Contribuição ao conhecimento do gênero Azteca Forel, 1878 (Hymenoptera: Formicidae) e aspectos da interação com plantas do gênero Cecropia Loefling, 1758 / Ana Yoshi Harada.

Dissertação (mestre) - INPA/UFAM, 1982

Este estudo apresenta a redescrição de sete espécies de formigas do gênero Azteca (Formicidae: Dolichoderinae) coletadas em Cecropia spp., principalmente da região de Manaus: Azteca alfari Emery, 1894; A. constructor Emery, 1896; A. fasciata Emery, 1894; A. isthmica (Wheeler, 1942); A. muelleri Emery, 1894; A. schimperi Emery, 1894 e A. xanthochroa (Roger, 1863). Azteca isthmica (Wheeler, 1942), n. comb., anteriormente descrita como subespécie de A. xanthochroa, é reconhecida como boa espécie e, os machos de Azteca isthmica e A. fasciata são descritos pela primeira vez. Além dos caracteres tradicionalmente utilizados na sistemática de Azteca, a morfologia da genitália de machos e a nervação alar de fêmeas e machos forneceram caracteres de importante valor taxonômico. Das 17 espécies de Azteca assinaladas na literatura como associadas a Cecropia spp., apenas A. alfari, A. isthmica, A. schimperi e A. xanthochroa (da região de Manaus), A. constructor (da América Central e do norte da América do Sul), A. coeruleipennis Emery, 1894 (da América Central), A. lanuginosa Emery, 1894 e A. muelleri (do sul do Brasil) são aparentemente especializados em Cecropia. Das cinco espécies da região de Manaus, apenas uma (A. fasciata) não foi assinalada como especializada em Cecropia, uma vez que ocorreu em galhos fistulosos de vários gêneros de plantas. Diferentes espécies de Azteca colonizam Cecropia de acordo com o habitat que a planta ocupa sem que haja evidência para uma estreita associação a nível específico entre inseto e planta. Através de resultados experimentais foi verificado que os corpúsculos müllerianos, produzidos nos triquílios das folhas apicais de Cecropia concolor, são importantes para a manutenção de colônias de A. alfari. Os benefícios recebidos pelas formigas através de sua associação com Cecropia (abrigo e alimento) foram mais evidentes do que as vantagens potencialmente recebidas pelas plantas (proteção e nutrientes). Nas quatro espécies de Cecropia examinadas a produção de corpúsculos müllerianos foi maior nos triquílios das três folhas apicais e, seu pico de produção diária ocorreu no anoitecer. A hora do pico de produção destes corpúsculos variou muito entre indivíduos da mesma espécie e entre dias numa única planta. Em plantas jovens de Cecropia concolor o número de operárias de A. alfari numa colônia está relacionado com o comprimento total do ninho e a altura da planta. As operárias são mais numerosas na porção apical destas plantas, enquanto que as rainhas normalmente ocupam suas regiões medianas.

Área de concentração: Entomologia.