A geoquímica de mercúrio em solos da bacia do rio Negro e sua influência no ciclo regional do mercúrio / Vivian Karina Zeidemann.

Por: Zeidemann, Vivian KarinaColaborador(es):Forsberg, Bruce Rider [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus 1998Notas: 85 f. : ilAssunto(s): Geoquímica -- Negro, Rio, Bacia | MercúrioClassificação Decimal de Dewey: 574.526404 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1998 Sumário: Recentes estudos têm indicado que os solos exercem um importante papel no ciclo biogeoquímico global do mercúrio (Hg). Eles sâo considerados um sumidoro importante para o Hg atmosférico e assim servem como reservatórios naturais de Hg nos ecossistemas terrestres. A liberação do Hg do solo e sua subseqüente exportação para a rede fluvial também representam uma fonte significante de mercúrio para os ecossistemas aquáticos a longo a prazo. O ciclo biogeoquímico de Hg na região amazônica é ainda pouco conhecido. As pesquisas realizadas nos últimos 25 anos na Amazônia têm focado na dinâmica de Hg em áreas de garimpo, onde o uso indiscriminado de Hg na purificação de ouro tem resultado na contaminação de ecossistemas locais. Poucas medidas foram feitas longe destas áreas para avaliar os níveis de Hg e investigar seu ciclo regional. A recente descoberta de altas concentrações de Hg encontradas em peixes e cabelos humanos em tributários isolados do Alto Rio Negro indicam a necessidade de se compreender mais este ciclo. Neste estudo foram investigados os estoques e dinâmica de Hg em solos da bacia do Rio Negro. Avaliou-se a importância dos solos como uma fonte potencial de Hg e da podzolização como um processo controlando sua dinâmica e liberação. Perfis verticais de mercúrio total (Hgtot), carbono e nitrogênio orgânico (Corg e Norg), oxi-hidróxidos de ferro e alumínio (Fecdb e Alcdb) determinados nos principais tipos de solos da bacia do Rio Negro foram usados para estimar os estoques de Hg e caracterizar os processo geoquímicos que controlam a sua acumulação e liberação na região. Os solos estudados, situados em áreas florestadas em platôs da bacia, apresentaram concentrações e cargas toais elevadas de Hg (48-212 ng.g-¹ e 45-79 mg Hg/m², integradas até 60 cm de profundidade, respectivamente), indicando a importância destes solos como reservatório de mercúrio na bacia do Rio Negro. A distribuição vertical de Hgtot foi similar as de Fecdb e Alcdb, sugerindo uma forte relação pedogênica entre estes fatores. Os elevados estoques de Hg encontrados nos horizontes minerais densos (38-77 mg Hg/m², integrados até 60 cm de profundidade) em comparação aos dos horizontes orgânicos (2-15 mg Hg/m², integrados até 60 cm de profundidade), indicam que associações com as superfícies minerais são importantes para a acumulação de Hg nestes solos e aparentemente controlando a dinâmica destes componentes na coluna do solo e sua eventual liberação e exportação para o sistema fluvial. Os elevados teores de Hg presentes no solo estudados e o avançado estágio de podzolização evidente nestes perfis de solo, indicam que estes solos constituem uma importante fonte de Hg para os rios da bacia do Rio Negro. Não foram encontradas relações entre o estado de intemperismo nos solos de platô estudados e os estoques de Hgtot, Fecdb, Alcdb e Corg, sugerindo que o intemperismo vertical libera pouco Hg dos solos. O menor estoque de Hg encontrado no perfil de colinas da bacia de rio Jaú indicou que a eluviação lateral pode ser o mecanismo-chave controlando a liberação de Hg dos solos. A acumulação de Hg nos solos e a subseqüente liberação por intemperismo é proposta como principal mecanismo de contaminação do sistema fluvial do Rio Negro.
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Dissertação T 574.526404 Z45g (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 03-0681

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1998

Recentes estudos têm indicado que os solos exercem um importante papel no ciclo biogeoquímico global do mercúrio (Hg). Eles sâo considerados um sumidoro importante para o Hg atmosférico e assim servem como reservatórios naturais de Hg nos ecossistemas terrestres. A liberação do Hg do solo e sua subseqüente exportação para a rede fluvial também representam uma fonte significante de mercúrio para os ecossistemas aquáticos a longo a prazo. O ciclo biogeoquímico de Hg na região amazônica é ainda pouco conhecido. As pesquisas realizadas nos últimos 25 anos na Amazônia têm focado na dinâmica de Hg em áreas de garimpo, onde o uso indiscriminado de Hg na purificação de ouro tem resultado na contaminação de ecossistemas locais. Poucas medidas foram feitas longe destas áreas para avaliar os níveis de Hg e investigar seu ciclo regional. A recente descoberta de altas concentrações de Hg encontradas em peixes e cabelos humanos em tributários isolados do Alto Rio Negro indicam a necessidade de se compreender mais este ciclo. Neste estudo foram investigados os estoques e dinâmica de Hg em solos da bacia do Rio Negro. Avaliou-se a importância dos solos como uma fonte potencial de Hg e da podzolização como um processo controlando sua dinâmica e liberação. Perfis verticais de mercúrio total (Hgtot), carbono e nitrogênio orgânico (Corg e Norg), oxi-hidróxidos de ferro e alumínio (Fecdb e Alcdb) determinados nos principais tipos de solos da bacia do Rio Negro foram usados para estimar os estoques de Hg e caracterizar os processo geoquímicos que controlam a sua acumulação e liberação na região. Os solos estudados, situados em áreas florestadas em platôs da bacia, apresentaram concentrações e cargas toais elevadas de Hg (48-212 ng.g-¹ e 45-79 mg Hg/m², integradas até 60 cm de profundidade, respectivamente), indicando a importância destes solos como reservatório de mercúrio na bacia do Rio Negro. A distribuição vertical de Hgtot foi similar as de Fecdb e Alcdb, sugerindo uma forte relação pedogênica entre estes fatores. Os elevados estoques de Hg encontrados nos horizontes minerais densos (38-77 mg Hg/m², integrados até 60 cm de profundidade) em comparação aos dos horizontes orgânicos (2-15 mg Hg/m², integrados até 60 cm de profundidade), indicam que associações com as superfícies minerais são importantes para a acumulação de Hg nestes solos e aparentemente controlando a dinâmica destes componentes na coluna do solo e sua eventual liberação e exportação para o sistema fluvial. Os elevados teores de Hg presentes no solo estudados e o avançado estágio de podzolização evidente nestes perfis de solo, indicam que estes solos constituem uma importante fonte de Hg para os rios da bacia do Rio Negro. Não foram encontradas relações entre o estado de intemperismo nos solos de platô estudados e os estoques de Hgtot, Fecdb, Alcdb e Corg, sugerindo que o intemperismo vertical libera pouco Hg dos solos. O menor estoque de Hg encontrado no perfil de colinas da bacia de rio Jaú indicou que a eluviação lateral pode ser o mecanismo-chave controlando a liberação de Hg dos solos. A acumulação de Hg nos solos e a subseqüente liberação por intemperismo é proposta como principal mecanismo de contaminação do sistema fluvial do Rio Negro.

Área de concentração: Ecologia.

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