Influência do pulso de inundação na fisiologia, fenologia e produção de frutos de Hevea spruceana (Euphorbiaceae) e Eschweilera tenuifolia (Lecythidaceae), em área inundável de igapó na Amazônia Central / Lúcia Maria de Alencar Maia.

Por: Maia, Lúcia Maria de AlencarColaborador(es):Piedade, Maria Teresa Fernandez [Orientadora]Detalhes da publicação: Manaus [s.n.] 1997Notas: 186 f. : ilAssunto(s): Floresta inundável -- Influências florestais | Matamatá -- Influência da inundação | Serigueira-barriguda -- Influência da inundaçãoClassificação Decimal de Dewey: 583.95 Nota de dissertação: Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1997 Sumário: Este estudo foi realizado de julho de 1993 a dezembro de 1994, em área inundável de igapó, na região do baixo rio Tarumã-Mirim, com o objetivo de verificar a influência e a importância da dinâmica do pulso de inundação na fisiologia, fenologia e produção de frutos das espécies, Eschweilera tenuifolia e Hevea spruceana. Observou-se o grau de adaptação e a resistência dos vegetais a períodos prolongados de cheia. O período de inundação de aproximadamente 690 dias, indica um alto grau de tolerância e adaptação à cheia prolongada permitindo a classificação das espécies como lenhosas semi-decíduas de área inundável pobre em nutrientes. O funcionamento metabólico que permite tal grau de tolerância é desconhecido. Porém, parece existir um fluxo de oxigênio no sentido copa - caule que supre as necessidades da parte superior do vegetal, e um outro no sentido raiz - caule que alimenta a parte inferior. A distribuição espacial das espécies ao longo do gradiente de inundação parece ser influenciada principalmente pela duração da cheia. H. spruceana e E. tenuifolia são indicadores de cotas baixas e também exigentes a altas taxas de luminosidade. O padrão das curvas de saturação da fotossíntese em função da radiação, indica diferentes níveis de assimilação de CO2 relacionados à ontogenia da folha. A capacidade fotossintética média máxima em folhas maduras é 9,0 µmol m -² s-¹ para H. spruceana e 8,8 µmol m-² s -¹ E. tenuifolia . As baixas concentrações de clorofila em determinada fase de vida das folhas, foram associadas ao processo de senescência e brotação. Concentrações mais altas foram associadas à fase madura, as quais apresentam maiores índices de clorofila a e são classificadas como folhas de sol. A anatomia foliar de E. tenuifolia, mostra um grau de esclerofilia elevado, indicando que a espécie apresenta características consideradas adaptativas às condições de stress hídrico, alta luminosidade e ventos. Já a anatomia da madeira parece assinalar uma diminuição da atividade cambial, relacionada ao ritmo periódico de abscisão das folhas. A utilização de Janelas de Marisux em conjunto com estudos de amostras da seção transversal do lenho, facilitam a verificação e estimativa da periodicidade do anel de crescimento e idade das espécies. Árvores velhas de H. spruceana apresentaram anéis periféricos reduzidos, que dificultaram a datação das idades. A taxa de incremento basal na região do DAP em vegetais velhos, desta espécie, parece ser inversamente proporcional a sua idade. Os frutos de E. tenuifolia são consumidos por espécies de peixes, entre estes a matrichã (Brycon sp). A participação de H. spruceana no enriquecimento alimentar através dos frutos é grande, e estes são muito apreciados pela espécie Colossoma macropomum (Tambaqui), peixe de grande valor econômico na região. A frutificação das espécies, foi afetada pela falta de um período seco e drenagem adequada a complementação do ciclo reprodutivo. Algumas árvores apresentaram frutificação reduzida, outras frutificaram, mas logo em seguida houve interrupção da safra. A frutificação de E. tenuifolia, foi parcialmente danificada em conseqüência do ataque de larvas de microlepidópLeros (Sesiidae). A produção de frutos em relação a idade é diferenciada entre as espécies. Hevea spruceana na fase madura tem produção de frutos maior do que na fase de envelhecimento.
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Tese T 583.95 M217i (Percorrer estante(Abre abaixo)) Disponível 98-0397

Tese (doutor) - INPA/UFAM, 1997

Este estudo foi realizado de julho de 1993 a dezembro de 1994, em área inundável de igapó, na região do baixo rio Tarumã-Mirim, com o objetivo de verificar a influência e a importância da dinâmica do pulso de inundação na fisiologia, fenologia e produção de frutos das espécies, Eschweilera tenuifolia e Hevea spruceana. Observou-se o grau de adaptação e a resistência dos vegetais a períodos prolongados de cheia. O período de inundação de aproximadamente 690 dias, indica um alto grau de tolerância e adaptação à cheia prolongada permitindo a classificação das espécies como lenhosas semi-decíduas de área inundável pobre em nutrientes. O funcionamento metabólico que permite tal grau de tolerância é desconhecido. Porém, parece existir um fluxo de oxigênio no sentido copa - caule que supre as necessidades da parte superior do vegetal, e um outro no sentido raiz - caule que alimenta a parte inferior. A distribuição espacial das espécies ao longo do gradiente de inundação parece ser influenciada principalmente pela duração da cheia. H. spruceana e E. tenuifolia são indicadores de cotas baixas e também exigentes a altas taxas de luminosidade. O padrão das curvas de saturação da fotossíntese em função da radiação, indica diferentes níveis de assimilação de CO2 relacionados à ontogenia da folha. A capacidade fotossintética média máxima em folhas maduras é 9,0 µmol m -² s-¹ para H. spruceana e 8,8 µmol m-² s -¹ E. tenuifolia . As baixas concentrações de clorofila em determinada fase de vida das folhas, foram associadas ao processo de senescência e brotação. Concentrações mais altas foram associadas à fase madura, as quais apresentam maiores índices de clorofila a e são classificadas como folhas de sol. A anatomia foliar de E. tenuifolia, mostra um grau de esclerofilia elevado, indicando que a espécie apresenta características consideradas adaptativas às condições de stress hídrico, alta luminosidade e ventos. Já a anatomia da madeira parece assinalar uma diminuição da atividade cambial, relacionada ao ritmo periódico de abscisão das folhas. A utilização de Janelas de Marisux em conjunto com estudos de amostras da seção transversal do lenho, facilitam a verificação e estimativa da periodicidade do anel de crescimento e idade das espécies. Árvores velhas de H. spruceana apresentaram anéis periféricos reduzidos, que dificultaram a datação das idades. A taxa de incremento basal na região do DAP em vegetais velhos, desta espécie, parece ser inversamente proporcional a sua idade. Os frutos de E. tenuifolia são consumidos por espécies de peixes, entre estes a matrichã (Brycon sp). A participação de H. spruceana no enriquecimento alimentar através dos frutos é grande, e estes são muito apreciados pela espécie Colossoma macropomum (Tambaqui), peixe de grande valor econômico na região. A frutificação das espécies, foi afetada pela falta de um período seco e drenagem adequada a complementação do ciclo reprodutivo. Algumas árvores apresentaram frutificação reduzida, outras frutificaram, mas logo em seguida houve interrupção da safra. A frutificação de E. tenuifolia, foi parcialmente danificada em conseqüência do ataque de larvas de microlepidópLeros (Sesiidae). A produção de frutos em relação a idade é diferenciada entre as espécies. Hevea spruceana na fase madura tem produção de frutos maior do que na fase de envelhecimento.

Área de concentração: Botânica.

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