Ecologia de Labiotermes labralis (Isoptera: Termitidae) em florestas de terra firme na Amazônia / Joana D'Arc Ribeiro.

Por: Ribeiro, Joana D'ArcColaborador(es):Martius, Christopher [Orientador]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1997Notas: 151 f. : ilAssunto(s): Térmitas -- Acre -- Ecologia | Térmitas -- Amazonas -- EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 595.736 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1997 Sumário: Investiguei a biologia e ecologia de Labiotermes labralis em florestas primárias e secundárias, nos Estados do Amazonas e do Acre. No aspecto geral, os ninhos de L. Iabralis caracterizam-se pela forma alongada com projeções sobre as árvores; as paredes internas possuem rugosidades e pequenos orifícios que servem de comunicação entre uma câmara e outra. No processo de construção, operários depositam fezes e partículas de solo, resultando em formas delineadas nas paredes das câmaras. Estas, são alongadas e achatadas, destacando-se a da rainha pelo tamanho e pela posição central no ninho. Verifiquei as densidades dos ninhos de L. Iabralis em cinco matas primárias e seis matas secundárias. A freqüência média dos ninhos nas áreas primárias foi de 26,6±11,3 ninhos/ha, e nas áreas de capoeiras nenhum ninho foi registrado. Contudo, outros grupos de térmitas como os Anoplotermes spp. e Nasutitermes spp. foram encontrados com freqüência nas capoeiras. Isto sugere que, embora a perturbação do meio cause distúrbio na população de L. Iabralis, existem outros grupos resistentes aos impactos. Para verificar se o número de indivíduos de L. Iabralis influencia no tamanho dos seus ninhos, usei 18 ninhos classificados em Pequeno, Médio e Grande. Nestes ninhos, operários apresentaram-se com o maior número de indivíduos (61,74%), consequentemente a maior biomassa (72,2%). As ninfas corresponderam em média 35,08% dos indivíduos. Os soldados tiveram densidades variando de 1,8 a 2,8%, embora tenham um papel defensivo na colônia. As castas adultas (futuros reprodutores) (0,01%) somente foram encontradas nos ninhos Médios e Grandes. Pelos resultados obtidos, o número de indivíduos não influenciou no tamanho de seus ninhos. Para estudar as taxas de crescimento dos ninhos de L. Iabralis, acompanhei 98 cupinzeiros de diferentes tamanhos mantendo as classificações de Pequeno, Médio e Grande, por um período de 28 meses. Verifiquei que o tempo médio de sobrevivência dos ninhos é 12,5±6,9 meses, independentemente de seus tamanhos. Neste período, o aumento dos volumes destes ninhos variou de 34,26 a 103,17 dm³. Por outro lado, ocorreram reduções que variaram de 2,33 a 16,06 dm³. Estas reduções possivelmente ocorreram como conseqüência do processo de solidificação das partes recém formadas. As correlações entre as taxas de crescimento destes ninhos e a precipitação pluviométrica não foram significativas. Selecionei 32 amostras de ninhos de diferentes tamanhos, para acompanhar o processo de decomposição ou incorporação de ninhos no solo. As amostras sofreram reduções variando de 0,5 a 10 cm, em suas alturas acima da superfície do solo. A perda média anual foi de 18,2% do material original. Constatei acúmulo de folhas sobre as amostras no período menos chuvoso, e um enraizamento acelerado no período de intensa precipitação. As correlações entre as taxas de decomposição e a precipitação pluviométrica não foram significativas. Os ninhos estudados foram registrados em 25 famílias de árvores, com a predominância de Sapotaceae seguida por Lecythidaceae. Os ninhos com volumes variando de 0,19 a 207,1 dm³ estavam localizados desde 1 cm do solo até uma altura de 613 cm, em árvores com áreas basais variando entre 147,2 a 483,4 cm². Houve correlação significativa entre os volumes dos ninhos e as áreas basais das árvores. Estes ninhos, em sua maioria estavam voltados para o Oeste e Norte e a minoria para o Leste. As diferenças entre a orientação esperada e a observada em relação aos pontos cardeais foram significativas, isto indica que a orientação dos ninhos não foi uniforme. Analisei os teores dos elementos químicos (fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, nitrogênio e carbono) em função dos tamanhos dos ninhos, amostrando 48 cupinzeiros de diferentes tamanhos, mantendo as classificações de Pequeno, Médio e Grande. Os ninhos, independentemente de seus tamanhos, possuem uma maior concentração de P, K, Ca e Mg, quando comparados com os do solo adjacente. As concentrações do carbono (7,9±7,4 %), do nitrogênio (0,9±0,3 %) e do alumínio (2,0±1,3 me/100g) nos ninhos foram aproximadas às do solo. Não houve correlações significativas entre os elementos analisados e os volumes dos ninhos. Somente para os ninhos Médios, a correlação foi significativa entre seus volumes e os teores de Ca e Mg. Testei a utilização de ninhos abandonados independentemente do tamanho em horticulturas. Usei blocos randomizados com diferentes tratamentos: 100% ninho; 50% ninho + 50% areia; 25% ninho + 75% areia. Nenhuma semente (cebolinha, cenoura, pimentão e salsa) germinou nos blocos com ninhos. Entretanto, nos blocos testemunha (areia) ocorreram germinações das sementes.
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Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1997

Investiguei a biologia e ecologia de Labiotermes labralis em florestas primárias e secundárias, nos Estados do Amazonas e do Acre. No aspecto geral, os ninhos de L. Iabralis caracterizam-se pela forma alongada com projeções sobre as árvores; as paredes internas possuem rugosidades e pequenos orifícios que servem de comunicação entre uma câmara e outra. No processo de construção, operários depositam fezes e partículas de solo, resultando em formas delineadas nas paredes das câmaras. Estas, são alongadas e achatadas, destacando-se a da rainha pelo tamanho e pela posição central no ninho. Verifiquei as densidades dos ninhos de L. Iabralis em cinco matas primárias e seis matas secundárias. A freqüência média dos ninhos nas áreas primárias foi de 26,6±11,3 ninhos/ha, e nas áreas de capoeiras nenhum ninho foi registrado. Contudo, outros grupos de térmitas como os Anoplotermes spp. e Nasutitermes spp. foram encontrados com freqüência nas capoeiras. Isto sugere que, embora a perturbação do meio cause distúrbio na população de L. Iabralis, existem outros grupos resistentes aos impactos. Para verificar se o número de indivíduos de L. Iabralis influencia no tamanho dos seus ninhos, usei 18 ninhos classificados em Pequeno, Médio e Grande. Nestes ninhos, operários apresentaram-se com o maior número de indivíduos (61,74%), consequentemente a maior biomassa (72,2%). As ninfas corresponderam em média 35,08% dos indivíduos. Os soldados tiveram densidades variando de 1,8 a 2,8%, embora tenham um papel defensivo na colônia. As castas adultas (futuros reprodutores) (0,01%) somente foram encontradas nos ninhos Médios e Grandes. Pelos resultados obtidos, o número de indivíduos não influenciou no tamanho de seus ninhos. Para estudar as taxas de crescimento dos ninhos de L. Iabralis, acompanhei 98 cupinzeiros de diferentes tamanhos mantendo as classificações de Pequeno, Médio e Grande, por um período de 28 meses. Verifiquei que o tempo médio de sobrevivência dos ninhos é 12,5±6,9 meses, independentemente de seus tamanhos. Neste período, o aumento dos volumes destes ninhos variou de 34,26 a 103,17 dm³. Por outro lado, ocorreram reduções que variaram de 2,33 a 16,06 dm³. Estas reduções possivelmente ocorreram como conseqüência do processo de solidificação das partes recém formadas. As correlações entre as taxas de crescimento destes ninhos e a precipitação pluviométrica não foram significativas. Selecionei 32 amostras de ninhos de diferentes tamanhos, para acompanhar o processo de decomposição ou incorporação de ninhos no solo. As amostras sofreram reduções variando de 0,5 a 10 cm, em suas alturas acima da superfície do solo. A perda média anual foi de 18,2% do material original. Constatei acúmulo de folhas sobre as amostras no período menos chuvoso, e um enraizamento acelerado no período de intensa precipitação. As correlações entre as taxas de decomposição e a precipitação pluviométrica não foram significativas. Os ninhos estudados foram registrados em 25 famílias de árvores, com a predominância de Sapotaceae seguida por Lecythidaceae. Os ninhos com volumes variando de 0,19 a 207,1 dm³ estavam localizados desde 1 cm do solo até uma altura de 613 cm, em árvores com áreas basais variando entre 147,2 a 483,4 cm². Houve correlação significativa entre os volumes dos ninhos e as áreas basais das árvores. Estes ninhos, em sua maioria estavam voltados para o Oeste e Norte e a minoria para o Leste. As diferenças entre a orientação esperada e a observada em relação aos pontos cardeais foram significativas, isto indica que a orientação dos ninhos não foi uniforme. Analisei os teores dos elementos químicos (fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, nitrogênio e carbono) em função dos tamanhos dos ninhos, amostrando 48 cupinzeiros de diferentes tamanhos, mantendo as classificações de Pequeno, Médio e Grande. Os ninhos, independentemente de seus tamanhos, possuem uma maior concentração de P, K, Ca e Mg, quando comparados com os do solo adjacente. As concentrações do carbono (7,9±7,4 %), do nitrogênio (0,9±0,3 %) e do alumínio (2,0±1,3 me/100g) nos ninhos foram aproximadas às do solo. Não houve correlações significativas entre os elementos analisados e os volumes dos ninhos. Somente para os ninhos Médios, a correlação foi significativa entre seus volumes e os teores de Ca e Mg. Testei a utilização de ninhos abandonados independentemente do tamanho em horticulturas. Usei blocos randomizados com diferentes tratamentos: 100% ninho; 50% ninho + 50% areia; 25% ninho + 75% areia. Nenhuma semente (cebolinha, cenoura, pimentão e salsa) germinou nos blocos com ninhos. Entretanto, nos blocos testemunha (areia) ocorreram germinações das sementes.

Área de concentração: Ecologia.

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