapés o oxigênio foi um fator limitante da abundância das bactérias sulfato-redutoras, sendo que no Igarapé do Quarenta, principalmente na seca, o sulfato também pareceu limitar a abundância deste grupo funcional. Nos sedimentos, a concentração de sulfato e de matéria orgânica aparentemente limitou as bactérias sulfato-redutoras. As sulfobactérias incolores estiveram limitadas pelo oxigênio em ambos os igarapés, e também pelo sulfeto no igarapé do Mindu, fatores que limitaram as sulfobactérias fotossintetizadoras em ambos os igarapés.

Área de concentração: Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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