Ecologia populacional de Eichhornia azurea (Kth) e sua participação na dinâmica da vegetação aquática da Lagoa do Infernão, SP / Marcos Eduardo Coutinho.

Por: Coutinho, Marcos EduardoColaborador(es):Esteves, Francisco de Assis [Orientador]Detalhes da publicação: São Carlos 1989Notas: 145 f. : ilAssunto(s): Macrófitas aquáticas -- Infernão, Lagoa do (SP) -- EcologiaClassificação Decimal de Dewey: 581.5247 Nota de dissertação: Dissertação (mestre) - Universidade Federal de São Carlos, 1989 Sumário: O presente estudo teve como objetivo principal estudar a dinâmica do crescimento e produtividade de Eichhornia azurea e descrever alguns aspectos da ecologia da comunidade de macrófitas aquáticas na qual E. azurea está inserida. O estudo foi desenvolvido na Lagoa do Infernão, uma lagoa marginal do Rio Mogi-Guaçu que se localiza na Estação Ecológica do Jataí, no município de Luiz Antônio - SP. Foi utilizada amostragem aleatória estratificada para estudar a população de E. azurea a partir de técnicas não destrutivas de análise demográfica e de crescimento, aplicada a nível de indivíduo, bem como a nível das partes (folha, raiz e rizoma) que compõem a planta. As observações de campo tiveram duração de um ano (início em abril de 1987) com intervalos de amostragem que variaram de 16 a 25 dias. Dentre os fatores que interferem no crescimento de E. azurea foram avaliadas as principais características morfométricas e limnológicas da Lagoa do Infernão, as condições climáticas locais bem como o efeito da herbivoria e a competição interespecífica. A dinâmica do crescimento e produtividade primária de E. azurea tiveram diferenças marcantes entre os indivíduos da população. Indivíduos que cresciam mais próximo à margem foram preferencialmente utilizados por insetos herbívoros e tiveram o crescimento limitado pela interação competitiva com Scirpus cubensis. Por sua vez, os indivíduos que crescem nas regiões mais distantes da margem foram menos afetados pela ação dos insetos herbívoros e responderam à interação com S. cubensis diminuindo a produtividade das folhas e alocando maior biomassa para o rizoma garantindo assim, seu maior crescimento. A influência dos fatores ambientais sobre o crescimento de E. azurea, a importância relativa desses fatores como agentes de seleção e os mecanismos que garantiram a coexistência de E. azurea e S. cubensis na comunidade são alguns dos aspectos discutidos. A comunidade de macrófitas aquáticas foi descrita avaliando a biomassa das espécies em 87 unidades amostrais distribuídas por toda extensão do lago e utilizando-se de técnicas de análise multivariada para classificar as unidades amostrais. Cerca de 60% da área total da Lagoa do Infernão é coberta por macrófitas aquáticas, cuja comunidade é basicamente constituída por vegetação do tipo flutuante (Floating Meadows). Dentre as espécies de maior biomassa e área de distribuição devem ser citadas Scirpus cubensis, Panicum pernambucensis, Eichhornia azurea e Cabomba pihauyensis. Estas espécies caracterizam grupos de vegetação fisionomicamente distintos, mas bastante similares em termos de composição de espécies. As macrófitas aquáticas contribuem com 10-13 toneladas de peso seco (TPS) para o Lago, devendo ser a principal comunidade produtora de matéria orgânica autóctone para o sistema. A forma na qual a matéria orgânica entra na dinâmica do ecossistema vai depender das características morfológicas e fenológicas das espécies, assim como sua participação diferencial na cadeia trófica e ciclo de nutrientes. Assim, a participação das macrófitas aquáticas na dinâmica do ecossistema foi abordada considerando, principalmente, as características populacionais e do ciclo de vida das espécies, com especial referência a E. azurea.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)

Dissertação (mestre) - Universidade Federal de São Carlos, 1989

O presente estudo teve como objetivo principal estudar a dinâmica do crescimento e produtividade de Eichhornia azurea e descrever alguns aspectos da ecologia da comunidade de macrófitas aquáticas na qual E. azurea está inserida. O estudo foi desenvolvido na Lagoa do Infernão, uma lagoa marginal do Rio Mogi-Guaçu que se localiza na Estação Ecológica do Jataí, no município de Luiz Antônio - SP. Foi utilizada amostragem aleatória estratificada para estudar a população de E. azurea a partir de técnicas não destrutivas de análise demográfica e de crescimento, aplicada a nível de indivíduo, bem como a nível das partes (folha, raiz e rizoma) que compõem a planta. As observações de campo tiveram duração de um ano (início em abril de 1987) com intervalos de amostragem que variaram de 16 a 25 dias. Dentre os fatores que interferem no crescimento de E. azurea foram avaliadas as principais características morfométricas e limnológicas da Lagoa do Infernão, as condições climáticas locais bem como o efeito da herbivoria e a competição interespecífica. A dinâmica do crescimento e produtividade primária de E. azurea tiveram diferenças marcantes entre os indivíduos da população. Indivíduos que cresciam mais próximo à margem foram preferencialmente utilizados por insetos herbívoros e tiveram o crescimento limitado pela interação competitiva com Scirpus cubensis. Por sua vez, os indivíduos que crescem nas regiões mais distantes da margem foram menos afetados pela ação dos insetos herbívoros e responderam à interação com S. cubensis diminuindo a produtividade das folhas e alocando maior biomassa para o rizoma garantindo assim, seu maior crescimento. A influência dos fatores ambientais sobre o crescimento de E. azurea, a importância relativa desses fatores como agentes de seleção e os mecanismos que garantiram a coexistência de E. azurea e S. cubensis na comunidade são alguns dos aspectos discutidos. A comunidade de macrófitas aquáticas foi descrita avaliando a biomassa das espécies em 87 unidades amostrais distribuídas por toda extensão do lago e utilizando-se de técnicas de análise multivariada para classificar as unidades amostrais. Cerca de 60% da área total da Lagoa do Infernão é coberta por macrófitas aquáticas, cuja comunidade é basicamente constituída por vegetação do tipo flutuante (Floating Meadows). Dentre as espécies de maior biomassa e área de distribuição devem ser citadas Scirpus cubensis, Panicum pernambucensis, Eichhornia azurea e Cabomba pihauyensis. Estas espécies caracterizam grupos de vegetação fisionomicamente distintos, mas bastante similares em termos de composição de espécies. As macrófitas aquáticas contribuem com 10-13 toneladas de peso seco (TPS) para o Lago, devendo ser a principal comunidade produtora de matéria orgânica autóctone para o sistema. A forma na qual a matéria orgânica entra na dinâmica do ecossistema vai depender das características morfológicas e fenológicas das espécies, assim como sua participação diferencial na cadeia trófica e ciclo de nutrientes. Assim, a participação das macrófitas aquáticas na dinâmica do ecossistema foi abordada considerando, principalmente, as características populacionais e do ciclo de vida das espécies, com especial referência a E. azurea.

Não há comentários sobre este título.

para postar um comentário.

Clique em uma imagem para visualizá-la no visualizador de imagem

Powered by Koha